Tingui

Buraco é mais embaixo!

Escrito por Magaléa Mazziotti

Até o ponto de ônibus para quem usa a linha Solar precisou ser transferido de lugar diante do grave processo de erosão do terreno da esquina das ruas Dr. Ênio Marçal e a José Gulin, no bairro Tingui, que ano após ano vem “engolindo” as vias. Os moradores mais antigos da região nem sabem precisar quando que o problema começou, mas acumulam histórias sobre os transtornos gerados pela “cratera” do Tingui.

Os irmãos Antonio Carlos Pelepones, 61 anos, e Ana Pelepones, 66 anos, vivem há 46 anos em uma residência na Rua João Ivanoski, cujo terreno faz fundos para o buraco. Eles contam que na década de 70 o córrego era tão limpo que dava para pescar e os problemas de desgaste do terreno simplesmente não existiam, mesmo sendo um relevo de fundo de vale. “Começou a dar problema quando a região cresceu e passaram a impermeabilizar o solo com tantos prédios, aí aumentou a pressão por conta do maior volume de água das chuvas para escoar nesse córrego e a erosão foi inevitável”, descreve o aposentado.

Cratera traz riscos à vizinhança. Foto: Gerson Klaina
Cratera traz riscos à vizinhança. Foto: Gerson Klaina

“A galeria pluvial está estreita para o tamanho dessa pressão e a água está vertendo. O certo seria trocar isso, mas já foram tantos anos pedindo para o poder público, que acabamos desistindo por não ver mudança”, reconhece Antonio. “Já tivemos que construir o muro dos fundos, porque ele foi tragado pelo buraco”, acrescenta Ana. E nessa convivência forçada com os problemas, eles enfrentam sustos, como as duas vezes que carros despencaram no buraco, e os ratos que se proliferam devido às condições precárias do lado de fora do muro deles. “Pior é que vários prefeitos já passaram pela cidade e não resolveram o problema. O máximo que fizeram foi há uns três anos, quando tiraram o ponto de ônibus que ficava bem na esquina já consumida pelo buraco, para uma parte da rua José Gulin que ainda tem terreno”, comenta.

 

Obra a caminho

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Obras Públicas afirmou estar ciente da erosão do terreno.  Segundo os técnicos da secretaria, o local precisa de obras de contenção no córrego.  A prefeitura prepara uma licitação (na modalidade pregão eletrônico) para execução do projeto de  muros de contenção na margem esquerda do córrego que margeia a Rua José Gulin. Ainda conforme a secretaria, após a concepção do projeto, a próxima fase será a viabilização da obra. Nenhum prazo para a realização da obra foi divulgado.

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Sobre o autor

Magaléa Mazziotti

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