Quem diria que o nome Parque do Semeador se tornaria o mais apropriado para definir as pessoas que frequentam o espaço de lazer e prática de atividades físicas, no Sítio Cercado. Como mostramos na última Tribuna Regional Bairro Novo, os mais de 26 mil metros quadrados de área reúnem frequentadores assíduos, que não desistem de caminhar ou se exercitar no local, mesmo quando a falta de manutenção dos equipamentos ou os pontos de alagamentos aumentam a dificuldade na busca por semear mais disposição e saúde.

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Academia ao ar livre tem equipamentos danificados, mas continua sendo uma boa alternativa pra ficar em forma e economizar. Foto: Ciciro Back
Academia ao ar livre tem equipamentos danificados, mas continua sendo uma boa alternativa pra ficar em forma e economizar. Foto: Ciciro Back

É o caso da operadora de caixa Maria Aparecida da Silva, 42 anos. Há quatro anos ela recebeu um grave diagnóstico para o seu problema de dores na coluna. “O médico disse que se eu não me cuidasse, em quatro anos ficaria em uma cadeira de rodas”, lembra. Para evitar que a previsão se confirmasse, ela começou a fazer fisioterapia e academia. Mas logo percebeu que o custo comprometeria todo o seu orçamento. “Resolvi parar a fisioterapia e caminhar no parque e, depois que instalaram a academia ao ar livre, deixei a academia também, porque é muito melhor pegar sol para praticar os exercícios”, comenta. Como consequência, Maria Aparecida não só evitou a cadeira de rodas, mas também mandou quase toda a dor embora. “Além de economizar na fisioterapia, ainda não precisei mais dos remédios para a dor”, celebra. Os ganhos, no entanto, não se restringem a isso. Ela ganhou mais disposição, inclusive para correr e, de quebra, ficou mais bonita. “Não largo mais, mesmo tendo o horário apertado por conta do trabalho. Procuro me exercitar aqui pelo menos de duas a três vezes por semana”, conta Maria Aparecida. Sobre a estrutura do Parque do Semeador, ela diz apreciar muito, porém, reconhece que falta manutenção. “Tem uns equipamentos que quebraram há muito tempo, mas ninguém veio consertar. É uma pena, porque é muito boa a academia”, comenta. Quanto à iluminação do local e o corte de grama, ela aprova o serviço. “Estão sempre em ordem”.

Vitalidade

Outra que não abre mão do parque, mesmo com os problemas de alagamentos e falta de manutenção, é a aposentada Maria do Socorro de Souza, 72 anos. Desde que se aposentou da cozinha, há seis anos, ela caminha no parque de duas a três vezes por semana. “Só não venho mais, porque revezo com outros espaços, mas gosto muito daqui”, explica. oradora do Alto Boqueirão, ela vem caminhando até o Parque do Semeador, onde completa de cinco a sete voltas dependendo do dia, além dos exercícios que realiza na academia ao ar livre. Para quem fica admirado com tamanha vitalidade, Maria indica que o segredo está em não permitir que a cabeça envelheça. “Viver é viver e acreditar na vida é o que faz a gente seguir em frente”, ensina.

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Reparos emergenciais

A Secretaria Municipal de Esporte Lazer e Juventude explica que o contrato de manutenção das 164 academias ao ar livre de Curitiba está chegando ao fim em março. Porém, a empresa será acionada para realizar reparos emergenciais no Parque do Semeador. Quanto à manutenção regular dos equipamentos das 164 academias, a SMELJ diz que está readequando o novo edital que ditará as regras do próximo contrato, a fim de deixar ainda mais clara as cláusulas de manutenção. Em relação à reclamação de alagamentos, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente explica que a motivação inicial da criação de parques e praças é permitir o escoamento de água, frente ao processo de impermeabilização do solo apresentado por qualquer grande cidade. Por essa razão, a equipe de Parques e Praças da secretaria explica que é natural o alagamento temporário das pista de caminhada em dias de muita chuva.

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