Adriano é a novidade no Coritiba contra o Santos

Não há tempo para descanso. Após uma desgastante viagem de volta do Peru, e a inevitável ressaca do título da Copa América, o lateral-esquerdo Adriano retornou aos treinos no Coritiba – e já como titular, pois Ricardo foi vetado pelo departamento médico por causa de uma contratura muscular na coxa direita. Com isso, um dos 22 campeões continentais será a principal novidade do Coxa contra o Santos.

A princípio, Adriano ficaria no banco de reservas, pois Antônio Lopes não pensava em alterar a equipe. Mas a lesão de Ricardo – que o tira das partidas de amanhã e domingo, contra o Vitória – mudou os planos do treinador alviverde. “No momento em que você tem boas opções, dá para ficar mais tranqüilo”, reconhece o Delegado. O lateral diz estar pronto para jogar. “Trabalhei muito forte durante a competição com os preparadores físicos (Paulo Paixão e Moraci Santana) e estou em forma”, garante.

Adriano retornou assustado com o assédio da imprensa, que foi em peso ao CT da Graciosa para ?recepcioná-lo?. “A gente não sabia muito como as coisas andavam por aqui”, explica o lateral, que foi um dos mais eufóricos após a suada conquista, conseguida nos pênaltis sobre a Argentina. “Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida”, confessa.

Agora, ele pensa em se manter próximo das listas de convocação de Carlos Alberto Parreira. Apesar de nem ter ficado no banco de reservas, a expectativa do lateral é continuar a ser chamado. “É isso que todo jogador acredita, e eu vou fazer o máximo no Coritiba para continuar perto da seleção”, resume Adriano.

Aposta com Rafinha na concentração

Quando Alemão acertou a bicicleta, Jefferson não defendeu e o atacante percebeu que tinha sido gol, pôs-se em prática uma comemoração planejada desde a véspera do jogo contra o Botafogo. Além da coreografia, ali confirmava-se a parceria das duas principais revelações do Coritiba no brasileiro. Companheiros de quarto nas concentrações, Alemão e Rafinha chegaram até a apostar sobre o que precisavam fazer em campo.

O lateral foi o primeiro a arriscar, falando sobre a coreografia a ser realizada após o gol. “Eu não quis combinar nada, porque achei que não ia dar sorte”, conta o atacante. Rafinha não ficou satisfeito, e garantiu que Alemão marcaria um gol contra o Fogão. “Então fizemos uma aposta: se eu fizesse um gol e ele não levasse o terceiro cartão amarelo, ele me pagaria um jantar”, confessa.

O meio da história é conhecido: Alemão fez, Rafinha não levou e a coreografia saiu, inclusive meio desajeitada (talvez pela falta de ensaios). E o jantar? “Ele me pagou a aposta no sábado mesmo”, garante o atacante coxa. E estava bom? “Muito bom. Muito bom mesmo!”, finaliza.

Alemão, sondado pelo Vasco, ainda festeja o gol

Tuta limpa a jogada e lança, de trivela. A bola chega alta, Alemão precisa saltar para dominar no peito. De novo a bola sobe, o passe curto fica inviável. Há duas possibilidades: o toque de cabeça e a bicicleta. Marcado por três jogadores do Botafogo e sem opções, o atacante do Coritiba não tem como passar. Sobra a tentativa arriscada, e ele não tem dúvidas. Assim nasceu um dos gols mais bonitos do campeonato brasileiro, que Alemão confessa não ter sido imaginado na hora do passe.

O atacante alviverde planejava fazer o papel do pivô, dominando e tocando rapidamente para quem viesse de trás. “Mas a bola subiu, não dava mais para colocar no chão”, conta ele. “Aí só tinha a bicicleta para arriscar. Quando eu tentei, não vi que a bola tinha entrado. Só quando vi a Império (Alviverde, torcida organizada do Coxa) vibrando e a poeira subindo que eu percebi que tinha sido gol”, revela Alemão.

O lance fez o jogador se transformar na nova sensação do campeonato brasileiro, uma das atrações do Coritiba na partida de amanhã contra o líder Santos, às 20h30, na Vila Belmiro. De sábado até ontem, ele concedeu diversas entrevistas, das normais (aos veículos de comunicação de Curitiba) até emissoras de TV e rádio do eixo Rio-São Paulo. “Foi muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Mas é legal, ainda mais para mim. Estou começando a carreira, e acabei aparecendo”, confessa.

Quando fala em ?começando a carreira?, Alemão não usa de uma força de expressão. Como jogador profissional, esta é apenas a sexta partida – antes, atuara como amador em um clube de Nova Iguaçu (RJ) e no Força Sindical, durante a Copa São Paulo. O atacante já aparecera bem em outras partidas (marcara antes dois gols, contra Corinthians e Vasco), mas a bicicleta o fez ?explodir?.

E tal exposição acaba preocupando a diretoria coxa. O jogador foi sondado por outras equipes da Série A, como o próprio Vasco (ele está no limite do regulamento para transferências – se enfrentar o Santos, não poderá mais defender outro clube no brasileiro), e a intenção é definir um vínculo maior. “Por enquanto, eu tenho contrato com o Coritiba até o final do ano”, comenta Alemão, que é ligado ao empresário João Ituarte, que é ligado ao Prudentópolis.

Coincidência ou não, o mesmo vínculo de Liédson, que apareceu no Coritiba e depois acabou indo embora sem que o Coxa tivesse algum ganho financeiro – hoje, o atacante defende o Sporting de Lisboa. A comparação também é feita dentro de campo, pelo estilo lépido e pela rápida aparição. “Não acho muito isso, nós temos características diferentes”, despista Alemão.

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