Adílson muda esquema do Paraná

Pela primeira vez o técnico Adílson Batista altera a configuração tática de seu time. O Paraná Clube deverá mesmo recorrer ao 3-5-2 para o jogo de amanhã, no Rio de Janeiro, frente ao Vasco da Gama. A modificação foi embasada na postura do adversário e no fato de o Tricolor ainda não ter conseguido uma atuação convincente fora de casa (à exceção do empate contra o Santos, na estréia) neste Brasileirão. A mudança para a nova estratégia, porém, não foi tão brusca.

O treinador preferiu recuar um dos volantes para a defesa e desta forma quer seu time defendendo com maior coesão, mas contra-atacando com velocidade, praticamente num 4-4-2. A mudança mais significativa ficou por conta do deslocamento de Caio para a ala-direita – com a conseqüente saída de Valentim -, situação que Adílson Batista já trabalhara em outras oportunidades. “Precisamos de um bom resultado e o objetivo é encontrar uma fórmula de deixar nosso time menos vulnerável”, comentou o técnico.

Com a reformulação tática, Adílson preferiu recuar Goiano para a defesa, mas deixou claro que qualquer um dos volantes pode executar esta função. Tudo vai depender da postura do adversário. Esta alteração permitiu a Adílson manter Maurílio e Renaldo no ataque. Descartou, porém, que seja uma forma de “acomodar” os principais jogadores no time. “Não trabalho desta forma. É claro que procuro escalar os melhores jogadores sob o aspecto técnico. As variações, porém, foram testadas com base naquilo que vi do adversário”, explicou. Evasivo, não confirmou que este seja o time a iniciar a partida deste sábado.

“Testei esta nova opção, mas tenho mais um treino para fazer ajustes necessários”, ponderou. “Posso simplesmente manter o mesmo time que vinha jogando, optando apenas pela utilização de dois ou três volantes”, disse. “Não pretendo dar armas para o adversário. Assim como já vi vários jogos do Vasco, o Lopes também deve estar fazendo o mesmo”.

A preocupação é justificável. Nos jogos recentes, contra Paysandu e Internacional, o Paraná teve volume de jogo suficiente para pôr fim ao jejum de vitórias na condição de visitante, mas vacilou na marcação e depois teve que “correr atrás” do empate, que não veio. “Está faltando também um pouco mais de sorte e de tranqüilidade na hora de finalizar”, lembrou o goleiro Flávio. “Tenho certeza que no momento em que conseguirmos sair na frente do placar, vamos garantir a vitória jogando no erro do adversário”. O goleiro espera que o fim do tabu ocorra já neste sábado, frente ao seu ex-time.

“Não tive a chance de jogar, mas fiz muitos amigos e o ambiente entre comissão técnica, jogadores e diretoria era muito bom”, afirmou, já desfazendo qualquer clima de revanche que pudesse ser criado. “Só que agora estou aqui no Paraná e a amizade fica para antes e depois do jogo. Com a bola rolando, quero é a vitória para que consigamos novamente subir na classificação”, confirmou. Flávio aprovou o novo sistema aplicado no treino de ontem.

O meia Caio não se queixou por ter sido deslocado para a ala. “Espero que tudo dê certo e que consigamos anular as principais qualidades do Vasco”, disse. Mesmo em uma nova função, Caio não terá sua movimentação ofensiva restringida. A idéia é fixá-lo pelo lado para impedir a passagem do lateral adversário, mas com a liberdade de jogar em velocidade à frente, quando em posse de bola. “Vou ter que correr um pouco mais, mas faz parte”, analisou.

Objetivo é se aproximar do pelotão de frente

O Paraná inicia amanhã, no Rio de Janeiro, a maratona de sete jogos programados para este mês de julho. A luta é para não perder contato com o “pelotão de frente” do Brasileirão e desta forma impedir também a indesejável aproximação dos “retardatários”. Ao longo das onze primeiras rodadas, o Tricolor chegou a ser apontado como uma das surpresas da competição e se manteve entre os cinco primeiros colocados até o dia 1.º de junho, na goleada histórica sobre o Flamengo.

Porém, após quatro rodadas somando apenas mais um ponto, o time de Adílson Batista caiu para a 13.ª posição e agora tenta se reerguer fora de casa. O treinador sabe que somente com uma vitória convincente seu trabalho deixará de ser contestado pelos analistas. Além disso, este é o primeiro de uma série de quatro confrontos com equipes que estão em situação muito parecida com a do Paraná, nos chamados “jogos de seis pontos”. Se surpreender o Vasco neste sábado, o Paraná supera o clube carioca e tem grandes chances de terminar a rodada entre os dez primeiros.

“Uma vitória fora faz a diferença. É só ver a classificação”, lembra Adílson. Dos seis primeiros colocados, cinco já venceram pelo menos três jogos – o Cruzeiro venceu quatro – na condição de visitante. “Este é o grande diferencial”. Até mesmo o Goiás, lanterna do Brasileirão com apenas 9 pontos, já venceu fora de casa.

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