Ainda sem técnico, Atlético estréia contra São Paulo

Campeonato novo, vida nova. Juntado os cacos pela perda do campeonato paranaense para o maior rival, o Atlético começa hoje a maratona de 46 rodadas pelo Brasileirão.

De cara, pega um dos principais candidatos ao título, o São Paulo, às 20h30, no Morumbi. Mesmo assim, com Júlio Piza interinamente no comando, a motivação é outra e, apesar dos desfalques, a idéia é deixar uma boa impressão já no primeiro jogo da competição.

A base da equipe é a mesma deixada pelo demissionário Mário Sérgio, mas o clima no CT do Caju foi outro sem o ex-treinador e a promessa é de grande empenho contra o time paulista. “Este jogo é o nosso cartão de visita na competição. O Atlético precisa marcar forte e tentar surpreender nos contra-ataques. A nossa equipe é formada por vários jogadores leves e rápidos”, aponta o meia William.

Para o atacante Ilan, a confiança numa boa campanha na competição permanece, apesar da saída de algumas pessoas do clube. “Se nós, aqui dentro, nos mantermos unidos, a comissão, a diretoria e todo mundo, o que estiver fora não interessa. O que interessa é a gente fazer um bom trabalho aqui e fazer uma ótima campanha no brasileiro”, discursa.

Para tanto, no primeiro jogo, o técnico rubro-negro precisou mexer na defesa, no meio e no ataque devido a contusões. O zagueiro Rogério Correia, o meia Fernandinho e o atacante Washington estão no departamento médico e não têm previsão de volta. Assim, ele apenas substituiu as peças sem condições por reservas imediatos: Marinho, William e Dagoberto. “O Mário Sérgio deixou a equipe pronta. Nós não podemos mudar o esquema de uma hora para outra. Assim, o time vai entrar em campo com a mesma base. Todos precisam estar conscientes da responsabilidade e buscar sempre o melhor para a equipe”, alerta o treinador.

No entanto, as mudanças para a partida de hoje deve ser um prenúncio para os próximos jogos. Alguns jogadores pouco aproveitados por Mário Sérgio devem ganhar mais oportunidades. É o caso do zagueiro Fabiano, que já aparece entre os relacionados e também o de Alessandro. Caso não tivesse ido para o Galo, Praguinha seria titular contra o São Paulo.

CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local:

Morumbi (São Paulo)
Horário: 20h30
Arbitragem: Djalma José Beltrami Teixeira (RJ), assistido por Hílton Moutinho Rodrigues (Fifa-RJ) e Vilmar Raul (RJ)
SÃO PAULO
x
ATLÉTICO

SÃO PAULO
Rogério Ceni; Cicinho, Fabão, Rodrigo e Fábio Santos; Alexandre, Fábio Simplício, Gustavo Nery e Marquinhos; Grafite e Luís Fabiano. Técnico: Cuca.

ATLÉTICO
Diego; Alessandro Lopes, Marinho e Ígor; William, Alan Bahia, Ramalho, Jádson e Marcão; Ilan e Dagoberto. Técnico: Júlio Piza.

Os reforços já estão em casa

A frustração do Atlético pela perda do campeonato paranaense para o arqui-rival deverá ser superada pela nova motivação que o próximo comando técnico deverá trazer ao elenco. Com 32 atletas e muitos deles mal aproveitados pelo demissionário Mário Sérgio, o Rubro-Negro entra no Brasileirão com “reforços” saídos de dentro de casa. Jogadores como Marinho, Fabiano, Valnei, Rena, Adriano, Dennys e Dagoberto terão mais oportunidades e darão uma nova cara ao Furacão já a partir de hoje, quando o time estréia no nacional contra o São Paulo.

O comando nos dois primeiros jogos ficará a cargo do auxiliar técnico Júlio Piza. A expectativa é de que até a próxima semana, uma comissão técnica seja contratada, com o novo treinador assumindo a equipe a partir de segunda-feira. A contratação de jogadores, por enquanto, parece afastada e a aposta se concentra na recuperação para o time de alguns atletas afastados pelo ex-treinador. Muitos deles cobiçados por outras equipes da série A e que não ficavam nem no banco.

“Jogadores não nos faltam, falta é definir o posicionamento de cada um deles dentro do time”, aponta o presidente João Augusto Fleury da Rocha. Segundo ele, mesmo com a perda do título, o Atlético ainda tem um elenco invejável e com grandes possibilidades de lutar pelo título. “Não tem cinco clubes no Brasil que tem jogadores como os nossos”, analisa. Para o dirigente, o novo treinador deverá aproveitar melhor alguns jogadores não utilizados por Mário Sérgio.

“Tenho três zagueiros, que nem jogaram e que, tecnicamente, podem ser considerados melhores. Tem o Rena, que foi artilheiro do Fortaleza e estava afastado, tem o Adriano”, explica. Isso significa que o clube vai com o que tem para ver como é que fica. “Só na recuperação desse grupo de jogadores, que estão afastados, nós já temos dez reforços”, pondera.

Até Cuca entra na relação dos treinadores

Sem sucesso nas primeiras negociações para trazer o substituto de Mário Sérgio, o Atlético muda de tática e vai esperar os acontecimentos nos primeiros jogos do campeonato brasileiro para buscar seu novo treinador. Na mira do Rubro-Negro está o atual técnico do São Paulo, Cuca, que pode sair do clube paulista se a oposição ganhar as eleições de sábado. O presidente do conselho deliberativo, Mário Celso Petraglia, está na capital paulista mantendo contatos e a expectativa é de que esse nome possa ser apresentado na segunda-feira.

Descartados os nomes de Vanderlei Luxemburgo, Tite e Paulo Bonamigo por questões financeiras e Levir Culpi, que não aceitou deixar o Botafogo, as baterias se voltaram para Marco Aurélio, mas ontem as conversas esfriaram em função da possibilidade de Cuca ser dispensado pelo São Paulo. Pelo raciocínio dos dirigentes atleticanos, o técnico do tricolor paulista tem o perfil ideal para comandar a equipe no Brasileirão e corre risco de cair dependendo do resultado das eleições.

“Nós queremos um treinador emergente, que queira fazer uma carreira sólida no futebol e aceite trabalhar com o elenco que nós temos”, aponta o presidente João Augusto Fleury da Rocha. Além de Cuca, outro nome ventilado foi o de Zetti, que está no Paulista. No entanto, o ex-goleiro ainda é considerado muito verde para dirigir o Rubro-Negro.

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