Harley-Davidson importada diretamente de Daytona

O executivo de vendas Jefferson Zolet, 37 anos, resumiu em poucas palavras o que aconteceu com ele em 2004: “Fui infectado pelo vírus sem cura do mundo das duas rodas. Motocicleta: vontade de muitos, oportunidades de alguns, coragem de poucos.” Balizado por este ditado ele foi para Daytona, nos Estados Unidos, em 2004, comprar uma Harley-Davidson na maior feira de motocicletas do mundo.

De lá ele trouxe uma Softail FX ano 2004. Ele explicou que importar a moto não foi nenhuma questão de luxo, mas sim de economia, já que, contando com todos os impostos e taxas de importação, ela custou 30% mais barato do que uma comprada no Brasil. Demorou três meses e meio (exatos 75 dias), mas o executivo esperou com paciência a chegada da moto, de navio, pelo porto de Itajaí (SC).

Depois de dois anos rodando com a moto original, Jefferson resolveu dar a sua cara para a Harley em 2006 (confira no quadro ao lado as peças que foram trocadas/modificadas). Começou trocando as rodas, as pedaleiras avançadas, acessórios como espelhos, manoplas, o garfo, etc.

Mas uma das mudanças mais significativas foi um caminho inverso à tecnologia. Ele saiu da injeção eletrônica e voltou à carburação. Colocou uma de alta performance da S&S. Com isto, também mudou o comando de válvula, pôs um radiador a óleo, um módulo de ignição de sete mil RPM e uma correia de borracha na transmissão. “O charme da Harley-Davidson é esse quase desligar e ligar de volta, coisa que a injeção eletrônica não deixa fazer. No motor em V carburado, quando um pistão “morre’ o outro pega”, explicou Jefferson.

Outra modificação que mudou um pouco a pilotagem foi a inclinação de cinco graus a mais dos também novos canos e bengalas. Assim, descreve seu dono, a moto evidenciou o estilo chopper e ficou mais “arisca” para andar, além de ficar com reações mais rápidas nas curvas. Um pouco mais difícil de manusear, porém mais prazerosa, descreveu o dono.

As rodas foram trocadas por maiores e os pneus por mais largos. Com isto, a traseira da moto passou por uma reestruturação e teve os paralamas alargados. O tanque original de 12 litros também foi substituído por outro de 16 litros, com velocímetro embutido. A moto ganhou pintura inspirada no álbum Brain Salad Surgery, de 1973 da banda de rock progressivo Emerson Lake and Palmer, que o executivo é fã. O desenho na capa do disco foi criado pelo artista plástico suíço H.R. Ginger, o mesmo criador do sucesso dos cinemas Alien. No tanque, a exata capa do disco. No paralama, a imagem da capa, porém ao contrário.

Quando ainda não tinha filho, Jefferson viajou o Brasil todo sobre duas rodas com a esposa, não só com a atual Harley, mas com outras motocicletas que também já teve anteriormente. E o “vírus” parece que já passou de pai para filho, já que o seu menino parece empolgado e adora dar umas voltinhas com o pai na Harley.

Ficou curioso para conhecer o charme do “quase morre mas volta” do motor da Harley do Jefferson?

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Marco Andre Lima

Veja na galeria de fotos e vídeo a moto.

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