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No segundo turno, Lula se diz confiante na vitória e destaca: “É uma prorrogação”

Lula candidato pelo PT
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Reprodução/Instagram/Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou o resultado das eleições deste domingo (2), que colocou ele e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial. Em seu pronunciamento, Lula disse que a ida para o segundo turno “é apenas uma prorrogação”, e afirmou estar convicto de que vai vencer.

Lula contou que sempre trabalhou para vencer no primeiro turno, mas que o resultado lhe deu a oportunidade debater ainda mais contra o atual presidente. “Eu disse que toda eleição eu quero ganhar no primeiro turno. Mas nem sempre é possível. Eu sempre achei que íamos ganhar essas eleições, e nós vamos ganhar essas eleições. Isso para nós é apenas uma prorrogação. Vai ser importante para a gente fazer um debate tête-à-tête com o atual presidente da República”, afirmou.

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Lula disse também “quem sabe, pra desgraça de alguns” ainda tem 30 dias para fazer campanha e que pretende viajar mais e “conversar mais com as pessoas”. “Nós vamos ter que viajar mais, fazer mais ato, mais comício, mais debate. Vamos ter que conversar mais com as pessoas e vamos ter que convencer a sociedade brasileira daquilo que nós estamos propondo”, afirmou Lula.

O candidato do PT afirmou ainda que o resultado das urnas mostra uma mudança de cenário em relação às eleições de 2018, quando ele estava preso em Curitiba devido à condenação em processo decorrente da Operação Lava Jato. “Há quatro anos eu era considerado um cara jogado fora da política e eu disse que voltaríamos. Vocês sabem que o nosso país está pior, que a renda não está boa, a saúde não está boa (…). A sociedade está nos dando a oportunidade de recuperarmos esse país”, completou.

Primeiro turno da campanha de Lula

Apesar do discurso de otimismo, o resultado frustrou as projeções da campanha petista, que na reta final da disputa apostou no voto útil para tentar vencer ainda no primeiro turno. Desde então, Lula vinha cortejando o eleitorado Simone Tebet (MDB), que terminou a disputa com 4% dos votos válidos, e de Ciro Gomes (PDT), que terminou a disputa com 3% dos votos.

Em nota, a direção do PT informou que sabia das dificuldades e defendeu a busca por novos eleitores no segundo turno. “Nós sabíamos que não seria fácil e estamos prontos para a segunda etapa, que é a mais importante. Agora, vamos falar com mais gente, plantar as nossas sementes e trabalhar ainda mais para eleger Lula presidente do Brasil”.

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Ainda durante o seu discurso, Lula afirmou que a campanha de segundo turno já terá início nesta segunda-feira (3). De acordo com o petista, a direção do seu partido terá a missão de buscar os partidos dos demais candidatos que não avançaram na disputa.

“Eu quero dizer que começo amanhã [segunda-feira] a campanha e que o meu partido terá a missão de conversar com os demais partidos. A direção do PT vai precisar conversar com as outras forças políticas. A luta continua até a vitória final e esperamos contar com o apoio e a solidariedade do eleitorado”, disse.

Na sequência, Lula afirmou que será preciso mapear o país para ver como a campanha se dará no segundo turno. O petista, contudo, reforçou que a prioridade deve ser o estado de São Paulo, onde Fernando Haddad (PT) vai disputar o segundo turno do governo paulista contra o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do presidente Bolsonaro.

“Vamos tentar mapear o Brasil e ver quais são as regiões que precisamos andar mais. Teremos uma parceria muito forte aqui com Fernando Haddad. São Paulo será um grande palco de confronto nacional e estadual. Será um confronto de ideias e de programa”, completou.

Em coletiva após o resultado das urnas, Ciro Gomes não confirmou qual será o seu posicionamento na disputa de segundo turno. Em 2018, quando Bolsonaro disputou o segundo turno contra Fernando Haddad (PT), o pedetista ficou. Contudo, Ciro Gomes afirmou que, desta vez vai conversar com o seu partido, o PDT, para definir o que fazer.

“Estou profundamente preocupado. Eu nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação. Vou conversar com os meus amigos e o meu partido [nas próximas horas] para que a gente possa achar o melhor caminho para bem servir à nação brasileira”, disse Ciro Gomes.

Já a senadora Simone Tebet também não anunciou apoio para o segundo turno. A emedebista afirmou “que tem lado” e cobrou um posicionamento por parte do seu partido e das demais legendas que lhe apoiaram neste primeiro turno.