Vila Izabel

Caça-Fantasmas ronda Curitiba e atrai curiosos. Já viu a caranga por aí?

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Escrito por Alex Silveira

Uma garagem no Santa Quitéria, quase divisa com a Vila Izabel, em Curitiba, guarda um carro antigo que desperta a curiosidade só de bater o olho. A caranga é um Ford Fairlane Wagon 1959, modelo que adesivado imita o Ecto-1, carro do filme “Os Caça-Fantasmas” (em inglês Ghostbusters), sucesso de bilheteria em 1984.

O dono é o Rassan Issa Andrade, 50 anos, que comprou o veículo em 2001, com direito a giroflex e tudo. Profissional autônomo, ele não é colecionador, mas se encantou com o modelo logo que o viu. Até hoje, quando sai na rua, não há quem não acene ou queira tirar uma foto para guardar como recordação. O Ecto-1 original do filme era um Cadillac Miller-Meteor 1959.

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Foto: Alex Silveira / Tribuna do Paraná.

Andrade conta que viu e gosta dos filmes dos Caça-Fantasmas, mas não foi por isso que comprou o carro. Na época, ele deu um Ford Scort conversível e mais uma diferença no negócio. “Foi meio na loucura, não sou fã dos Caça-Fantasmas a ponto de ter um carro desse. Meu sonho era um Fusca Alemão ou um Passat 1978. Só que, um dia, vi o carro passando na rua e achei muito bacana. Outro dia, numa festa rave que aconteceu na Praça Afonso Botelho, vi o carro de novo e fui falar com o dono. Quer vender?”, perguntou.

O primeiro proprietário era um morador do Batel, na capital, que segundo a história trouxe o carro importado em um navio até o Porto de Santos, em São Paulo, mas o veículo veio para Curitiba e não cabia na garagem. “‘Eu preciso vender esse carro porque na minha garagem não tem espaço’, o cara me disse. Então, batemos o rolo”, conta Andrade, que é fã de carros antigos. “Corre ferrugem nas minhas veias”, brinca.

Além do carro temático, Andrade tem um Opala Diplomata 1986 e uma caminhonete Ford F100 1977. É com a caminhonete que ele trabalha vendendo cerveja nos arredores do estádio Major Antônio Couto Pereira, campo do Coritiba, time do coração. “O Opala era do meu pai. A caminhonete os torcedores já reconhecem de longe. Quando estou parado com ela, eles me procuram para comprar cerveja. Eu vendo cerveja em dia de jogo desde 1993”, conta.

Ele também já chegou a ter um bar perto do Couto. “Mas fechei. Nunca perdi dinheiro com o bar. Só que era temático de futebol, então dependia muito desse movimento de torcida. Hoje em dia, eu até penso em abrir outro bar, mas eu faria outro tema. A gente vai aprendendo”, explica. Atualmente, além da venda de cervejas, o autônomo faz vários serviços pela vizinhança, como jardinagem, passeios com cachorros, demolição de casas, lavagem de veículos e por aí vai.

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Foto: Alex Silveira / Tribuna do Paraná.

Propostas de venda?

Na garagem da casa da família, na Vila Izabel, o Fairlane Wagon fica encaixado direitinho em um espaço que parece ter sido feito só para ele. Propostas concretas para a compra do carro, até agora, só apareceram duas. “Foi no começo. Um amigo tinha uma casa em Jaraguá do Sul (SC), no valor de R$ 80 mil na época. Mas eu tinha 30 anos de idade, não pensava muito nessas coisas de imóvel. Não aceitei”, revela.

Também houve um pedido de troca por um carro que depois ficou conhecido em Curitiba como o carro do Batman. “Esse foi antes de customizarem como carro do Batman. Mas eu vou te falar que pode vir Porsche, pode vir Mitsubishi que para chamar a atenção igual a esse carro eu não conheço. Minha irmã que brinca que, quando a gente anda, parece que estamos pelados lá dentro”, diz. Se pintar uma proposta agora, Andrade diz que até vende, mas precisa ser boa. “Ah, tem que ser mais de R$ 200 mil”, brinca ele.

E os curiosos param mesmo para ver a caranga. Na tarde do domingo das eleições do primeiro turno deste ano, os filhos de um vizinho de bairro se divertiram feito os Caça-Fantasmas. “Eu estava com ele estacionado aqui na frente, vendo o movimento da rua. As crianças, uma menina e um menino, pediram para tirar foto. Eles estavam vestidos com a roupa dos Caça Fantasmas. Foi um barato. Nem eu tenho essa roupa”, conta Andrade.

O carro fica sempre na garagem, mas, de vez em quando, ele diz que sai para passear. “Antes, até cheguei a fazer uma ou outra aparição em festa de aniversário. Agora, saio pouco. De vez em quando, paro com ele aí na frente e sempre passa gente acenando, buzinando, querendo ver”, revela o dono.

Trato fino no Caça-Fantasmas

Sobre a manutenção, Andrade explica que a mecânica é parecida com a do Ford Galaxie. Mas a parte de lataria levaria um bom dinheiro para ficar perfeita. O tanque de combustível e o radiador já precisam de reparos. “Por enquanto, nem tenho planos para reformar. Quem sabe um dia eu ajeite. Seria caro. A mecânica é mais tranquila e simples. Mas, por exemplo, o parabrisa e o vidro traseiro são abaulados. Nem quero pensar, se um dia tiver que trocar”, explica Andrade.

Para a Tribuna, ele disse que se alguém, por um acaso, passar pela rua e der de cara com o carro do Caça Fantasmas, pode ficar a vontade para tirar uma foto e bater um bom papo.

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