Alex aprende a pechinchar na Turquia

São Paulo – Alex estréia hoje nova fase da carreira, ao vestir pela primeira vez a camisa número 20 do Fenerbahce, clube da Turquia com o qual assinou contrato dois meses atrás. Mas, em 12 dias de vida em Istambul, o paranaense, ex-astro de Palmeiras e Cruzeiro, começa a ficar craque também na arte de pechinchar, hábito comum no mundo islâmico. Nas andanças com a mulher, Daiane, para comprar móveis e utensílios para a casa, tem mostrado jogo de cintura na hora de discutir preços.

“Se a gente não dá uma choradinha, o pessoal fica aborrecido, pois faz parte da cultura daqui”, diverte-se, embora transfira para esposa Daiane a primazia nas transações. “Ela é descendente de árabes e sabe barganhar”, revela. “No fim, se entende com eles porque são todos brimos.”

Só na hora de pagar é que entra em cena o intérprete, um rapaz turco que morou um ano no Brasil e que fica à disposição de Alex o tempo todo das saídas ao supermercado, à procura de apartamento para morar. O meia espera mudar-se logo e, por enquanto, está hospedado em hotel de luxo com a mulher e a filhinha Maria Eduarda, de três meses, por conta do Fenerbahce.

Alex não abriu mão de levar a família, para acelerar o processo de adaptação à rotina na Turquia. “Será o mesmo dia-a-dia que tínhamos no Brasil”, avisa. “Quando houver folga ou férias, vamos juntos ver nossos parentes”, reforça. “Fora isso, levamos nossa vidinha normal. Vim para cá para vencer e para ficar.”

Antes de fechar acordo, Alex teve o cuidado de informar-se como era o estilo de vida turco. E ficou animado ao saber que era ?ocidental?, ou seja, com liberdade para sua mulher ter rotina independente. “As mulheres aqui usam jeans, usam saias, sem restrição”, constata. “Embora seja país islâmico, não há rigor na forma de vestir-se.”

Alex também não teve de mudar hábitos alimentares, embora queime a língua com a pimenta que acompanha a maior parte dos pratos. Novidade, mesmo, são os métodos de treinamento de Crhistoph Daum, alemão que dirige o Fenerbahce. “Não temos coletivos e a escalação sai em cima da hora”, estranha. “Mas dizem que aqui é assim mesmo.”

Sua única certeza é a de que, se tudo sair como imagina, já a partir do jogo de hoje, com o Samsunspor, pela segunda rodada da temporada de 2004-05, mostrará aos turcos por que deixou saudades no Palmeiras e no Cruzeiro. “Confiança não me falta”, garante. Nem futebol.

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