Atenção começa na pesquisa da loja e vai até a escolha por modelos bons de revenda, segundo dicas de profissionais do Grupo Sulpar, de Curitiba

Por Renyere Trovão, especial para a Tribuna

A palavra “seminovo” presume que o veículo apresenta um estado de conservação quase de zero. Mas, nem todos são vendidos em boas condições. É importante ter muita atenção e paciência para não ser enganado pelas aparências.

O preço menor em relação ao carro novo é um chamariz e tanto, porém há outros quesitos que devem ser observados também para evitar uma dor de cabeça futura. Verificar a procedência do veículo e a confiabilidade de quem está vendendo são os primeiros passos.

Com experiência de 50 anos no mercado paranaense, o Grupo Sulpar virou referência em Curitiba não só na oferta de modelos zero km como também na negociação de seminovos. Principalmente, pelo respeito ao cliente e a preocupação em oferecer sempre um produto confiável.

Por isso, ouvimos dos seus profissionais dicas e cuidados na hora de adquirir um automóvel com até quatro anos de uso. Confira:

1. Não compre pelo impulso, pesquise antes

Pátio de seminovos da concessionária Toyota Sulpar, em Curitiba. Rodolfo Buhrer

A escolha de onde comprar é regra número 1 na busca pelo seminovo. Optar pela concessionária, revenda e feirão de fábrica colocam ao seu lado o amparo do Código de Defesa do Consumidor.

Dentre outros benefícios, ele protege o cliente com, no mínimo, três meses de garantia para o produto adquirido. Há marcas automotivas, como é o caso da Toyota e da Kia, que possuem programas de aquisição facilitada para modelos seminovos.

Com isso, o cliente terá acesso a certificado de procedência, em geral com um relatório com mais de 100 itens inspecionados, e garantia adicional de 1 ano.

Na internet, as informações sobre lojas e concessionárias possuem maior visibilidade. Uma simples checagem no Google sobre avaliações de uma empresa já pode lhe dar uma noção de como ela é.

“É claro que há exceções, porém comentários mais positivos do que negativos podem ajudar na escolha do estabelecimento”, salienta Tânia Macedo, gerente Comercial de Vendas de Novos e Seminovos da Toyota Sulpar Alto da XV, na capital.

Tânia Macedo, gerente Comercial de Vendas de Novos e Seminovos da Toyota Sulpar Alto da XV, na capital. Foto: Rodolfo Buhrer

2. Checar a documentação do veículo

Volta e meia nos deparamos com aquele anúncio: ‘único dono’. Será que isso é verdade mesmo? Para ter certeza, é fundamental conhecer o passado do veículo.

Saber se há passagem por leilão, bloqueio judicial, se já sofreu sinistros, se há restrições por débitos anteriores e, é claro, se está todas as revisões em dia. 

“A checagem da documentação é imprescindível na hora da compra. Isso é tão importante quanto a questão estrutural do carro. A consulta prévia deve cumprir uma série de requisitos para que o veículo possa ser comercializado sem causar danos para o comprador”, salienta Wilian Takenaka, gerente de Novos e Seminovos da Kia Sulpar, concessionária que o compõe o grupo curitibano. 

Melhor é gastar um tempo com uma pesquisa profunda do que se arrepender da compra depois. E lembre-se que o documento apresentado precisa ser original e o comprador deve verificar o nome do proprietário, a placa, o número do chassi, entre outros.

De posse dos dados, faça consultas em sites e aplicativos especializados nesse tipo de serviço, que pode ser gratuito ou cobrado, além do próprio site do Detran.

Wilian Takenaka, gerente de Novos e Seminovos da Kia Sulpar. Foto: Rodolfo Buhrer

3. Quilometragem baixa não é sinônimo de boa conservação

Mesmo quando se fala em seminovo, é comum encontrar no mercado carros com o hodômetro abaixo dos 50 mil, porém apresentando um estado de conservação que parece ter bem mais de 100 mil km.

Se o marcador não estiver adulterado, o que é recorrente no setor (leia mais abaixo), significa que faltou ao dono anterior a preocupação com as revisões periódicas na concessionária.

“O cuidado e a manutenção preventiva de um veículo farão com que ele mantenha as principais características de um seminovo bem cuidado. Pois nas revisões, além dos itens básicos, são realizadas inspeções de componentes adicionais como medida preventiva”, observa Wilian.

De cara, é fundamental analisar o aspecto físico do veículo, como pintura original ou não, para verificar se já houve reparo de funilaria, por exemplo, pintura mal realizada e ferrugens.

Já por dentro, é preciso avaliar o aspecto de bancos, volante e painel, e ainda o funcionamento do ar-condicionado e vidros elétricos (se tiver), entre outros.

“Na Sulpar temos os serviços estéticos para manutenção, prevenção e cuidado a longo prazo de pintura, interior e revestimentos de bancos. Tudo para que a originalidade do veículo seja mantida e/ou preservada”, ressalta o gerente.

A Sulpar aplica serviços que mantêm preservados por mais tempo a pintura e as condições do estofamento. Foto: Rodolfo Buhrer

4. Itens mecânicos a serem checados

Fazer um test drive no seminovo pretendido é essencial para conferir se tudo está em ordem. Se puder levar um mecânico de confiança a tiracolo, melhor ainda, já que ele terá um olhar especializado em descobrir se algo está errado.

Confira tudo, desde como o volante está alinhado, qual o barulho que a porta faz e se há os ‘grilos’ quando se passa por buracos. 

Tente também manter a aceleração em rotações mais altas por um tempo para ver se o motor não falha. Mesmo que estiver tudo em ordem, dirigir o carro o levará à certeza se era aquele modelo mesmo que você queria – ou decretará sua reprovação.

Os principais sistemas que devem ser checados, primeiramente, devem ser os de segurança, tais como freios, pneus e suspensão.

“Se estiver com todas as suas revisões realizadas na concessionária, haverá o histórico de todos os serviços já registrados no veículo, deixando assim, uma segurança maior ainda para o comprador”, destaca Gesiel Vieira, coordenador de Oficina da Toyota Sulpar Alto da XV, na capital.

Gesiel Vieira, coordenador de Oficina da Toyota Sulpar Alto da XV. Foto: Rodolfo Buhrer

O profissional explica que se o interessado for leigo no assunto, o ideal é que leve o veículo até uma concessionária para uma análise apurada antes da compra. E, também, para verificar sinais de uso do automóvel, principalmente nos itens de desgaste natural, como pneus.

“É importante observar se os componentes estão condizentes com a quilometragem do veículo. Dificilmente um modelo com baixa km terá de trocar os pneus, bateria, estofamento de bancos e volante”, explica.

A pessoa deve ter em mente que tudo que não estiver de acordo no ato da compra, será bancado por ela depois, encarecendo a aquisição do automóvel.

5. Cuidado com hodômetro adulterado

A adulteração do hodômetro para diminuir a quilometragem é uma prática corriqueira no mercado. Para evitar este tipo de situação é muito importante ficar atento a sinais no veículo, como desgaste dos pneus, volante, painel e bancos.

Os pneus, por exemplo, costumam apresentar desgastes por volta dos 40.000 ou 50.000 km, e isso deve bater com a quilometragem. Desconfie se o hodômetro apontar 30.000 km e os pneus ainda estiverem novos. Tente descobrir o porquê da disparidade.

“O relatório completo sobre o estado do veículo é de extrema importância. E na Sulpar, além de 100% dos veículos serem aprovados em laudo cautelar, temos a revisão de entrada do seminovo para análise da km e demais itens”, afirma Gesiel Vieira.

Tanto a Kia quanto a Toyota Sulpar possuem um scanner que identifica se o hodômetro foi mexido. E todos os seminovos que entram no showroom das quatro lojas do grupo – três em Curitiba e uma em Paranaguá (Toyota) – passam por essa verificação.

A Kia e a Toyota Sulpar usam um scanner para checar se o hodômetro foi mexido. Foto: Rodolfo Buhrer

6. Olhe os carimbos no manual do proprietário

Uma boa forma de checar se todas as revisões foram feitas no período correto é consultar o manual do proprietário. Lá consta os carimbos de revisões e manutenções periódicas do veículo, além dos registros em sistemas da concessionária onde foram realizados os serviços.

“Assim, é possível certificar se o veículo foi bem cuidado e até mesmo conferir se a garantia do fabricante ainda está vigente. No caso da Kia e Toyota, a garantia é de cinco anos (para modelos fabricados a partir de 2020)”, diz Tânia Macedo.

7. Dê preferência marcas e modelos bons de revenda

Ninguém gosta de perder dinheiro numa negociação. Portanto, optar por marcas e modelos com baixo índice de desvalorização no mercado podem ajudar numa negociação futura.

De acordo com Tânia Macedo, os veículos que possuem um bom valor de revenda são aqueles que irão desvalorizar menos lá na frente. A gerente conta que tem a desvalorização natural por uso do automóvel, porém, existem veículos com boa liquidez no mercado, que sempre vão depreciar menos.

“Nos casos de Kia e Toyota, ambas possuem os menores índices de desvalorização do mercado. E a desvalorização, basicamente, não se dá apenas pelo modelo do carro, mas também pelo cuidado que ele recebeu após a sua saída da concessionária”, enfatiza.

Tânia lembra que cada seminovo é único, mesmo que seja da mesma marca e modelo. “Os cuidados são diferentes, portanto, um veículo que recebeu sua manutenção preventiva desvalorizará menos do que o que não recebeu”, finaliza.

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