A Tribuna do Paraná nasceu de uma ideia ousada, daquelas que transformam o cotidiano em história. Era meados da década de 1950. O jovem advogado João Féder dividia o tempo entre o escritório na Praça Osório e as noites agitadas na redação de O Estado do Paraná, jornal então dirigido por Fernando Camargo e Aristides Merhy.
Certa noite, Camargo lhe fez um pedido simples: criar um jornal para vender “quinhentos exemplares nas filas de ônibus, no fim da tarde”. Mas Féder pensava grande. “Minha ideia é diferente. Quero criar um jornal para Curitiba.”
Foi assim que nasceu o projeto da Tribuna do Paraná. O nome veio de sua admiração pela Tribuna da Imprensa, do combativo jornalista Carlos Lacerda, no Rio de Janeiro, símbolo da resistência política e da coragem editorial.
A primeira edição saiu às ruas em 17 de outubro de 1956, com colunas inovadoras como as Tribuninhas (notícias curtas em poucas linhas) e as Triboladas (humor e ironia). O jornal caiu no gosto popular. Era direto, vibrante e falava a língua das ruas. Logo, o que era para vender algumas centenas virou um fenômeno. Nas bancas, nos táxis, nos bares e nas calçadas, lá estava a Tribuna. Um jornal para o povo e do povo.
Jean Féder, filho do João Feder que cresceu dentro da redação e viu a história toda acontecer tanto na sede da Rua Barão do Rio Branco, quanto na Vista Alegre – conta que a Tribuna era para ser um jornal vespertino. A primeira tiragem saiu às 16h. Mas vendeu tanto, que começaram a adiantar para 14h, depois para 12h, até se tornar um jornal matutino.
Tempos depois, um encontro mudaria para sempre o destino do jornal.
João Féder foi apresentado a Paulo Pimentel, então recém nomeado secretário da Agricultura do governador Ney Braga.
Nasceu ali uma amizade que se transformaria em parceria. Pimentel, inquieto e visionário, demonstrou interesse em investir na imprensa. Féder, por sua vez, sabia que o grupo O Estado do Paraná, do qual a Tribuna fazia parte, poderia ser vendido.
Com a ajuda de Féder, Pimentel negociou com os proprietários Fernando Camargo e Aristides Merhy e a venda foi fechada. Pimentel manteve Féder na liderança da redação e, com seu talento, o jornal se consolidou como o mais popular do Paraná, irreverente, combativo e apaixonado pela notícia.



