Paranaense

10 craques que fizeram história no clássico Atlético x Paraná

Atlético e Paraná se enfrentam neste domingo (8), às 19h30, primeiro encontro na Baixada versão Copa do Mundo. Clássico disputado pela primeira vez em 1990, já são 88 confrontos desde então: 36 triunfos rubro-negros, 24 paranistas e 28 empates. Relembre alguns personagens da história do clássico:

Lucas

São raros os gols classificados como “de placa” que efetivamente recebem a homenagem em metal para a eternidade. O atacante Lucas alcançou tal feito num jogo com o Paraná, vitória por 3 a 1 pelo Paranaense de 2000. Muito em função da jogada do companheiro Kelly.

O meia de nome “diferente” (de mulher) e futebol clássico partiu pela direita, aplicou uma meia-lua no paranista com um toque de letra e usou o mesmo artifício para cruzar. Lucas bateu de primeira e a obra da dupla, pelo menos até antes da remodelação da Baixada, estava lá gravada numa placa numa das paredes do estádio.

Mirandinha

O lépido atacante paranista marcou um gol capaz de provocar fenômeno raríssimo nos estádios, ainda mais em um clássico: o aplauso da torcida adversária.

Era o Paranaense de 1995 e o Tricolor venceu por 2 a 0. Lançamento na área atleticana, Mirandinha aparou e viu a bola fugir um pouco. De costas para a meta, o camisa 7 de bigode fino encontrou a solução genial: com um levíssimo toque de calcanhar, surpreendeu a todos e mandou para as redes.

O goleiro Gilmar está até hoje sem reação na área do Couto Pereira e o tento rendeu uma placa para Mirandinha no Durival Britto.

Dênis Marques

O herdeiro das trancinhas de Oséas anotou um tento que virou vinheta de programa esportivo na televisão. Com toda justiça.

O lance ocorreu na vitória do Furacão por 4 a 0, pelo Brasileiro de 2004. O avante recebeu a bola na entrada da área, pelo lado direito. Deu um “comes” no zagueiro, que quase se estatelou no gramado. Outro defensor veio em socorro e também ficou para trás. Um terceiro tomou uma meia-lua. E na saída do goleiro Flávio, Dênis tocou de chapa para o gol do Joaquim Américo.

João Antônio

O Mestre João, como ficaria conhecido, fez um gol que pode ser descrito como “voleio nas estrelas”. Um misto de acrobacia de circo, golpe de capoeira e passo de break. Valeu o triunfo por 1 a 0, no Couto Pereira, pelo Estadual de 1993.

A bola foi alçada na área em um lateral cobrado do lado esquerdo. Pererecou na defensiva rubro-negra até que o volante saltou espetacularmente, na entrada da área, e acertou um balaço que por pouco não arranca a trave do estádio. A esfera ainda tocou no chão antes de balançar o barbante.

Cristian

O meia que gostava de ostentar um visual “transado” fora dos gramados, um lance meio mendigo-chic, também entrou para a história do embate, no clássico vencido pelo Tricolor por 1 a 0, na Baixada, pelo Paranaense de 2008.

Jogados 24 minutos da etapa inicial e Cristian desaba no gramado e reclama ter sido atingido p,or um objeto atirado pela torcida atleticana – mais tarde se descobriria que se tratava de uma “bala”, não de revólver, o doce mesmo.

Depois de muita confusão, o Paraná aproveitou a desatenção da zaga rubro-negra para marcar o gol da vitória. Éverton cruzou e Joélson desviou para as redes.

Flávio

O Pantera, como ficou conhecido, marcou sua passagem pelos dois clubes.

Pelo Furacão, levantou seis canecos: quatro Paranaenses (1998, 2000, 2001 e 2002) e dois Brasileiros, o da Série B (1995) e da Série A (2001). Apesar disso, saiu pela porta dos fundos da Baixada, irritado por não ter sido procurado pela diretoria atleticana para renovar o contrato.

Depois de passar pelo Vasco desembarcou na Vila Capanema em 2003. E, do outro lado da Av. Engenheiros Rebouças, foi campeão Estadual em 2006. No período, não escondia a mágoa do Furacão. Sentimento que deixou de lado quando retornou ao Joaquim Américo em 2011, para comemorar com os antigos companheiros os 10 anos da conquista nacional.

Washington

Desenganado para o futebol, por causa de um problema no coração, Washington reviveu para a bola com a camisa do Atlético. Após 14 meses afastado, em tratamento da doença cardíaca, retornou diante do Paraná, e já marcando gol, na vitória por 3 a 0 pelo Paranaense de 2004, na Baixada.

Cruzamento na área paranista, vindo da direita, o grandalhão meteu o pé direito nela e mandou para as redes. Ajoelhou no gramado e ergueu os braços para o céu, no lance que o camisa 9 chamou de “gol da vida”.

Lima

O atacante foi personagem central da primeira vitória do Paraná dentro da Arena. Triunfo por 3 a 1 pela semifinal do Estadual em 2007.

O Furacão vencia por 1 a 0, gol de Alex Mineiro, cobrando pênalti com paradinha. Já aos 17 minutos do segundo tempo, bate e rebate na área atleticana quando, ele mesmo, Lima, livre, leve e solto, mandou para o fundo das redes.

Na comemoração, o avante tricolor provocou a torcida rubro-negro com o indefectível sinal de “silêncio”.

Kléber

O maranhense, apelidado Incendiário, e conhecido pelo Brasil como Kléber Pereira, não traz boas lembranças aos paranistas. No primeiro jogo da final do Paranaense de 2002, o camisa 11 do Furacão marcou quatro gols na sapecada por 6 a 1 na Baixada.

Abriu o placar cobrando falta, algo raro na carreira do jogador. Depois, puxou contra-ataque pela esquerda e soltou um foguete no ângulo direito do goleiro Neneca. Já na etapa final, invadiu a área pelo lado esquerdo e deu um tapa cruzado. Fechou o massacre pessoal chutando forte após toque de Alex Mineiro. Em 2007, o jogador ainda seria decisivo para o rebaixamento do Tricolor, ao marcar três gols na virada do Santos em plena Vila Capanema.

Chuva

O fenômeno meteorológico entrou para a história do confronto. Atlético e Paraná fariam o clássico do domingo, dia 16 de fevereiro de 1997. Entretanto, uma tempestade se abateu sobre Curitiba naquela tarde e pôs o Pinheiro debaixo d’água ,– teve torcedor, sarrista, que foi ao estádio de pé de pato e máscara para mergulho.

Sem condições alguma de a bola rolar, a partida foi adiada para segunda-feira à noite. E sem tempo para organizar a questão dos ingressos, ficou decidido que o jogo seria de portões abertos.

Totalmente “de grátis”, o povão invadiu o estádio da Federação Paranaense de Futebol (FPF) e possivelmente, pois não houve registro oficial, quebrou todos os recordes de público. Ao término do cotejo, disputado com muita lama, o Furacão venceu por 3 a 0.