Advogado da Lusa vê clube já condenado ‘politicamente’

Sem apoio da Federação Paulista de Futebol (FPF) ou mesmo dos demais clubes de São Paulo, a Portuguesa não esconde seu medo com um possível rebaixamento via tribunal. Com julgamento marcado para segunda-feira no STJD, por causa da acusação de escalação irregular do meia Héverton, que teria de cumprir suspensão diante do Grêmio na última rodada do Brasileirão, o clube já teme pelo pior.

“Estamos muito preocupados, pois é um julgamento político, o que é inadmissível”, admitiu o diretor jurídico da Portuguesa, Orlando Cordeiro de Barros. “Tecnicamente é possível se defender. Politicamente, a Portuguesa já está condenada. Nessa hora a camisa pesa.”

Uma punição da Lusa, com a possível perda de quatro pontos, beneficiaria o Fluminense, que seria substituído pelo clube paulista entre os quatro rebaixados no Brasileirão. “Não vejo como virada de mesa, mas qualquer clube na situação do Fluminense pleitearia essa punição. Cabe ao tribunal usar apenas o caráter técnico”, afirmou Orlando Cordeiro de Barros, que não quer revelar muitos detalhes sobre a defesa que será utilizada. “Não sei se temos uma carta na manga ou um baralho inteiro, mas temos de nos defender e pronto.”

Um efeito suspensivo na punição de Héverton pode ser pedido. E o registro do telefone celular do advogado do clube, Valdir Rocha Silva, deve ser utilizado para provar que Osvaldo Sestário, o advogado que defendeu a Lusa no julgamento da última sexta-feira, não teria repassado à Portuguesa a informação de dois jogos de suspensão do jogador.

“Vejo com tristeza e lamentação o que estão fazendo (o auditor Washington Rodrigues de Oliveira declarou voto contra a Lusa antes do julgamento e o procurador Paulo Schmidt também disse que puniria o clube). É bem temerário ao pessoas, antes de receberem a denúncia (no caso do procurador do STJD) ou de iniciar um julgamento, já estarem fazendo um prejulgamento contra a Portuguesa”, protestou Orlando Cordeiro de Barros. “Isso é péssimo para o futebol brasileiro em ano de Copa. Tem um time que ganhou o direito de permanecer na elite dentro de campo e outro que não conseguiu e quer subir via tribunal, uma coisa bem ruim.”

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