Adílson Batista é o novo técnico do Paraná

Rei morto, rei posto. O Paraná Clube ficou pouco mais de doze horas sem treinador. Após receber o impacto da repentina saída de Cuca – que vinha sendo assediado há semanas e se rendeu à pressão do Goiás -, a diretoria foi a campo e acertou com Adílson Batista.

O ex-zagueiro, revelado nas categorias de base do Atlético Paranaense, tem o perfil traçado pelo clube: juventude, vontade de vencer e liderança. Mesmo sem grande experiência como técnico, Adílson conseguiu em apenas um ano e meio uma seqüência da carreira vitoriosa que teve como jogador.

O curitibano Adílson Dias Batista, 35 anos, é agora o mais jovem treinador da Série A do Brasileirão. “Não sei se sou apressado, mas estava aguardando uma chance como esta, pois já havia propostas de pelo menos dois clubes da B”, comentou Adílson. Ele já esteve nos planos de Criciúma, Juventude e do próprio Goiás, que levou Cuca.

O novo técnico do tricolor trabalhou apenas em três clubes, até o momento. Começou a nova carreira em junho de 2001, no Mogi-Mirim. Com o clube paulista, chegou ao vice-campeonato da Série C. “Foi uma campanha muito boa, pois entre 65 times, chegamos em segundo e subimos para a segunda divisão”, lembrou. Depois, foi para o América-RN e em 2002 conquistou o título potiguar. Também no ano passado dirigiu o Avaí de Florianópolis na Série B e chegou até a segunda fase do torneio. Até aqui, Adílson conseguiu dar seqüência às conquistas que obteve como jogador: foram 23 títulos ao longo dos 13 anos de carreira, interrompida devido a uma lesão de joelho.

Adílson será apresentado ao elenco hoje pela manhã e pretende dar seqüência ao trabalho desenvolvido pelo seu antecessor, mas tendo como meta melhorar a produção fora de casa. “Temos somente 14% de aproveitamento como visitante. Isso precisa mudar”, disse. Líder nato, ele procurou assimilar os ensinamentos dos grandes treinadores com quem trabalhou, como Ênio Andrade, Luiz Felipe Scolari, Vadão e Nelsinho Batista. O treinador recebe um grupo formado e na oitava colocação e deixou clara sua meta: chegar entre os três primeiros e assegurar vaga na Libertadores, título que já levantou como atleta e capitão do Grêmio, quando ficou conhecido como “Capitão América” pela imprensa gaúcha.

Uma vitrine para novos técnicos

O Paraná Clube vem se notabilizando como um verdadeiro “trampolim” para técnicos de futebol. Nos últimos anos, Geninho, Bonamigo e agora Cuca conseguiram contratos expressivos após as boas campanhas à frente do Tricolor. Não é uma novidade, pois já em 1992 projetou Otacílio Gonçalves, que após o título da Série B daquele ano foi para o Palmeiras.

Sem exigir contratos ou multas rescisórias proibitivas, o Tricolor se expõe a esse risco. “É uma via de mão dupla, onde vale a palavra das duas partes envolvidas”, comentou o vice de futebol José Domingos. “Não ficamos com mágoa alguma do Cuca, muito pelo contrário, pois ele desenvolveu um ótimo trabalho”, frisou. A “pressão” sobre Cuca se iniciou na 5.ª rodada, quando o Paraná venceu o próprio Goiás.

Além do alviverde goiano, Bahia e Criciúma já haviam tentado tirar o treinador do Paraná Clube. A proposta de R$ 50 mil mensais, com contrato assinado, acabou prevalecendo na decisão de trocar o Paraná pelo atual “lanterna” do Brasileirão. Cuca levou ainda os auxiliares técnicos Cukinha e Omar Feitosa. Os três foram apresentados ontem à tarde e já comandam o Goiás amanhã, frente ao Cruzeiro, pela Copa do Brasil.

Cuca não quis confirmar se a demora para a contratação de reforços pesou na decisão ou não. “Foi uma questão de apostar num projeto e arriscar. Apenas isso”, comentou. Ele vinha há tempos pedindo mais um meia e um atacante. A diretoria já confirmou que esta semana deverá anunciar mais uma contratação. “Só que agora, pode haver uma mudança nos nomes contatados, pois dependemos da avaliação do novo treinador”, avisou José Domingos.

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