Alemães ainda tentam ingressos para jogo no Mineirão

Michael de Witt e Fabian Fieweger vivem em Berlim e decidiram viajar pelo mundo. Conheceram a América Central e países da América do Sul. A Copa os trouxe ao Brasil. Mesmo sem ingresso. Os dois estão em Belo Horizonte para acompanhar a semifinal entre Brasil e Alemanha, que acontece nesta terça-feira, a partir das 17 horas, no Mineirão. A ideia era comprar entrada para o jogo no mercado negro, apesar do risco de se pagar por um bilhete falso.

Na tarde desta segunda-feira, os dois alemães estavam na Praça da Savassi, que tem sido o ponto encontro de torcedores em Belo Horizonte, à caça de ingresso. Seguravam um cartaz, feito de papelão, onde estava escrito que procuravam por bilhetes para a partida válida pela semifinal da Copa do Mundo. E ouviram que uma entrada custaria algo entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil. “Sabemos que há ingressos falsos, mas tomaremos cuidado”, disse Michael de Witt, a poucos metros de um carro da embaixada alemã orientando torcedores.

Segundo Martina Hackelberg, conselheira de imprensa da embaixada, a Federação Alemã de Futebol havia revendido cerca de quatro mil ingressos para o jogo desta terça-feira. Mas o número total de torcedores alemães na cidade por causa do jogo deve chegar a oito mil. O Mineirão deve receber cerca de 57 mil pessoas, a maioria absoluta será torcedores do Brasil.

Já Christian Schmidt e Dennis Koppel, que moram em Frankfurt, chegaram domingo a Belo Horizonte e têm ingressos para o jogo. Se a Alemanha avançar, eles vão à final no próximo domingo no Maracanã. “Não somos mais favoritos só porque o Neymar não vai jogar. O meu placar para o jogo é de 3 a 1 para Alemanha, com dois gols de Klose e um de Müller”, afirmou Christian Schmidt.

SEGURANÇA – A Polícia Militar de Minas Gerais faz um alerta: que o torcedor tenha cuidado redobrado com o ingresso. Roubos e furtos têm sido um problema constante nos jogos do Mundial, especialmente os da seleção brasileira. Por isso, a PM promete intensificar a policiamento nas proximidades do estádio nesta terça-feira.

“O grande problema é a característica desse ingresso. Ele é grande, tem um chip, não pode ser dobrado e isso causa uma dificuldade ao torcedor. Algumas pessoas acabam aproveitando disso”, explicou o major Frederico, responsável pelo trabalho de segurança nos arredores do estádio em Belo Horizonte.

No jogo entre Brasil e Chile, também no Mineirão, no dia 28 de junho, 15 torcedores fizeram boletim de ocorrência após serem roubados. No duelo da seleção brasileira contra a Colômbia, sexta-feira passada, no Castelão, em Fortaleza, mais de 200 pessoas foram roubadas e não puderam assistir à partida.

Na última sexta-feira, a Defensoria Pública de Minas Gerais, por meio de uma Ação Civil Pública, conseguiu uma ação contra a Fifa, obrigando a entidade a reimprimir ingressos de torcedores que forem roubados e tenham em mãos o Boletim de Ocorrência. Caso contrário, a Fifa é obrigada a pagar multa de R$ 10 mil por ingresso não reimpresso.