Aliados de Moura pedem intervenção na FPF

Demorou, mas a disputa de poder na Federação Paranaense de Futebol (FPF) volta a ferver. Um grupo ligado à administração anterior impetrou mandado de segurança na 6.ª Câmara do Tribunal de Justiça do Paraná pedindo a saída de Hélio Curi da presidência e a nomeação de um interventor na entidade.

O autor do mandado é Aristides Mossambani, um dos vices de Onaireves Moura quando o ex-presidente da FPF foi suspenso por seis anos pela Justiça Desportiva.

Ele contesta a decisão da juíza Denise Antunes, da 9.ª Vara Cível, que conduziu Curi ao comando da entidade em novembro de 2007. O atual presidente, derrotado na eleição para a FPF em 2004, alegava irregularidade na chapa de Moura, vencedor daquele pleito. Com a decisão judicial, Aluízio Ferreira, outro dos vices de Moura, teve que deixar o cargo.

O mandado de segurança é embasado no fato de Mossambani não ter sido ouvido na ação que colocou Hélio Curi no poder. ?Como terceiro interessado, teve direito tomado e não pôde exercer sua defesa?, argumenta Alexandre Chemin, advogado do ex-vice da FPF. O defensor acredita que o mandado seja apreciado ainda hoje pelo desembargador Sérgio Arenhart.

Eleições

O pedido de intervenção na FPF é, segundo Chemin, uma maneira de assegurar a realização das eleições para a presidência, programadas para abril. ?Queremos assegurar que a transição seja democrática e Curi não se apegue ao poder através de outra ação judicial.

O interventor teria 60 dias para convocar a eleição, e o atual presidente poderia concorrer?, afirma o defensor.

Aristides Mossambani não quer a pura e simples nomeação para a presidência, de acordo com o advogado, para desvincular seu nome de Onaireves Moura. ?O grupo de Onaireves não é bem-visto. Se Mossambani assumir nessa condição, não terá apoio de ninguém?, afirma.

O advogado evoca até a disputa de Curitiba para se tornar sub-sede da Copa de 2014 como argumento para a ação. ?O presidente (da CBF) Ricardo Teixeira não recebe ninguém do Paraná por conta dessa indefinição na FPF?, disse Chemin, justificando assim a sugestão do nome do possível interventor, o ex-diretor da FPF Paulo César Silva, que hoje atua como observador de árbitros no Paraná por indicação de Teixeira.

Paulão já faz planos pra quando  assumir o cargo

Citado como possível interventor no mandado impetrado por Aristides Mossambani, Paulo César Silva já projeta modificações radicais no comando provisório da FPF.

Ex-dirigente da entidade na era Onaireves Moura, Paulão, como é conhecido, disse que seu primeiro ato como interventor seria fechar a entidade para ?balanço?. ?Depois convocaria as eleições, faria uma limpa, contrataria uma auditoria e agilizaria a venda do Pinheirão para pagar as contas. A FPF precisa mostrar quanto e para quem deve?, disse. Segundo ele, o fato de o atual presidente ter chegado ao cargo por via judicial prejudica o Paraná na briga pela Copa de 2014. ?Hélio Curi não tem respaldo interno, foi nomeado por uma juíza. Isso impede Curitiba de ser sede?, ataca.

Hélio Curi, por sua vez, rebate a possibilidade de tentar a permanência no poder através da Justiça – um dos argumentos que embasam o mandado de segurança. ?Desde nossa posse reafirmamos que o calendário das eleições previsto no estatuto da FPF será respeitado. Estas pessoas estão acostumadas com este tipo de artimanha, mas não vamos repetir o vício deles?, contra-ataca. Curi garante que em março define a data do pleito, previsto para a 2.ª quinzena de março.

O atual presidente da FPF diz que vai aproveitar a viagem ao Rio de Janeiro para a Assembléia Geral da CBF, que acontece amanhã, para estreitar os laços com Teixeira. ?Vamos posicioná-lo sobre os problemas da FPF e falar da candidatura de Curitiba à Copa de 2014?, afirmou.

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