Greve e caos

Médicos do Hospital de Clínicas param as atividades

Muita confusão no primeiro dia de paralisação dos médicos do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Até quinta-feira, a classe protesta contra a medida provisória que reduz em 50% os salários dos profissionais da área na esfera federal. Cerca de 300 dos 369 médicos da instituição contratados pela UFPR cruzaram os braços, deixando de atender mil consultas eletivas (não necessitam de urgência).

Das 30 cirurgias marcadas, só nove foram realizadas. Também foram cancelados os exames que dependem de médicos, como endoscopia, eletrocardiograma e holter, por exemplo. O HC só atendeu urgência e emergência (com encaminhamento), pacientes já internados e em tratamento quimioterápico. Segundo a direção do hospital, a greve dos médicos não afetou o pronto-atendimento pediátrico nem a maternidade.

Reclamações

O prejuízo foi maior para quem veio do interior com consulta marcada no HC. É o caso do professor Flávio Canesin, que veio de Arapongas para tratar complicação na cirurgia bariátrica feita há um ano. “Minha consulta estava marcada há mais de seis meses,vim aqui e não fui atendido. E pior, nem consegui remarcar a consulta. É pura incompetência porque nem avisaram toda essa gente da greve”, desabafa.

A dona de casa Terezinha Lopata viajou 150 quilômetros, de Irati até aqui, para também não ser atendida. Há pouco mais de três meses havia marcado consulta com especialista em reumatologia. “O que a gente fica mais indignada é a falta de aviso. Eles sabiam que muita gente tinha consulta marcada para esses dias. Custava ligar ou enviar qualquer tipo de aviso para alertar sobre a paralisação. Mas não recebemos nada. Só um não na porta da clínica”, conta.

A aposentada Sidneia Prado saiu de Foz do Iguaçu e ficou quase 10 horas no ônibus, porque tinha consulta com otorrinolaringologista. “Chegamos aqui e não tivemos nenhuma resposta ou satisfação. Simplesmente fecharam as portas, avisaram da greve e mais nada. Nem remarcar a consulta eu consegui. Agora vou ter que voltar para Foz, aguardar o fim da paralisação e vir de novo para Curitiba e reagendar a consulta”, reclama.

O HC orienta os pacientes que precisam reagendar consultas a ligar para o (41) 3360-7833. Para outras informações, o telefone é (41) 3360-1800.

Veja na galeria de fotos a situação do HC.