Alguém vai dançar no caso Batista

A resposta da CBF sobre a documentação de Batista direcionará o caminho da queixa do Náutico sobre a suposta escalação irregular do jogador. As informações chegarão hoje às mãos da procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que tomará uma decisão até o começo da semana que vem.

São três os caminhos: o arquivamento por falta de provas, a instauração de inquérito para melhor apurar o caso ou a formulação imediata de denúncia – o que levaria o episódio direto a julgamento. Mesmo antes de obter os dados da CBF, o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, afirma que o caso é complicado e pode gerar várias interpretações.

As principais questões, segundo Schmitt, são a origem do primeiro contrato de Batista com o Tricolor, registrado em 8 de março – quando ele ainda era vinculado ao Adap Galo -, e se o Departamento de Registros da entidade aceitaria a transação Avaí-Paraná mesmo se não houvesse aquele primeiro contrato. O procurador diz enxergar indícios de triangulação entre Adap, Avaí e Paraná. ?Se for comprovado que o Paraná induziu a CBF ao erro, o contrato pode ser declarado inválido?, afirma. Nesta hipótese, aumenta bastante a chance de o tribunal considerar que Batista jogou de forma irregular e assim o Tricolor ser punido.

Estas questões são desdobramentos da queixa do Náutico, que alega irregularidade no contrato de Batista por outro motivo – uma liminar na Justiça do Trabalho que, segundo a tese do clube pernambucano, permitiria ao jogador defender apenas o Avaí, e não outro time.

Mesmo a quantidade de pontos que o Paraná estaria sujeito a perder é discutível. O Náutico pediu 18 pontos a menos, pois Batista havia disputado três partidas na data da apresentação da queixa – a Justiça Desportiva prevê seis pontos por jogo. Mas de lá para cá o volante assinou mais duas vezes a súmula (ficou no banco contra o Náutico e foi titular contra o Corinthians), o que poderia elevar a pena a 30 pontos. ?Pode-se incluir todos os jogos nos 30 dias anteriores à formulação da denúncia, mas ao Paraná cabe vincular a punição ao que consta na queixa. É algo para ser discutido após a eventual denúncia?, disse o procurador.

O Tricolor defende-se afirmando que não foi o responsável pelo envio do primeiro contrato de Batista e que só trouxe o jogador em agosto, bem depois de desistir de contratá-lo no início do ano.

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