A aventura de Antígua e Barbuda dentro do Brasil

Rio Claro/ SP (Lancepress!) – Após o pentacampeonato conquistado na Ásia, o Brasil retomou a condição de melhor seleção do mundo. Portanto, local apropriado para se aprender futebol. Prova disso é que a seleção de Antígua e Barbuda, pequenas ilhas localizadas no Caribe, 150 no ranking da Fifa, já está no país tentando aprender os segredos dos jogadores brasileiros.

Comandados pelo técnico Wálter Gama, auxiliar de Renê Simões com a Jamaica na Copa de 98, na França, os 31 atletas (14 da seleção Sub-23) estão em Rio Claro, no interior de São Paulo, concentrados em uma chácara, e treinando. A delegação caribenha fica no Brasil até o próximo dia 31.

– O que faz um jogador é o número de jogos no ano. Se não tem a cultura no país, tem que buscar fora. E esses jogadores têm muita habilidade e querem aprender. O que falta a eles é malícia, coisa que o futebol brasileiro tem de sobra – explicou o treinador brasileiro.

A vinda da equipe foi possível graças a um projeto elaborado pela Fifa que ajuda 50 países com US$ 250 mil (aproximadamente R$ 700 mil) anuais a serem investidos na prática do futebol.

Todos os jogadores têm uma segunda ocupação. Enquanto alguns ainda terminam o colegial (o país não conta com nenhuma universidade), os mais velhos trabalham como gerente de banco, cervejeiro, chofer…

– O legal do país é que eles são muito positivos. Houve uma união e os jogadores acabaram sendo dispensados de seus empregos para vir ao Brasil. Os dois problemas que tivemos a Federação resolveu pagar os salários. Lá, só pode ter treinos após as 17 horas, quando os jogadores saem de seus empregos – explicou o auxiliar-técnico, o também brasileiro, Alfredo Montesso.

Se depender do nome, um jogador poderá, em breve, estar atuando por grandes clubes do mundo. Com apenas 19 anos e cursando Educação Física em uma Universidade dos Estados Unidos, o meia Desmond, mais conhecido como Zico, está próximo de conseguir seu primeiro contrato como profissional e defender uma equipe na Major League Soccer (campeonato nacional dos EUA). Fã incondicional do futebol do ex-craque do Flamengo, o pai de Zico queria dar este nome a Desmond, mas foi impedido pela esposa, que não autorizou.

– Já vi o Zico (do Flamengo) jogando algumas vezes em fitas e sei que realmente trata-se de um grande jogador. Gostaria de ser como ele -explicou, dizendo que, apesar de carregar o apelido desde a infância, seu ídolo mesmo é o meia Rivaldo.

Além de Zico, outros três jogadores podem estar perto de realizar o sonho do profissionalismo. Eles estão realizando testes no Montenegro, de Avaré, time que disputa o Campeonato Paulista da Série B-3 (sexta divisão) e têm chances de ficar no Brasil para a disputa da Taça São Paulo de Futebol Júnior, em janeiro de 2003.

– A nossa intenção é fazer com que alguns jogadores fiquem no Brasil. Acredito que pelo menos três devam ficar -espera o auxiliar-técnico Alfredo Montesso.

Se há uma mobilização pelo crescimento do futebol no país, a grande maioria dos 71 mil habitantes ainda têm o críquete como seu esporte preferido. Até agosto acontece o campeonato de críquete. Como o país tem apenas um estádio em boas condições, só depois é que o gramado é liberado ao futebol.

– Aqui no Brasil em todo lugar que se vai é possível encontrar

bons campos. Acredito que por isso seja o país do futebol -afirmou Schyan, líbero da Seleção.

Antígua tem 38 equipes divididas em três divisões. Não há futebol profissional no país. Os times são divididos mais ou menos por comunidades.

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