Curitiba 324 anos

Curitibano das Mercês, Luiz não troca o mau humor do clima da cidade por nada

Luiz na porta do Clube do Malte, onde é coordenador de operação de e-commerce (Foto: Raquel Tannuri Santana).

Quando era piá, o tecnólogo em logística Luíz Demetrio Mandu Kuiaski acreditava piamente que a Praça 29 de Março, no Bairro Mercês, era dele. Isso porque o nome da praça leva a data de seu aniversário. Luiz completa 38 anos na próxima quarta-feira, junto com a cidade aonde nasceu e vive. “Achava que a praça era minha. Brinquei muito lá”, justifica.

Morador do bairro até quatro anos atrás, Luiz é o filho do meio do casal Fernando Augusto Mandu, hoje aposentado da Copel e da dona de casa Maria de Lourdes Kuiaski. “Fui o mimado da turma”, brinca. Daqueles tempos guarda as lembranças das brincadeiras e de um bairro tranquilo, que com o passar do tempo foi crescendo.

Luiz é casado com a assessora parlamentar Aline Esteves de Castro, mas ainda não tem filhos. Envolvido com o trabalho, hoje é o responsável pela coordenação de operação do e-commerce do Clube do Malte. Ele também é formado em marketing e propaganda e levou sua experiência para a empresa, pioneira em criar um clube para os aficionados por cerveja.

“A loja daqui foi a primeira loja conceito da marca”, observa. Hoje já são duas unidades na cidade. O curioso é que Luiz não bebe. “Por isso mesmo que ocupo o cargo”, diverte-se. A loja une bar, restaurante e um empório, onde além de apreciar várias cervejas brasileiras e mundiais, a gastronomia foi elaborada para harmonizar com as bebidas.

Bairros do coração

Luiz trabalha com cerveja, mas não bebe (Foto: Raquel Tannuri Santana).
Luiz trabalha com cerveja, mas não bebe (Foto: Raquel Tannuri Santana).

Luiz afirma ser um “leite quente” de raiz. “Não consigo me imaginar morando em outro lugar”, afirma. De acordo com ele, o que o atrai na cidade, principalmente, é o clima. “Pode notar, todas as conversas na cidade giram em torno do tempo”, observa.

Atualmente, ele mora no bairro Rebouças, outro bairro de seu coração, já que abriga o estádio e o time para quem torce, o Atlético. “Não perco um jogo”, garante. Luiz destaca que o bairro reúne tudo o que ele aprecia. “Tem bares e restaurantes ótimos. Eu e minha esposa gostamos de passear nos shoppings, comer nas churrascarias e andar nas praças. É um lugar agradável para se viver”, garante.

Sem filhos, ele gosta mesmo é de reunir os amigos em casa, para comer e beber. “E graças a Deus tenho muitos deles”. Na próxima quarta-feira, certeza eles estarem juntos, comemorando.

 

História dos bairros

O bairro Rebouças recebe esse nome em homenagem aos irmãos e engenheiros Antonio Pereira Rebouças Filho e André Rebouças que construíram a ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá. O bairro está historicamente ligado à industrialização da cidade, pois até a criação da CIC., no início da década de 1970, era ali o “antigo” setor industrial, com as principais industrias de Curitiba, tais como: Mate Leão, Matte Real, Swedish Match (antiga Fiat Lux), Ambev (antiga fábrica da Brahma), entre outras.

Já o bairro Mercês vem de uma palavra originária do latim e significa graça, benefício ou proteção. A escolha desta palavra para ser o nome do bairro vem da religiosidade de seus moradores. No século passado seus habitantes faziam procissões em devoção à Nossa Senhora das Mercês. No século XVIII o lugar era denominado de Quateirão das Mercês ou Quateirão da Senhora das Mercês, mas também abrangia parte do que hoje são os bairros Vista Alegre e Bigorrilho.

Por volta de 1920, chegaram ao bairro os frades capuchinos Frei Ricardo e Frei Timóteo, procedentes de Veneza, na Itália. Com a chegada dos frades capuchinos a devoção a Nossa Senhora da Mercês aumentou. Em 28 de junho de 1926 começou a construção da Igreja das Mercês, terminada em 1929.