“Hoje o atendimento até que foi rápido, mas aqui, é melhor não precisar, ainda mais se for à noite”, diz o encanador Robson Nogueira sobre o atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Sítio Cercado. Ele esteve na unidade para acompanhar um familiar que sofreu uma intoxicação alimentar.

continua após a publicidade

Mas, para casos mais simples, esperar por mais de três horas pelo atendimento médico é normal, dizem os pacientes. A previsão de atendimento já chegou a ser informada em um cartaz, mas gerou ainda mais descontentamento dos usuários.

Quem trabalha no local conta que, durante o dia, a sala de espera está sempre cheia e que as situações mais graves são classificadas como prioridade (veja abaixo).

Prioridade por cores

A prefeitura de Curitiba utiliza um critério de atendimento clínico que prioriza os casos mais graves, baseado no Protocolo de Classificação de Risco de Manchester, que qualifica a ordem de prioridade das ocorrências por cores. Saiba o que significa cada uma:

continua após a publicidade

Vermelho – Doentes com situações clínicas de maior risco. Atendimento deve ser imediato. Ex: lesão grave que coloca em risco órgãos vitais, queimaduras com mais de 25%, trauma cranioencefálico, dor no peito associada à falta de ar, complicação da diabete, hemorragias não controláveis, crise convulsival.

Laranja – Tempo recomendado de até 20 minutos para o atendimento. Ex: alteração da consciência, dor severa, hemorragia moderada, arritmia (sem sinais de instabilidade).

continua após a publicidade

Amarelo – Tempo recomendado de até 30 minutos. Ex: história de inconsciência, adulto febril, vômito intenso, desmaios, lesões sem risco a órgãos vitais, crise de pânico.

Verde – Tempo recomendado de até 3 horas. Asma fora de crise, resfriados e viroses ou estado febril sem alteração nos sinais vitais, náusea e tontura.

Azul – Tempo recomentado de até 4 horas. Queixas crônicas sem dores agudas, aplicação de medicação externa com receita.

Casos que não envolvem risco são os que demoram mais a receber a consulta. “O problema maior é à noite, porque os médicos dizem que não estão recebendo as horas extras e, por isso, preferem não fazer”, conta uma funcionária, que preferiu não se identificar.

Explicações

Robson evita Ir À UPA à noite. Foto: Marcelo Andrade

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que as horas extras são pagas normalmente aos médicos e que vem realizando ações para melhorar o atendimento. A pasta explica que a Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde (Feaes) – responsável pela contratação dos médicos que atuam nas UPAs – realizou, em maio, um processo seletivo para completar o quadro de profissionais, diminuindo sensivelmente o número de horas extras realizadas pelos médicos nas UPAs.

Ainda assim, segundo a SMS, desde 16 de novembro, a demanda na UPA Sítio Cercado aumentou em decorrência do fechamento temporário da UPA Fazendinha e a normalização deve ocorrer com a conclusão destas obras. De acordo com a pasta, uma das dificuldades em agilizar o atendimento médico para todos é que cerca de 80% da procura pela UPA não é urgência nem emergência, como quadros gripais ou dores musculares. Nessas situações, a orientação é que o cidadão procure a Unidade Básica de Saúde e não a UPA, que atua 24 horas, mas com foco em quadros agudos.

Leia mais sobre Sítio Cercado