Os taxistas que trabalham ao lado do terminal do Sítio Cercado pedem à Urbs um ponto mais confortável, para conseguir enfrentar melhor os dias de sol forte, chuva e vento. Enquanto isso, usam um banco improvisado com blocos de concreto e madeiras velhas e debaixo de um abrigo pequeno.

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Cleiton Azeredo, 41 anos, explica que muitos taxistas trabalham até 12 horas seguidas. Para que não fiquem todo esse tempo dentro do carro, dirigindo ou esperando clientes, usam o ponto para esticar as pernas, sentar, conversar e esperar novas chamadas. Mas complica quando chove. “Na hora que o telefone toca, temos que atender. Só que como o ponto não protege muito, até falar com o cliente, voltamos ensopados pro carro”, lamenta.

Tubo

Cleiton organizou abaixo-assinado pra mudar a situação. Foto: Ciciro Back.

O taxista organizou um abaixo-assinado, em que colocou fotos de vários outros pontos, feitos em metal e vidro, que protegem bem do vento e da chuva e possuem espaço para publicidade. “Pedimos um destes e a Urbs nos falou que já instalou todos os previstos na última licitação. Mas que se houvesse algum remanejamento, ia nos atender. Mas a Urbs disse que o custo de remoção seria de R$ 6 mil. Topamos rachar, mas não obtivemos resposta. Pensamos em fazer um ponto novo, igual a estação-tubo, por nossa conta, com patrocínio de empresários, mas a Urbs não permite”, lamenta outro taxista.

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Taxas sem retorno

Os taxistas da região reclamam que pagam taxas e multas que consideram “injustas” à Urbs, que também arrecada publicidade nos pontos novos, e não veem o retorno do valor arrecadado pelo órgão. “Ao redor não há lugar para irmos ao banheiro. Se demoramos, o fiscal multa por abandono do táxi por mais de 10 minutos. É multa por qualquer coisa, porque um pedacinho de nada da lata está amassada, porque paramos numa faixa amarela para ajudar um idoso ou uma grávida a desembarcar. Falta compreensão”, critica um motorista.

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“Queremos saber o que a Urbs faz com esse dinheiro, onde é investido”, argumenta Cleiton. Ele comenta que o Sítio Cercado é um dos mais populosos bairros da capital. “Outra desculpa que deram para não instalar é que aqui não tem visibilidade e prejudicaria as propagandas”, cita.

Vai pra fila

Taxistas até se ofereceram pra “rachar” a costrução de novo ponto. Foto: Ciciro Back.

Em carta enviada aos taxistas, a Urbs explica que o contrato de implantação e manutenção do mobiliário urbano foi assinado em 2004 e prevê 108 pontos de táxi. “Não há como criar um equipamento novo e por isso só é possível atender o pedido quando houver disponibilidade para realocação de um ponto. As solicitações que são feitas pelos taxistas são analisadas do ponto vista técnico, porque esse mobiliário exige espaço e condições de acessibilidade. Havendo condições técnicas, a solicitação fica numa fila”.

A Urbs considera grave a acusação que um funcionário informou não haver visibilidade para publicidade no local e promete averiguar a situação. O pedido para um novo ponto no Sítio Cercado já foi analisado do ponto de vista técnico e aguarda só a disponibilização de algum outro mobiliário urbano para atender os taxistas do bairro.

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