Umbará

Que medo!

A abertura do acesso entre Curitiba e Fazenda Rio Grande pela continuação da Rua Nicola Pellanda, há cerca de 10 anos, mudou a rotina dos moradores do Umbará. O local até então tranquilo, com casas de muros baixos e poucos aparatos de segurança, deu lugar ao vai e vem de carros, ônibus e caminhões. Junto com o aumento no movimento, especialmente na região da Paróquia São Pedro do Umbará, a comunidade observou o fim do sossego e a chegada de assaltantes.

A situação fez com que o pedido por mais segurança seja unanimidade entre moradores e comerciantes.

Os casos de assaltos, tanto a residências quanto a estabelecimentos comerciais, viraram assuntos recorrentes nas rodas de conversas entre amigos.

“Todo mundo fica sabendo dos assaltos”, comenta a balconista Kamila Ferreira Andrade, 22, que mora na região. Ela ainda diz que “de vez em quando” uma viatura passa pelo local, diferente do que aconteceu no período de campanha eleitoral.

Jeane: rendida na loja. Foto: Ciciro Back
Jeane: rendida na loja. Foto: Ciciro Back

“Antes das eleições uma viatura ficou em frente à igreja por um bom tempo. Estava tudo certinho, estavam patrulhando, mas depois das eleições a viatura foi embora”, conta. O próprio estabelecimento onde Kamila trabalha é um exemplo de como a rotina mudou na região. A loja foi assaltada seis vezes nos últimos tempos, em uma delas durante o horário comercial. “A loja estava aberta e renderam a gente”, lembra a empresária e moradora Jeane Valério, 47. “Ainda está faltando segurança por aqui”, lamenta.

Agradável

Lili: gosto daqui. Foto: Ciciro Back
Lili: gosto daqui. Foto: Ciciro Back

Apesar da necessidade de mais segurança, quem mora pela região não pretende deixar o bairro. Caso da costureira Lili Machado, 56. Cresceu no local, mas depois de se casar mudou para Pinhais, na Região Metropolitana. “Sempre quis voltar, até que consegui. Gosto muito daqui”. Para Lili, a região é bem servida. “Uso o posto de saúde, as crianças estudam na escola daqui, mas se preciso de um supermercado tenho que ir mais pra frente (sentido Pinheirinho)”, diz. Em geral, o pedido da comunidade é por mais agências bancárias, já que apenas um banco está no local, e faltam casas lotéricas e demais comércios.

José Ricardo: falta lotérica, uma grande loja e mais bancos. Foto: Ciciro Back
José Ricardo: no bairro faltam uma lotérica, uma grande loja e mais bancos. Foto: Ciciro Back

“Num raio de dois quilômetros não temos nenhuma lotérica de fácil acesso”, lamenta o cabelereiro José Ricardo Bettega. “Agência bancária só temos uma, que é muito pequena. Além disso, não temos mais pontos comerciais, estão todos locados. Falta uma loja grande para o comércio se desenvolver mais”, observa ele, que está no bairro há 29 anos.

A Polícia Militar informou à Tribuna que o 13º Batalhão tem realizado policiamento diário pela rua Nicola Pellanda. Por se tratar de rua também comercial recebe ainda a patrulha do comércio, ou seja, em horários e locais específicos e de maior circulação de dinheiro. A PM ressalta que continuará realizando o policiamento e que os módulos móveis são aplicados nos pontos de maior necessidade apontados pelo mapa do crime. “O que contribui para estes apontamentos é o registro de boletins de ocorrência pelos cidadãos”, destaca, em nota.

Para as situações de emergência a PM está à disposição da população por meio do 190. Se os comerciantes ou moradores já possuírem características de marginais ou informações como placas de veículos, devem repassar à Policia Civil.

Italiano no Umbará

Quem dá nome à principal rua do bairro é um italiano que nasceu em Pódova, em 1875, e aos 17 anos se mudou para o Brasil. Nicola Pellanda se instalou Distrito de Umbará, “onde procurou se radicar efetivamente, constituindo família”, conforme documentação da Câmara Municipal de Curitiba. Em 1896 casou-se com Paulina Michelotto e com ela teve 15 filhos.
“Durante sua longa existência, o senhor Nicola Pellanda prestou muitos serviços à coletividade, principalmente ao Distrito de Umbará”, mostram os arquivos do município. Sua colaboração teve destaque principalmente em obras de desenvolvimento. Ele ajudou na construção da Igreja Matriz de Umbará, na construção de grupos escolares e colégios, além de outras obras públicas. “Demonstrando a sua intenção de ser brasileiro, não só através de trabalhos públicos, como também de ações, naturalizou-se cidadão brasileiro”. Nicola Pellanda morreu em 1955.

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Sobre o autor

Carolina Gabardo Belo

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