Agora a Libertadores da América é pra valer

A almejada fase de grupos da Libertadores é uma realidade para a torcida tricolor. Na noite de ontem, na Vila Capanema, o Paraná empatou com o Cobreloa (Chile), em 1 a 1, e carimbou a sua permanência na mais importante competição sul-americana.

Na soma dos resultados o Paraná despachou o antes confiante ?Zorros do Deserto? por 3 a 1, e agora se prepara para desbravar a América. Na próxima quinta-feira, o elenco paranista viaja à Venezuela para enfrentar o Union Maracaibo. O tricolor assegurou sua vaga no grupo cinco e, além do time venezuelano, terá como adversários Flamengo e Real Potosí (Bolívia).

O jogo na Vila Capanema não contou com jogadas maravilhosas e tampouco empolgantes. A briga pela posse de bola, o número excessivo de faltas e falta de critérios da arbitragem predominaram. Os gols marcados no segundo tempo serviram, ao menos, para brindar o torcedor tricolor que marcou presença e incentivou seu time durante todo o tempo.

A grande chance tricolor aconteceu aos 15. André Luiz cruzou da lateral direita e Josiel cabeceou forte. A bola quicou no chão-obrigando Hurtado a fazer ótima defesa. A partir dessa jogada, o Paraná começou a contar com a individualidade de Dinélson. O meia criou boas jogadas, mas os companheiros de ataque não conseguiam finalizar em gol.

O jogo permaneceu equilibrado até os 27 minutos, quando Goiano deu uma cotovelada em Rios e foi expulso. Com um jogador a mais, a equipe chilena passou a ter mais posse de bola.

O segundo tempo começou no mesmo ritmo truncado da etapa anterior. As equipes abusavam da ligação direta defesa-ataque. Zetti recuou o posicionamento de seu time para explorar o contra-ataque, pois o resultado construído em Calama favorecia o Tricolor. Ao Cobreloa só restava partir para cima e buscar os gols da classificação. Entretanto, a esperada pressão chilena acabou aos 15 minutos, quando Osorio recebeu o segundo cartão amarelo e foi excluído. Com as forças equilibradas, o Paraná explorou a velocidade dos seus atacantes e levou perigo à meta de Hurtado.

As faltas continuaram a ocorrer a todo instante e foi na bola parada que o Paraná chegou ao gol. Aos 27, Egídio cobrou falta da lateral direita e a bola encontrou a cabeça de Lima, que não desperdiçou. O atacante havia acabado de entrar em campo, substituindo Josiel.

A partida permaneceu morna, sem grandes chances de gol. Aos 43 minutos, Mannara acertou um bonito chute de primeira. A bola desviou em Neguette e enganou Flávio. O empate, porém, não renovou os ânimos dos chilenos, que não tiveram forças para buscar o resultado.

No outro jogo de ontem, o Santos goleou o Blooming por 5 a 0 e também se classificou.

Herói sai do banco

Lima nem tinha suado a camisa quando surgiu por trás da zaga chilena e fez o gol que selou a classificação paranista. Ponto para Zetti, que novamente mostrou ter estrela.

O técnico contou ter tirado Josiel por esgotamento físico, aos 25 do segundo tempo. Dois minutos depois, o substituto Lima abriu o placar de cabeça. ?Você nunca pensa que o jogador vai fazer o gol de cara, e sim que vai melhorar taticamente a equipe. Não poderíamos perder a ofensividade naquele momento.

O Josiel cansou a defesa e ficou mais fácil para o Lima?, falou o treinador.

O herói da partida, formado na Vila Capanema e que retornou este ano, vindo do J. Malucelli, comemorou o gol mais importante da carreira. ?Não acreditavam no Paraná, mas neste jogo provamos que podemos ir longe na competição?, disse o atacante, que se diz especialista no jogo aéreo. ?Centroavante tem que se aperfeiçoar neste tipo de jogada. A bola parada decide muitos jogos no futebol atual?, disse.

Goiano

Mesmo expulso num lance desnecessário, o volante Goiano foi lembrado pelos companheiros depois da partida. ?Dedicamos a classificação a ele, que ficou chorando no vestiário?, falou o meia Gerson. Ao sair do gramado, o volante tentou justificar a expulsão: ?Eles estavam batendo bastante?.

Zetti contou que todos os colegas abraçaram Goiano depois da partida. ?Conheço a personalidade dele. Vi que ficou muito abatido por achar que prejudicaria o grupo e tive que animá-lo no intervalo?, amenizou o técnico, que preferiu não criticar a atitude o comandado. ?Ele não teve intenção de ser expulso, mas na vontade de ganhar a bola acabou deixando o braço. Faz parte do clima do jogo, mas não queria que entrássemos na provocação.?

Libertadores
Gols: Lima aos 27 do 2º; Manarra aos 43 do 2º
Cartão amarelo: Mannara, Osorio, Beausejour (C), Daniel Marques e Beto (P)
Expulsão: Goiano aos 27 do 1º; Osorio aos 15 do 2º
Árbitro: Antonio Arias (PAR)
Assistentes: Atilio Invernizzi e Amelio Andino (PAR)
Renda: 247.765
Público total: 14.950

Paraná 1×1 Cobreloa

Paraná
Flávio; André Luiz, Daniel Marques, Neguete e Egídio; Goiano, Beto, Gerson (Joelson) e Dinélson (Xaves); Henrique e Josiel (Lima). Técnico: Zetti.

Cobreloa
Hurtado; Osorio, Olguín, Fuentes e Pérez; Rios (Beausejour), González, Paredes (Arangíz) e Diaz; Mannara e Barrios. Técnico: Gustavo Huerta.

Voltar ao topo