Tatuquara

Não deixe acabar!

Um grupo de 45 crianças, moradoras do Tatuquara, têm esperança de um futuro melhor. Na ONG Um Lugar ao Sol, elas têm aulas de reforço de português, matemática e inglês, além de praticarem jiu jitsu, bateria, música, desenho e acrobacias. Diariamente também aprendem sobre valores, orientações que podem colocá-los no caminho certo para o resto da vida. Mas a ONG corre o risco de fechar as portas. Sem dinheiro para pagar o aluguel do barracão, a analista de sistema Bianca Baldini, 36 anos, responsável pela organização, não sabe onde poderá alocar todas as crianças e atividades oferecidas. Também estão faltando alimentos para serem dados às crianças.

O aluguel da sede custa R$ 1.200 por mês. Bianca não têm nenhuma ajuda governamental. Conta com a boa vontade de amigos e parentes. “Tem meses que as pessoas ajudam. Mas em outros estão apertadas, não podem dar nada. Eu mesma sempre tiro do meu bolso pra pagar uma coisa aqui, outra lá. Mas não sei do que será nosso futuro. Precisamos de ajuda”, pede. Além do aluguel, ela conta que o dono do barracão quer vender o imóvel. “Se ele vender, nem sei para onde vamos”, lamenta.

ONG oferece aulas de reforço de português, matemática e inglês. Foto: Felipe Rosa
ONG oferece aulas de reforço de português, matemática e inglês. Foto: Felipe Rosa

Comida em falta

As crianças que participam das atividades também fazem refeições na sede e suas famílias, em necessidade, recebem cestas básicas. Mas falta muita coisa. No último domingo, havia bastante arroz e macarrão que chegaram de doações. Mas não tinha feijão, molho, óleo, açúcar, temperos, carnes, legumes e verduras. No café da manhã do último domingo – sim, as crianças vão até lá domingo para estudar matemática, português e inglês – não tinha nem margarina para passar no pão. Sorte é que um dos professores voluntários queria tomar café com as crianças e levou ovos.

Além de alimentos, Bianca aceita todo tipo de doações, como roupas, sapatos, móveis, colchões e brinquedos. Ela só pede que sejam em bom estado, pois não há pessoas disponíveis na ONG para consertar os objetos antes de doá-los. De vez em quando ela tem a ajuda de mães das crianças, na cozinha e na limpeza. Bianca trabalha de segunda a sexta-feira em Colombo, a 30 quilômetros de sua casa. No pouco tempo que sobra, ela se dedica à organização da instituição.

Participantes das atividades almejam se tornar grandes profissionais. Foto: Felipe Rosa
Participantes das atividades almejam se tornar grandes profissionais. Foto: Felipe Rosa

Sonhando alto!

Hoje, a ONG tem duas turmas de matemática, das crianças menores e das maiores e adolescentes. Entre as crianças pequenas, há muitos sonhos. Uma garota de 10 anos, que muito rapidamente resolveu os problemas de matemática no caderno, conta que quer ser cozinheira. Outro garoto, “fera” em matemática (sabia muito bem a tabuada do 8), quer ser advogado. Outras crianças ainda não sabem bem o que querem, ou apenas repetem: “quero ser a mesma coisa que a profissão dela”.

“A ONG surgiu porque eu não consigo ver coisas erradas e não fazer nada. Então eu comecei esse trabalho sozinha, sem a ajuda de ninguém, e venho fazendo do jeito que dá”, se orgulha Bianca.

Ela tem vontade de fazer muito mais. Ganhou uns computadores, que gostaria de usar para capacitar a criançada. Mas ela não os ligou na tomada ainda porque a luz no imóvel é muito instável e ela tem medo de queimar os aparelhos. “Eu estou sem gás, sem forças. Não sei por quanto tempo ainda vamos existir, mas tenho fé”, diz.

Como ajudar a ONG?

– Depósito em conta
Banco Itaú
Agência 3891-5
Conta Corrente 58750-7
CNPJ: 09.605.712/0001-09
ONG Um Lugar ao Sol

– Doações
Alimentos, roupas, móveis e brinquedos em bom estado
Ligar para (41) 98402-4464

Sobre o autor

Giselle Ulbrich

(41) 9683-9504