“estação-tubo autossuficiente”. Foto: Giuliano Gomes

Criadas na década de 90 e ainda hoje um dos principais símbolos de Curitiba, as estações-tubo já foram exemplos em termos de urbanismo, design e inovação. Mas ao longo dos anos, problemas crônicos como o excesso de calor no verão e de frio durante o inverno, a pouca proteção contra a chuva e o vento, falta de banheiro para os cobradores, além de outras questões envolvendo segurança e acessibilidade, fizeram com que os tubos se tornassem alvo de críticas, entre usuários e trabalhadores do transporte coletivo.

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Mas agora, um projeto criado pelo estudante do último ano do curso de arquitetura e estagiário da ProArq Arquitetura, Lyan Licheski, 25 anos, pode fazer com que as estações-tubos voltem a chamar a atenção e a atender as necessidades de seus usuários.  A ideia de Lyan é aproveitar a atual estrutura das estações, fazendo apenas uma reforma e aprimoramento do que já existe, para equipá-las com painéis fotovoltaicos, telhado verde, banheiros e fossas individuais para a coleta e o tratamento do esgoto.

Foto: Divulgação.

“Isso tornaria a estação-tubo autossuficiente. A energia limpa captada pelos painéis fotovoltaicos mesmo em dias nublados poderia ser usada na estação, em tomadas para os usuários e nos postes de seu entorno. O telhado verde captaria a água da chuva e garantiria o condicionamento e conforto térmico do tubo. Já o banheiro interno, que também utilizaria água pluvial, resolveria o problema dos cobradores. Seriam soluções que trariam benefícios econômicos, sociais e ambientais, de baixo custo de manutenção, que poderiam até ajudar a reduzir a tarifa do transporte coletivo”, explica o futuro arquiteto.

Repercussão

Ilustração do banheiro na estação-tubo. Foto: Divulgação.
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Postadas há poucos dias nas redes sociais, as imagens foram elogiadas e compartilhadas por muitos internautas, entre eles, alguns políticos da cidade. Agora, Lyan e a equipe do escritório preparam um projeto detalhado, que em breve, deve ser oficialmente apresentado à Urbs.
“Estamos fazendo um estudo de viabilidade e de custos. A repercussão foi rápida, em poucos dias fomos procurados por muitas empresas interessadas em participar do projeto. Também temos o cuidado de evitar que esta ideia vire uma bandeira política, ainda mais agora, em ano eleitoral”, diz o arquiteto e proprietário da ProArq, Laércio Licheski.

A Urbs explica que novos projetos devem seguir um trâmite, que inicia com o protocolo da proposta de projeto piloto junto ao órgão, inclusão do projeto no site da Urbs, análise técnica da viabilidade e dos custos de operação e, caso aprovado, liberação para testes em algumas estações-tubo. Se agradar, depois de testado, o projeto pode ser licitado, para que as melhorias sejam implementadas em todos os tubos da cidade.

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