Adriano vai para a França e não sabe se pode voltar

Depois da derrota para o Vitória, a torcida atleticana pode receber mais uma péssima notícia durante a semana: a possibilidade de ficar sem o meia Adriano no restante da temporada. O contrato do jogador com o Rubro-Negro expirou ontem e hoje ele já embarca para a França onde vai se reunir com os dirigentes do Olympique de Marselha, detentor de seus direitos federativos. A intenção é renovar o empréstimo por mais uma temporada, mas o Gabiru pode ficar em solo francês mesmo.

“Eu viajo amanhã (hoje) para a França com o Carletto (Antônio Sobrinho, assessor executivo), se eu não me engano, para negociar com o Olympique”, revelou ontem. De acordo com Adriano, ainda não está nada resolvido e é a partir das conversas dessa semana é que pode ser resolvida sua situação. “Espero que o meu procurador veja tudo para mim o mais rápido possível”, garante, sem saber ao certo onde vai jogar no segundo semestre.

Apesar de a direção dizer que está tudo acertado entre o Furacão e o jogador, o meia não deixa isso muito claro. “Aqui (Atlético) é ótimo, é maravilhoso, mas eu tenho que ficar onde é melhor para mim”, declara, com um ar de quem está querendo uma nova chance no Velho Mundo. Após a convocação para disputar a Copa das Confederações pela seleção brasileira, Adriano voltou a ser destaque na imprensa internacional, o que aliado a seu bom desempenho no Rubro-Negro pode impulsionar uma nova aventura no exterior.

Coincidentemente, o meia volta justamente para o lugar onde esteve passeando na semana passada. Quando a expectativa era de que o próprio Adriano poderia agilizar a renovação do contrato, ele e a esposa se reuniram com Kléberson e senhora para fazer compras na Europa. Agora, vai de novo para Paris e corre o risco de ficar de fora da partida contra o Corinthians.

Arena amanheceu com “Fora Petraglia” nas paredes

O presidente Mário Celso Petraglia, do Atlético, classificou as pichações na Arena contra sua administração como sendo da oposição que tem no clube. Após a derrota para o Vitória, o time caiu para a 18.ª posição no campeonato brasileiro e, aparentemente, gerou um protesto durante a madrugada de ontem. Pela manhã, funcionários do clube trataram de apagar as mensagens de “Fora Petraglia”, mas quem se aproximava da entrada do Estádio Joaquim Américo ainda podia constatar o resultado das manifestações.

O autor das pichações escolheu o lado mais nobre da Arena para expor seu pensamento. Em três paredes (pastilhadas) da frente (nas bilheterias, próximo ao elevador e junto à loja do Atlético) a frase era a mesma e pedia a cabeça do dirigente atleticano. No entanto, Petraglia usou o bom humor para tratar do assunto. Dizendo não saber do ocorrido, contou que os imperadores mandavam cortar a cabeça dos arautos das notícias ruins. Tudo para não se incomodar e chegou até a atribuir as pichações a torcedores de times adversários.

Mais sério, classificou o ocorrido como sendo um ato de opositores dentro do clube. Quem seria, ele não soube responder. “Não sei, não assinaram, não é? Deve ser algum descontente. Nem Cristo conseguiu unanimidade, quem dirá eu”, repetiu mais uma vez. As eleições para o conselho deliberativo e conselho gestor estão previstas para dezembro.

Influenciado ou não pelas frases de “Fora Petraglia”, o dirigente atleticano convocou uma reunião hoje com a comissão técnica. “Essa reunião é para avaliar o que está acontecendo com o time fora de casa”, revelou, sem entrar em detalhes sobre os motivos que levariam a equipe a jogar de um jeito na Arena e de outro fora de casa. Segundo ele, o Atlético está muito aquém das expectativas e precisa melhorar muito. “Estamos trabalhando, isso está muito ruim e temos que corrigir os erros”, apontou.

De acordo com Petraglia, o técnico Osvaldo Alvarez não corre risco de perder o emprego caso sofra mais um resultado negativo. “Não será uma derrota que irá destruir todo um trabalho”, promete. Ainda segundo o dirigente, o time está passando por uma reformulação e isso requer tempo para que os ajustes aconteçam, mas não pode se afastar muito dos ponteiros da competição. “O Atlético não se propôs a ganhar o título num ano de renovação. Nós temos a obrigação de ganhar daqui a um ou dois anos e, em relação a este campeonato, vamos esperar mais para ver aonde vamos chegar”, finalizou.

Voltar ao topo