Tatuquara

Ainda demora!

Duas obras que deveriam beneficiar quem mora, trabalha ou precisa se deslocar diariamente pela BR-116 até os bairros do Tatuquara, Campo de Santana e Cidade Industrial de Curitiba ou para as cidades de Fazenda Rio Grande e Mandirituba, na região metropolitana, apesar de praticamente prontas, seguem paradas e sem utilização. Isso gera muitos problemas no trânsito e reclamações.

Uma delas é a trincheira que dará acesso à Ceasa, no cruzamento da BR com a Rua Hasdruball Bellegard, na CIC. O projeto prevê a execução de quatro alças de acesso, drenagem, pavimentação, muro de contenção, paisagismo, calçadas, sinalização e iluminação. A Tribuna verificou que a trincheira foi feita, mas falta concluir as alças de acesso nas pistas marginais da BR para que o trânsito seja liberado.

Foto: Giuliano Gomes
A trincheira foi feita, mas falta concluir as alças. Foto: Giuliano Gomes

Circulando todos os dias pela região para ir e voltar do trabalho, o porteiro Flameron Soares Lopes, 52 anos, diz que a trincheira faz muita falta. “Moro no Tatuquara e dirigir pela BR todos os dias está complicado. Sem a trincheira o trânsito fica muito devagar. Já levei mais de duas horas daqui até o Pinheirinho. Precisamos muito destas melhorias pra nossa região”, desabafa.

Para o comerciante Joel Antônio Alves, 47, que mantém uma distribuidora de alimentos às margens da rodovia, outra obra inacabada, a do viaduto da Vila Pompéia, também atrasa a vida de quem utiliza este caminho. Entregue pela concessionária Autopista Planalto Sul em setembro de 2015, o viaduto precisa de ajustes em seus acessos para ser liberado. “Está horrível. Quando acontece uma batida ou um carro estraga, o trânsito congestiona demais. Fora isso, ainda temos um sinaleiro bem próximo do novo viaduto que ainda não foi aberto para os motoristas. Esse semáforo atrapalha o fluxo. Se não fosse ele, os carros poderiam seguir direto. O viaduto está pronto faz um tempão, só falta a prefeitura resolver a situação de uma rua que dá acesso a ele”.

Casas no caminho

Foto: Giuliano Gomes
Paulo: “Vivo há 31 anos aqui e não sei para onde vou.” Foto: Giuliano Gomes

A rua a qual Joel se refere é a Francisco Xavier de Oliveira, no Tatuquara, uma das entradas para o viaduto. Para que os carros, motos e caminhões possam trafegar por ali, a prefeitura precisa antes alargar e pavimentar a via, retirando as casas que estão bem no caminho da nova pista.

Morador do local, o aposentado Paulo Campelo da Silva, 80, é um dos que aguardam uma decisão da administração municipal para a questão. “Eu e as outras 11 famílias estamos esperando a decisão da prefeitura. Nós queremos ir para outras casas, pagando por elas. Vivo há 31 anos aqui e não sei para onde vou. Já estivemos na Cohab (Companhia de Habitação Popular de Curitiba) e sempre recebemos visitas dos técnicos da prefeitura. Mas até agora ninguém deu um prazo ou uma resposta definitiva pra gente. Enquanto isso, o pessoal fica tentando usar o viaduto. Vários motoqueiros passavam por aqui, mas há poucos dias, a prefeitura fechou ainda mais o acesso, com barreiras de concreto. Agora só os ciclistas, que erguem as bicicletas, conseguem passar”, relata.

Importante pra região

Foto: Giuliano Gomes
Mais de 10 famílias vivem na região. Foto: Giuliano Gomes

Preocupado com a fluidez no principal acesso à Fazenda Rio Grande, o diretor de relações públicas da Associação Comercial e Industrial de Fazenda Rio Grande (Acinfaz), Gastão Gonchorovski, diz que a conclusão e a entrega das obras são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento do município. “Somos uma cidade em crescimento exponencial, que também tem atraído novos moradores. Para nós, a BR-116 é essencial, faz parte de nosso dia a dia. Com a duplicação já houve melhora e crescimento. Mas agora, precisamos da liberação do viaduto e da trincheira, para que nosso setor industrial continue crescendo. Desde setembro fazemos junto com a Associação Comercial de Curitiba (ACP) uma pressão positiva, para que as obras sejam concluídas. Mas percebemos nas reuniões que este é um processo burocrático, que envolve a prefeitura de Curitiba e diversos órgãos”, diz Gastão. Segundo ele, a Acinfaz promete seguir monitorando o andamento das obras.

Prazos

A Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP) informa que o lançamento dos editais de licitação para as obras de acesso ao Viaduto da Vila Pompéia e para a construção das Alças da Ceasa está previsto para o final de março. A SMOP também explica que a obra de acesso para o viaduto sobre a rodovia BR-116, na entrada da Vila Pompéia, no Tatuquara, consiste na ligação da Rua Francisco Xavier de Oliveira até o viaduto, numa extensão de 134,5 metros e que o prazo de conclusão para esta obra é de quatro meses após ser iniciada.

Foto: Giuliano Gomes
Foto: Giuliano Gomes

Segundo a pasta, não será necessário realizar desapropriações porque a área atingida pelo projeto pertence à prefeitura. Estão incluídas ações de terraplenagem, drenagem, pavimentação, paisagismo, calçadas, muros de contenção, iluminação pública e sinalização. “As dezoito famílias atingidas para a execução da obra vão ser realocadas para um empreendimento da Cohab, que ainda será licitado, no mesmo bairro. Enquanto as moradias não ficam prontas será garantido auxílio-moradia para essas pessoas”.

Quanto à execução das quatro alças de acesso da Ceasa, a obra tem prazo de conclusão de dez meses após ser iniciada. O projeto contempla a execução de obras de drenagem, pavimentação, muro de contenção, paisagismo, calçadas e sinalização viária. Segundo a prefeitura, para viabilizar o projeto foi necessária a desapropriação de áreas que resultaram em pagamento superior a R$ 15 milhões. Das onze indenizações necessárias, dez já foram pagas pelo município.

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Sobre o autor

Paula Weidlich

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