As aulas remotas foram uma exigência imposta pela pandemia. As aulas do EAD já existiam

No dia 17 de junho último foi publicada no Diário Oficial a Portaria do MEC nº 544 que substitui as aulas presenciais pelas aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia da COVID-19. O período de autorização para a substituição se estenderá até 31 de dezembro de 2020. Porém, as aulas na modalidade de ensino à distância (EaD) não sofreram alterações.

Vale lembrar que ter um diploma de nível superior na mão garante ao trabalhador brasileiro um salário, em média, 140% maior do que o profissional que parou os estudos no ensino médio. Os dados são da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Então, independente da modalidade escolhida – graduação presencial (agora, online) ou EaD –, o nível superior é necessário para quem quer se sobressair.

Diferenças

Martin Morães, professor coordenador dos cursos de Sistemas de Informação e Engenharia de Software do UniBrasil, explica que a principal diferença entre as duas modalidades de ensino é que as aulas remotas, exigidas neste momento de pandemia, ocorrem de forma online, no horário, dia e com o professor da disciplina e permite a interação entre professores e acadêmicos. Já no EaD as aulas são gravadas e a interação ocorre por meio de chat, fórum ou e-mail e o conteúdo é pré-estabelecido.

No online, segundo Morães, o conteúdo pode ser pré-disponibilizado por vídeos ou fotos e há a interação síncrona com o professor, “que vai expor, trabalhar o conteúdo, tirar dúvidas. A essência da diferença é que no online há o momento síncrono com o professor, enquanto que no EAD eles ocorrem em poucos momentos”, explica.

No UniBrasil as aulas remotas foram iniciadas apenas um dia após a suspensão das atividades presenciais, pois a instituição já vinha se preparando tecnologicamente desde o início do ano. Portanto, não houve danos no conteúdo programático.

A interação

Com a pandemia, a interação ficou um tanto prejudicada. No ambiente online, a interação de aluno com aluno depende do professor explorar isso. “A tecnologia que existe em função da pandemia fez a coisa aflorar. Embora essa tecnologia já estivesse disponível, no EAD ela não era usada para os alunos interagirem entre si. Mas como os professores do ensino presencial estão acostumados com essa interação, isso acabou migrando também para o ensino online”, completa o professor.

No sistema EAD sempre existiram propostas nas quais os alunos se reúnem presencialmente na universidade. Ou, agora, por meio da tecnologia.

Divulgação/Shutterstock
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A plataforma

O UniBrasil já tinha uma plataforma de ensino digital, o AVA — Ambiente Virtual de Aprendizagem. Os professores já o usavam como apoio ao ensino presencial, com a disponibilização de materiais e atividades a realizar.

Com a pandemia, além do AVA foi agregado o Teams, ferramenta de reunião online da Microsoft. “Ele entrou como ferramenta principal síncrona. Existia o AVA para materiais, avaliações, chat e fórum, e agora adotamos o Teams para ensino e aprendizado. Ali é que acontece o momento simultâneo”, explica Morães.

Vale ressaltar que não houve mudanças quanto ao conteúdo do ensino presencial, agora online. O planejamento continuou basicamente o mesmo. Houve alterações metodológicas principalmente para disciplinas que dependem de laboratórios, que tiveram que ser reprogramadas.

No início, lembra o professor, também se manteve uma elasticidade maior, uma flexibilização de prazos para todos se adaptarem. E apesar dos professores já conhecerem a ferramenta, houve mais capacitação e tutoria para atender os anseios e necessidades dos alunos e também dos próprios professores.

O EAD

Atualmente, 9 milhões de estudantes estudam pela modalidade EAD, segundo dados da Abed (Associação Brasileira de Educação à Distância). O UniBrasil oferece no momento 13 cursos de graduação em EAD e eles não sofreram alterações com a pandemia. Um mito que norteia o EAD, derrubado por Morães, é que essa modalidade de ensino seria “mais fácil”. “Não é fácil. Tem que ter disciplina, tem que estudar diariamente, raciocinar muito, ler e interpretar, outras competências exigidas para quem estuda mais tempo sozinho. O aluno é mentorado por tutores, pelo conteúdo e na plataforma, mas ele anda sozinho”, explica.

No EAD também há prazos como no presencial/online, mas o aluno percebe isso sozinho. No presencial, tem outra percepção porque existe a interação com os colegas e um acaba lembrando o outro sobre os prazos.

Então, independente do atual momento de pandemia, é importante manter as aulas do EAD – e também as aulas na modalidade presencial/online — até para não atrasar o calendário acadêmico. Nesse período de aulas remotas, é essencial continuar com a qualificação profissional, pois quando tudo se normalizar, o aluno estará atualizado com o que o mercado de trabalho estará buscando. No último ano, o UniBrasil recebeu pela segunda vez consecutiva a nota máxima 5 na avaliação do MEC no ensino presencial e a distância (EaD), e a nota 4 no Índice Geral de Cursos (IGC). A oferta do Mestrado e Doutorado em Direito avaliados com nota 4 pela Capes, que já formou mais de 100 profissionais, também destaca o UniBrasil.