Os Piores livros de 2013

Não se assuste, o mês de janeiro é normalmente uma época de balanço, portanto, depois de lembrar dos melhores livros de 2013 e os mais aguardados de 2014, nada mais justo que elencar os maiores fracassos do ano passado. Já adianto que a lista é pessoal e está estritamente relacionada ao que gosto de ler.

10. Inferno – Dan Brown (Arqueiro)

O grande problema de qualquer livro do autor de O Código da Vinci (2003) é que todos os livros são iguais. Não negue. No começo de cada livro Robert Langdon se vê às voltas com um assassinato e posteriormente o herói precisa descobrir algo escondido por alguma organização ou qualquer coisa do gênero, para terminar em um romance com a mocinha. Se isso acontece apenas uma vez nada faz mal, mas quando se estende por quatro livros – Anjo e demônios (2001), O Código da Vinci, O Símbolo perdido (2009) – existe algo de errado com o escritor. Com Inferno (2013), a fórmula é a mesma, a única diferença é que o ferido do começo de todo livro é o próprio Langdon.

9. Finale – Becca Fitzpatrick(Intrínseca)

Depois da febre bizarra dos vampiros – tudo culpa da saga Crepúsculo (2009) -, as editoras precisavam de outra coisa sobrenatural para povoar as mentes do público infanto-juvenil. O que elas escolheram? Anjos. Finale é o final (óbvio, não?) de uma série que começou com Sussurro (2010) e conta a história de Nora Grey, que vê a estabilidade de sua vida ameaçada com a chegada de um novo aluno na escola.

8. Eu, Alex Cross James Patterson(Arqueiro)

Patterson é o típico escritor-midas, aquele em que tudo o que toca vale ouro. Com Eu, Alex Cross o prognóstico não poderia ser diferente. O problema é que o livro deixa a desejar. Assim como os dois livros anteriores, esse também faz parte de uma série, no caso, a obra em questão é a 16º da saga do detetive Alex Cross. O enredo é muito simples, Caroline, sobrinha de Cross, é morta e ele sai à caça do assassino. Não que eu tenha algo contra a literatura policial, bem pelo contrário, mas enredos óbvios realmente não me agradam.

7. Meu amigo Jesus Cristo – Lars Husum(Autêntica)

Sem dúvida uma dos títulos mais bizarros do ano, já que deve ter enganado muita gente que não leu a contracapa do livro. Husum conta a história de Nikolaj, um rapaz de 13 anos, que, repentinamente, perde os pais em um acidente de carro. A irmã, que tem 20 anos, se dispõe a cuidar dele, porém, nada é como parece ser. O tempo passa e Nikolaj chega a extremos da sua vida, tentando, inclusive, o suicídio. O autor tenta a todo custo passar uma mensagem positiva, mas não é bem isso o que ele consegue.

6. Cinquenta vergonhas de cinza Fanny Merkin(Novo Século)

Se a qualidade do original já é discutível, imagine a do genérico. A obra, que é tão bizarra quanta a trilogia de E. L. James, chega a beira o ridículo ao misturar vampiros que brilham no escuro – ao melhor modo de Crepúsculo – o sexo de Cinquenta tons de cinza (2012). Enfim, nem vou me prolongar nisso. Simplesmente, nem leia.

5. A Garota que eu quero Markus Zusak(Intrínseca)

A Menina que roubava livros (2007) – que acaba de virar filme – não é uma grande obra da literatura mundial, embora tenha sido um dos maiores sucessos de venda em todo o globo. Portanto, não dá para se esperar muito deste livro também. Lançado originalmente em 2001, A Garota que eu quero é uma am,ostra das tentativas frustradas de Zusak de criar uma nova forma de impactar o leitor: a pontuação – uma espécie de arremedo de Saramago (1928 – 2010). Ainda neste ano o australiano deve lançar seu novo livro, com o título provisório de Bridge of Clay.

4. Dizem por aí… – Jill Mansell (Novo Conceito)

Típico romance adolescente, sem nada a deve a Querido John (2010), de Nicholas Sparks. E aí está o problema: a história de Tilly, uma menina que é abandonada pelo namorado e todos os clichês possíveis da literatura melosa. Se fosse para eleger a pior capa, sem dúvida, já teríamos um vencedor.

3. Novembro de 63Stephen King(Suma da Letras)

Tenho birra com Stephen King, mas não é por falta de tentar ler o “mestre do terror”. Primeiramente, não gosto da linguagem que ele emprega, embora os enredos (geralmente) tenham um quê de interessante. Mas isso não é suficiente para fazer de um livro algo inesquecível. Novembro de 63 consegue colocar lado a lado o assassinato de Kennedy, uma espécie de busca pelo Santo Graal e algo que se assemelha a um romance. Assim como Ian McEwan, King é capaz de manipular o leitor e este talvez seja seu maior trunfo – e tudo para aí.

2. Bruxos e BruxasJames Patterson(Novo Conceito)

Patterson foi o que conseguiu emplacar duplamente na lista dos piores de 2013, oque lhe dá tecnicamente, o topo. Desta vez, o autor não só colocou em xeque a sua reputação – já que é tido como um dos maiores escritores de mistério e literatura policial – ao se valer de uma narrativa fantasiosa, cheirando ao engodo do caça-níquel literário. Esse também entra na explicação “nem vou me prolongar, apenas não leia”.

1. Will & Will – John Green feat. David Levithan (Galera Record)

Juntaram em um livro só dois autores campeões de vendas e queridinhos do público. Alguém esperou que fosse sair uma obra-prima ou um marco da literatura mundial? Ledo engano, meu caro leitor. A lógica é muito parecida com o que aconteceu quando o Lou Reed fez um disco em parceria com o Metallica: não agradou os fãs de nenhum dos artistas. Com Will & Will foi a mesma coisa.

E aí, esqueci de algum? Conte para mim qual foi.

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