Um gigante adormecido. Foi o que o uruguaio Diego Aguirre encontrou ao desembarcar no São Paulo em março para o terceiro trabalho no Brasil. “Times grandes, às vezes, estão um pouco adormecidos, mas, quando acordam, vão com tudo. Por isso, o São Paulo não está me surpreendendo”, disse, em entrevista ao Estado, o técnico da equipe que briga ponto a ponto com o Internacional pela liderança do Campeonato Brasileiro.

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Quando chegou, apostava que, em meados de setembro, estaria brigado pelo título brasileiro ou foi uma surpresa até mesmo para você?

Quando pego um time da história e grandeza do São Paulo, vejo como algo possível. Que é difícil, sim, mas já estou acostumado. Times grandes, às vezes, estão um pouco adormecidos, mas, quando acordam, vão com tudo. Por isso, o São Paulo não está me surpreendendo.

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E qual foi o seu papel para despertar o São Paulo?

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O São Paulo estava precisando viver um momento bom, vinha de um período em que as coisas não estavam bem, mas não é apenas o trabalho nosso da comissão técnica. Todo o São Paulo estava precisando, com fome de voltar a ganhar alguma coisa, ser competitivo.

Quais os pontos fortes que você destacaria deste elenco?

Uma das coisas mais fortes que temos é o compromisso, a determinação, a atitude. Não apenas nos jogos, mas nos treinos. E é algo que os jogadores vêm demonstrando, estão comprometidos.

O Internacional é o concorrente que mais lhe preocupa?

Não, quem mais me preocupa é o São Paulo, não os rivais. Porque dependemos do que nós teremos de fazer. Os outros têm de fazer o trabalho deles. Minha preocupação é em manter o nível, continuar com um jogo que tem sido muito bom até o momento. Minha cabeça está aqui.

Será uma frustração se o São Paulo não for campeão?

Frustração é uma palavra muito dura. Não sei. Essa resposta, posso dar apenas se acontecer isso. Assim como ninguém acreditava que nós poderíamos estar hoje na liderança. Não é momento de falar. Se acontecer, poderei responder.

O que acha que o Cuca trouxe ao Santos para fazer o time ter esse salto de qualidade?

Cuca é um grande treinador, Carlinhos Neves (preparador físico), com quem trabalhei no Atlético-MG, é um cara muito bom, capacitado. Não me surpreende o Santos, um time forte, um time grande, com bons jogadores. É normal que seja um adversário de muito risco.

Um empate na Vila Belmiro poderá ser considerado um bom resultado?

Não, depende de como acontece. Se você merece ganhar e empata, não é bom. Se o outro time é melhor e você tem o empate, bem, poderia ser bom.

Da sua experiência no futebol brasileiro, o que destacaria de bom e de ruim?

De bom, organização, estádios, times fortes, estruturas de trabalho, jogadores de alto nível. Coisas negativas não sei, porque para mim a liga brasileira é a mais importante da América do Sul, a mais competitiva, forte. Agora que já tenho uma experiência, por mais que seja uruguaio, me sinto parte da cultura brasileira.