Adriano promete não decepcionar

Adriano Leite Ribeiro, nascido e criado há 20 anos na favela carioca de Vila Cruzeiro, na Penha, continua a viver um sonho. Ontem, ao receber a notícia da sua convocação para seleção brasileira de Carlos Alberto Parreira, ele voltou a sentir-se muito agradecido ao futebol que Deus lhe deu.

A única preocupação que confessou ter depois de ser informado da convocação foi a de não deixar mal o seu ídolo e maior responsável por sua transferência para o futebol italiano: Zico, que, na sua opinião, tem sido um segundo pai para ele. “O Zico disse que tem a maior confiança no meu futebol e que não tem a menor dúvida de que serei muito útil para a seleção brasileira. Hoje, a minha intenção é não desmenti-lo e fazer o máximo para que sua promessa se transforme em realidade”, afirmou Adriano.

Mas a melhor e mais convincente explicação para a convocação de Adriano pode ser encontrada nos números e fatos que há dois anos vêm marcando suas atuações no futebol italiano. Primeiro, como jogador da Inter de Milão. Sua estréia com a camisa do Inter não poderia ter sido mais bem – sucedida: jogando contra o Real Madrid no Estádio Santiago Bernabeu, em agosto de 2001, marcou um gol de placa que continua a ser recordado tanto em Madri como na Itália. Foi um gol que quebrou um tabu de mais de 15 anos, tempo que a Inter teve de esperar para voltar a derrotar o Real.

Apesar da proeza, Adriano não esquentou lugar no time de Milão, no qual na época jogavam atacantes como Ronaldo, Vieri e Kallon. Poucos meses depois do golaço feito em Madri, por sugestão do técnico do Inter, Héctor Cúper, Adriano aceitou a idéia de fazer um estágio na Fiorentina. Estágio que lhe serviria para se ambientar melhor no futebol italiano e que se prolongou até julho do ano passado, quando o presidente da Inter, Massimo Moratti, decidiu cedê-lo por empréstimo ao Parma.

Adriano está aproveitando ao máximo todas as oportunidades na Itália, impondo-se como o principal artilheiro da sua equipe (com 9 gols) e o terceiro goleador da Itália. Números que já o fizeram ídolo do Parma, um clube pequeno e muito rico que este ano tem tudo para participar do circuito das copas européias. Copas que rendem muito dinheiro e que acabam por se transformar em vitrines de grande prestígio para o jogador.

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