Além de uma carreira profissional, muitas pessoas desenvolvem outras atividades nas horas livres, que são praticadas apenas pelo simples prazer. É assim que empresário Célio Langer divide o tempo dedicado à sua empresa de monitoramento de alarmes com a paixão por colecionar objetos antigos. Com mais de mil peças em sua coleção, Célio busca apoio para construir o primeiro museu do bairro Vista Alegre dentro de um ônibus biarticulado.

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Em cada parte da casa do empresário é possível perceber o envolvimento entre presente e passado. A variedade que compõe as coleções vai desde equipamentos como radiolas, gramofones e telex até a mobílias com mais de um século de existência. Graças a essa diversidade, Célio nega que seja um colecionador e se define como um “juntador”. “Colecionadores normalmente possuem uma fixação por algum objeto específico. Enquanto eu junto um pouco de tudo”, explica.

Âncora fica na frente da casa do empresário e serve como cartão de visita. Foto: Ivonaldo Alexandre.

Logo na frente da casa está uma âncora de uma tonelada, como um cartão de visitas para ilustrar um pouco o gosto do proprietário. “Esta peça ficava em frente a uma propriedade na Rua Sete de Setembro. Tive interesse pelo objeto na hora, pois eles iam apenas aterrá-la para construir um sobrado no terreno”, lembra. Ele conta que apenas teve o trabalho de remover a peça até a entrada de sua casa.

Mas essa paixão por guardar objetos antigos começou ainda na infância. “Quando tinha dez anos, me escondi debaixo da casa do meu tio. Lá, encontrei um chifre de touro ornamental todo trabalhado. Até hoje nunca encontrei peça igual”, relata. O empresário revela que após seu negócio estabilizar, ele finalmente conseguiu dedicar mais energia ao seu hobby. “Apenas quando completei 24 anos consegui espaço e mais condições para negociar os objetos que me interessavam”, conta.

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Sempre que realizava alguma instalação de alarmes e percebia que seus clientes possuíam algum móvel ou peça antiga sem uso, ele fazia proposta de trocar a mão de obra do serviço pelos objetos. “Quem me conhece já sabe desse meu gosto particular, então muitas vezes ganhava alguns itens, outras fazia permuta pelo meu trabalho”, explica. Depois desses anos, Célio construiu dentro de sua casa uma oficina para que pudesse restaurar os objetos. “Passo horas em uma mesma peça. Restaurar leva tempo e exige paciência, mas o resultado sempre é ótimo”, afirma.

Museu no Vista Alegre

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Uma das aquisições mais recentes de Célio faz parte de um projeto para implantar o primeiro museu no bairro Vista Alegre. Para isso, ele arrematou em um leilão um ônibus biarticulado. “Apresentei o projeto para a Fundação Cultural, com o intuito de criar um espaço, que funcionaria dentro do ônibus, para expor algumas dessas antiguidades”, diz.

Entre um relógio da antiga fábrica de fundição dos irmãos Mueller, onde desde 1983 funciona o shopping, e um jogo de mobília da extinta Móveis Cimo, ele resgata um pouco do tempo que o nome da capital paranaense ainda era grafado como Curityba. “Acho interessante que as pessoas possam experimentar um pouco como eram as coisas no passado, com tecnologias aparentemente simples, mas que se preservaram até hoje com plenas condições de funcionar”, fala.

Confira  o vídeo:

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