É a chance de ouro. Após aparecer como grande revelação da temporada, marcando até gol de bicicleta, o atacante Alemão voltou a ser a ?sombra? de Tuta e Aristizábal e ficou duas partidas no banco de reservas. Agora, com a suspensão do colombiano, ele volta ao time como grande novidade para a partida de amanhã, às 16h, contra o Goiás, no Serra Dourada. E ele tem consciência de que uma boa atuação pode criar dúvidas na cabeça de Antônio Lopes.
A princípio, pelo menos para este jogo, o treinador coxa não tem dúvidas. “Sem o Ari, é natural, o Alemão joga”, resume o Delegado. “Eu fico feliz com a confiança que o professor Lopes está me dando, e por mais uma chance que eu vou ter”, afirma o atacante, que marcou três gols em dez jogos que participou neste campeonato brasileiro.
Alemão teve problemas neste período em que ficou na reserva. Após a partida contra o Vitória, ele disse que se tivesse mais tempo poderia ter rendido mais. No dia seguinte, chegou a afirmar que estava “feliz em estar no banco de reservas”. Agora, com a cabeça no lugar, reconhece que estava chateado. “Ninguém fica feliz em estar no banco. E eu penso da mesma forma”, diz.
Só que o atacante sabe que a disputa é, no mínimo, ingrata. “Eu tenho a honra de estar disputando posição com o Aristizábal e o Tuta, dois jogadores que estão entre os melhores atuando no Brasil”, afirma Alemão. Além disso, hoje os dois titulares são os principais referenciais do elenco alviverde, formando a trinca de líderes do grupo com o capitão (que está recuperando-se de uma cirurgia na face) Reginaldo Nascimento.
Até por esse fator, Alemão sabe que no momento não há como brigar pela posição de titular. Mas mantém a vontade de mostrar serviço, acreditando que pode convencer Antônio Lopes dentro de campo. “Eu não perdi as esperanças. Ajudando o Coritiba e conseguindo um bom resultado contra o Goiás, tenho certeza que posso voltar a ser titular”, garante, com boa dose de confiança.
E o atacante assume que vive um momento especial em sua carreira recém-iniciada – os dez jogos que fez no Coxa são os que fez como profissional. “Eu estou começando a vida como jogador de futebol, e logo no meu primeiro brasileiro eu já estou disputando posição com Tuta e Aristizábal. É muito legal”, confessa Alemão. Só que ele diz que a ?tietagem? termina na hora em que a bola rola. “Quero lutar pelo time titular de igual para igual. E espero conseguir ter a minha vaga no time”, finaliza.
Lopes arma um “cinturão”
Além de Aristizábal, Cléber (também suspenso) e Roberto Brum (com uma contratura muscular na coxa direita) desfalcam o Coritiba contra o Goiás. E, as más notícias preocuparam o técnico Antônio Lopes, que diz ter problemas para montar a equipe que vai ao Centro-Oeste. É possível a montagem de um ‘cinturão’ para segurar o terceiro do Brasileirão.
Isto porque, no meio-campo, Pepo, Márcio Egídio e Alexandre Fávaro disputam duas vagas, com maiores chances para os dois primeiros. “Nós jogamos desta forma contra o Vitória e o time foi muito bem. É uma opção bem interessante”, reconhece o treinador coxa. Seriam três volantes (Ataliba, Pepo e Egídio) a tentar evitar as investidas do time da casa, um dos melhores ataques da competição – o Goiás marcou 41 gols, enquanto o Cori fez 23.
Mas o “Príncipe” pode ser uma surpresa. “Fora de casa ele está muito bem”, admite Antônio Lopes, que está evitando escalá-lo no Couto Pereira, onde é muito cobrado pelos torcedores. “E com o Alexandre eu mantenho o time com dois armadores, o que pode ser interessante em uma partida como a contra o Goiás”, completa o técnico.
Nas outras posições, Lopes não mexe. Segundo ele, o time está evoluindo. “Nós já estamos tendo atuações mais equilibradas, tendo melhor rendimento e conseguindo os resultados”, diz o treinador, adepto – mais que nunca – da filosofia dos resultados. “Se às vezes o jogo não foi bom, temos que pensar que conseguimos os três pontos”, concorda o zagueiro Alexandre.