Por Eduardo Pimentel*

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“A Tribuna sempre foi parte da minha vida. Não apenas como leitor, mas como alguém que literalmente cresceu entre os corredores do Grupo Paulo Pimentel (GPP), na João Tschannerl. Lembro do barulho das rotativas, do cheiro da tinta e das bobinas de papel, das chapas de alumínio e dos fotolitos que davam forma às páginas. Era ali, naquele ambiente pulsante, que eu passava boa parte dos meus dias — primeiro acompanhando meu avô, depois como parte da equipe.

Comecei ainda jovem no setor de serviços gerais, aprendendo o que era rotina de empresa e convivendo com pessoas que dedicavam a vida a fazer o jornal acontecer. Depois, passei para o setor administrativo e, por fim, para a área de venda de mídia — e ali entendi o outro lado do negócio: a importância da publicidade, dos anunciantes e da relação de confiança com o comércio local. A Tribuna me ensinou o valor do trabalho, da responsabilidade e do compromisso com o público.

Meu avô, Paulo Pimentel, conduziu o jornal por mais de 50 anos, com a convicção de que o Paraná precisava de uma imprensa forte, popular e próxima das pessoas. A Tribuna foi exatamente isso: uma voz do povo paranaense, um espaço onde as notícias tinham o tamanho da vida real.

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É natural que o tempo traga mudanças. As plataformas digitais abriram novos caminhos para o jornalismo, e a Tribuna segue viva nesse novo formato. Mas o fim do impresso deixa um aperto — o tipo de saudade boa, que vem acompanhada de gratidão.

Fica o reconhecimento a todos que fizeram parte dessa história e ajudaram a construir esse símbolo da comunicação paranaense. A Tribuna marcou gerações, inclusive a minha. E, mesmo mudando de forma, continuará sendo parte da nossa memória e da nossa identidade.

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Eduardo Pimentel é prefeito de Curitiba