Esta segunda-feira não é um dia fácil para quem viveu e respirou o ritmo desta redação que pulsa com Curitiba. O término da versão impressa da Tribuna do Paraná não é o encerramento de um ciclo, mas a celebração de uma história gigante, escrita por centenas de profissionais que ajudaram a construir um dos jornais mais queridos e importantes da cidade.
Por 69 anos a Tribuna impressa foi presença diária nas casas, nas bancas e nas conversas dos curitibanos. Foi companheira fiel, voz das ruas, um verdadeiro reflexo de Curitiba com suas belezas e problemas. Nesta gigante redação eu vivo intensos 17 anos de jornalismo, marcados pelo turbilhão de uma redação vibrante, com muitos amigos, e o silêncio de uma pandemia que nos exigiu força e sensibilidade.
Foram dias difíceis, sim, mas também cheios de boas histórias, de personagens inspiradores e da certeza de que informar é, acima de tudo, ajudar e conectar pessoas.
Para esta centena de profissionais a Tribuna foi mais que um trabalho: foi escola, foi casa. Um espaço onde aprendemos ética, urgência, empatia e amor por Curitiba. Nesta segunda-feira, ao virar esta última página, o sentimento é de gratidão e orgulho. O papel se despede, mas nosso legado segue vivo no digital e na memória afetiva de cada leitor que se informou, se alegrou e comemorou com a Tribuna nas mãos.
Essa missão que tanto amamos não termina aqui, mas ela se renova, com fôlego e a mesma paixão no www.tribunapr. com.br”.
“Uma memória muito viva da minha infância é a de ir sempre à mesma banca de jornais, fosse com meu pai ou com meu avô. Desde então, naquela mesma banca, a Banca do Gilson, no São Brás, a Tribuna estava lá, quando eu ainda nem imaginava que um dia seria também jornalista. Desde que entrei na Tribuna, passei a comprar os jornais, agora com textos meus também, no mesmo lugar. Poucos, como eu, têm a oportunidade de contribuir com o próprio elo entre o presente e o passado de suas vidas. De viver, ao mesmo tempo, a lembrança e a continuidade. A Tribuna é uma herança que atravessa gerações e um patrimônio dos curitibanos, contado e construído por nós mesmos”. Julia Moreira, repórter.
“A Tribuna impressa me remete a memórias pessoais muito importantes. Quando eu era criança, lembro do meu pai sempre parar em uma banca para acompanhar as notícias de esporte pela capa da Tribuna. Anos depois, algumas capas que ele parou para ver eram de reportagens que eu escrevi. Isso resume um pouco do quanto ela está presente há anos nas nossas vidas, com notícias relevantes em meio a correria do dia a dia”. Carol Maltaca, repórter.
“A Tribuna fez a minha história. Meu pai, o ‘seo Dante’, levava eu e meu irmão ao jornal. Brinquei muito por lá. Fiz amigos, cresci rodeado de grandes profissionais e lembro bem do primeiro dia de empregado na montagem de fotolito, depois fui digitador e diagramador/paginador. Vieram conquistas, faculdade e conheci na redação a jornalista, que é a minha esposa e mãe dos meus filhos. Posso dizer que não diagramei a Tribuna, foi esse JORNAL que diagramou a minha vida!” Dante Alberti, paginador.
“Diante da correria da rotina, o impresso estava ali para mostrar o comportamento do leitor ali, ao vivo. Sempre espiava como as pessoas folheavam cada edição, o que observavam. Era gratificante notar que cada notícia era lida com atenção, comentada, discutida. Tantas histórias que escrevi e que chegaram até o leitor com o mesmo entusiasmo que vivi durante as entrevistas, estampadas no papel, tangíveis. Carrego uma sensação de gratidão, consegui fazer parte de um pedacinho da história desse jornal tão importante e especial para os curitibanos”. Eloá Cruz, editora.
“A Tribuna pra mim representa sentimento de amor, no qual dediquei 22 anos do meu trabalho sempre com carinho e fazendo aquilo que gosto e me colocando no lugar do leitor sempre pra entregar um produto da melhor qualidade e conteúdo, para que o nosso leitor esteja sempre atualizado do dia a dia de nossa cidade. Infelizmente esse ciclo chegou ao fim. Tenho orgulho de ter feito parte dessa equipe da Tribuna que sempre foi ótima e agradeço a todos os leitores que nos acompanharam até o momento. Obrigado!!!” Johnny Mattozo, paginador
“Trabalhar com o jornal impresso Tribuna foi desafiador e gratificante. Ao coordenar as blitzes de distribuição, senti de perto o carinho do público curitibano — histórias de pais e avós lendo a Tribuna mostraram o quanto ela faz parte da memória afetiva da cidade”. Erico Ricardo – Supervisor de distribuição.
“Entrei piá na Tribuna, com 23 anos, trabalhando em uma das maiores redações do Paraná, com nomes de peso do jornalismo local. Na Tribuna fiz grandes amigos com os quais aprendi a fazer jornalismo sério, de credibilidade e com muito respeito a quem nos lê e, principalmente, aos que nos procuram para solucionar algum problema que ninguém conseguiu resolver ou contar uma boa história. Ajudamos milhares de pessoas nesta trajetória e todas elas foram importantes para formar a Tribuna, um jornal descontraído, mas sério e de muita responsabilidade. Seguimos essa linha no online. Orgulho demais fazer parte desta história”. Leonardo Coleto, editor.
“O que a Tribuna representa jamais vai acabar. O fim da versão impressa é um capítulo na gloriosa história do “jornal da galera”, da Tribuna do “Tamo Junto”, do jornal de todos os curitibanos. Nossa operação online é rica e cheia de possibilidades, com um time dedicado a contar para os leitores boas histórias e cumprir o bom papel do jornalismo”. Eduardo Luiz Klisiewicz, coordenador de conteúdo.
“A Tribuna impressa representa uma velha amiga, por quem tenho grande carinho. O impresso mostrou em vários momentos a riqueza de ter histórias contadas em um lugar físico. Em cada fonte emocionada em ter o jornal em mãos, confirmei a beleza do papel. Produzido com cuidadosa diagramação e muita tinta, o jornal alimenta o sentimento de que é possível guardar algo para sempre. A Tribuna faz parte de Curitiba e contou muitas histórias boas de quem vive na cidade. Uma dessas histórias é a dela mesma, que continuará viva nos recortes amarelados, nas minhas lembranças e também, no coração de todos que a leram”. Barbara Schiontek, editora.
“A Tribuna foi a minha segunda casa por mais de 20 anos. A redação era um ambiente familiar, com uma equipe muito entrosada. Tínhamos uma ótima conexão. Passei a admirar muitas pessoas com quem trabalhei, criei muitas amizades, algumas que levo até hoje. Realmente é muito triste ver uma parte da história ser enterrada desse jeito. Sei que a Tribuna fez a diferença na vida de muita gente e que agora entra pra história. Que o digital permaneça firme e mantenha vivo esse nome forte da imprensa paranaense”. Carlos Borio – Editor
“A Tribuna foi uma escola, minha segunda casa e também um porto seguro. Aprendi com os jornalistas e companheiros durante quase 40 anos e sinto muito orgulho de ter feito parte dessa família. Agradeço todos os dias a oportunidade e privilégio que muitos gostariam de ter. Me despeço desse brilhante jornal e também dos grandes companheiros de redação, pois estou me aposentando. Então, sendo o último dos fotógrafos da Tribuna no impresso, representando tantos outros que por aqui passaram, deixo aqui meus parabéns a todos que souberam conduzir a TRIBUNA até hoje. Obrigado, Tribuna!” Átila Alberti, repórter fotográfico.



