Um grupo de moradores da Rua Santa Zita, no bairro Guaíra, está na bronca com o serviço de telefonia fixa prestada pela operadora Oi na região. Há quase três semanas pelo menos 15 casas da via estão sem sinal de telefone. Em parte delas, o serviço passa por oscilações. Já na maioria o telefone está completamente mudo. “É uma vergonha em pleno ano de 2014 nós estarmos vivendo sem telefone”, reclama Dona Gladis Thurmann, que mora na região há mais de 30 anos.
Segundo Dona Gladis, o problema começou há pouco menos de um mês, quando o telefone de sua residência começou a apresentar falhas durante as ligações. “Eu estava falando com os parentes e de repente falava, fica mudo e depois a voz voltava. Comecei a achar estranho. Depois de uns dias ficou mudo de vez”, afirma.
Dona Gladis ainda conta que os familiares começaram a ficar preocupados, já que o telefone parou de funcionar de uma hora pra outra parou de funcionar. “Sempre fui de ligar para os filhos e para os netos. E de repente parei de fazer contato. Daí todo mundo ficou preocupado”, recorda.
Dona Eglacir de Andrade Manasses, que também mora na Rua Santa Zita, afirma que a vida ficou mais complicada sem o serviço de telefonia fixa na região. “Agora só tenho o celular para usar, e a gente sabe que o celular aqui não funciona bem. Então está cada vez mais difícil falar com a família. Viver sem telefone é mais complicado do que imaginava”, diz.
Sem internet
Antônio Gláucio Bruniera é vizinho de Dona Eglacir. Além de estar sem o serviço de telefonia fixa, seu Antônio também ficou sem internet. “Tudo começou há mais ou menos duas semanas. Caiu primeiro o telefone e depois a internet. Teve um dia que os serviços voltaram a funcionar, mas no dia seguinte caiu tudo de novo”, reclama.
De acordo com Seu Antônio, as reclamações junto à operadora Oi são feitas quase que diariamente pelos vizinhos da rua. “Eu já liguei diversas vezes. Cansei de ligar. A vizinhança também cansou de ligar. A operadora afirma que há roubo de cabos, mas será que roubam todo o dia? Por que não arrumam?”, questiona.
A Oi explicou que o furto de cabos metálicos na região afetou parcialmente o serviço de telefonia fixa no local. No final da tarde de ontem, uma equipe técnica da companhia avaliava a extensão dos danos a sua rede, para restabelecer o serviço o mais brevemente possível. Mas o prazo para normalização não foi divulgado pela operadora.
Espera continua na Justiça
No bairro São Miguel, na divisa de Curitiba com Araucária, durou pouco a alegria de ter o telefone fixo funcionando. “Depois de seis meses sem telefone, o problema foi consertado no dia 25 de setembro. Funcionou por quatro dias e ficou mudo. Após dois dias, a Oi consertou e agora faz uma semana que está mudo de novo”, relata o aposentado Jurko Marczuk. A situação foi mostrada pelos Caçadores de Notícias na edição do último dia 16 de setembro.
Diante da demora na solução do problema, alguns vizinhos dele que também eram clientes da Oi desistiram do serviço e passaram a usar apenas telefones celulares, que também não “pegam” muito bem na região. Jurko acredita que o problema na linha fixa seja causado por moradores de uma área de invasão na Vila Sabará, CIC. “Roubam os cabos para vender cobre”, suspeita. Por isso, ele opina que apenas uma mudança no trajeto do cabeamento solucionaria definitivamente o impasse.
Segundo a Anatel, o reparo de telefones residenciais deve ocorrer no prazo máximo de 48 horas, a partir da solicitação de conserto. “Dão prazo de cinco, dez dias… As atendentes não têm poder de resolver, é o mesmo que a gente falar com as paredes”, critica. Jurko conta que abriu três novas reclamações na operadora, dois registros na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e nada foi resolvido. “Ninguém é punido nem tomam providências, mas continuam cobrando a fatura”, reclama. O aposentado já ingressou com uma ação judicial contra a telefônica e aguarda uma decisão favorável.
Procurada mais uma vez pela reportagem, a Oi informou que o problema nessa região também foi causado por furto de cabos. “Para resolver a situação, mais uma vez, uma equipe técnica trabalha no local para restabelecer o serviço afetado ainda hoje, terça-feira, dia 14”, diz nota enviada pela operadora.
Olavo Pesch
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