A bola vai rolar

A Copa chegou, mas até aqui muitos problemas surgiram

Vai começar a principal competição de futebol do planeta. A partir de hoje, o Brasil volta a ser o centro das atenções e a receber a Copa do Mundo depois de 64 anos de espera. Porém, o ritmo de festa e empolgação que vem, aos poucos, tomando conta do país teve contornos complicados desde que fomos escolhidos como sede da 20ª edição do Mundial.

No dia 30 de outubro de 2007 a Fifa anunciou em Zurique, na Suíça, que o Brasil seria a sede da Copa do Mundo de 2014, com todos os 20 votos do Comitê Executivo da entidade máxima do futebol. Na ocasião, os representantes nacionais na eleição comemoraram muito e garantiram que tudo seria muito bem preparado para receber o torneio. Mas não foi bem assim que aconteceu.

Com quase sete anos para construir ou reformar os estádios e também as obras de infra-estrutura, o Brasil teve muito atraso, entregando quase tudo em cima da hora. A começar pelo anúncio das 12 sub-sedes. Prevista para ocorrer até o dia 31 de outubro de 2008, as cidades só foram divulgadas no dia 31 de maio de 2009.

Cíciro Back
Renúncia de Ricardo Teixeira da CBF.

A partir dali começaram os preparativos e também os problemas para receber a Copa do Mundo. Muitos estádios tiveram dificuldades para serem levantados. Alguns só saíram do chão muito tempo depois do esperado. O resultado disso foi uma superfaturação nos custos e o valor total gasto foi de quase R$ 9 bilhões. Só como um comparativo, o orçamento previsto em 2010 era de R$ 5,3 bilhões. Para sediar a Copa em 2006, a Alemanha gastou R$ 4,2 bilhões.

Mesmo com tanto dinheiro gasto, as arenas ficaram prontas em cima da hora. Tudo era para ser entregue, no máximo, em dezembro de 2013, mas morte de operários, interdição de obras e falta de liberação de verbas fizeram com que algumas sedes entrassem em maio deste ano ainda com reparos a fazer.

Renúncia

Se já não bastasse o problema com os estádios, no meio do caminho o presidente da CBF Ricardo Teixeira renunciou ao cargo. No dia 12 de março de 2012, o mandatário da Confederação Brasileira de Futebol, envolvido em diversas polêmicas, como uma acusação de superfaturamento de amistosos e ações na Justiça, passando por CPIs e denúncias. No seu lugar, entrou José Maria Marín, quem em 2015 será substituído por Marco Polo del Nero.

Marco André Lima
Protesto do povo nas ruas. Problemas não faltaram.

Protestos

Mas não foi só o futebol que foi afetado diretamente com a escolha do país como sede da Copa do Mundo. Os altos valores gastos nos estádios levou o povo brasileiro às ruas, para protestar contra os problemas de saúde, educação, transporte público, segurança, entre outros. O ‘padrão Fifa’ virou sinônimo de qualidade. Durante a Copa das Confederações do ano passado, muitas pessoas protestaram, inclusive durante as partidas. No entanto, o que era para ser um evento pacífico virou caso de polícia, com protestantes mascarados e saqueando lojas. A tendência é que durante o Mundial, os protestos virem assunto mundial mais uma vez.