Uma rua que diminui dia após dia, principalmente quando chove, por conta da erosão do Córrego Barigui. Essa é a situação da Rua Miguel José Joaquim, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Em uma das margens, o espaço de terra que separava um poste de iluminação pública e um parquinho diminuiu assustadoramente desde a metade do ano, segundo relatos dos moradores. Já na outra margem, onde vivem cerca de 30 famílias, os moradores com veículos maiores já temem passar de carro pela via, porque ela está se tornando cada vez mais estreita.
“Daqui a pouco o caminhão de lixo não conseguirá mais entrar na rua, pois ela está sendo engolida aos poucos”, avalia a moradora Maria Aparecida da Silva Ferreira. Ela reside há dez anos em uma casa da Rua Miguel José Joaquim e se ressente de que os serviços de infraestrutura sempre custaram a chegar ao endereço. “É sempre demorada qualquer melhoria aqui e envolve muita luta. Eles até começaram o reparo e deixaram a obra sem terminar, com ferros e vigas que deixam tudo mais perigoso”, aponta Maria Aparecida.
Outro morador, Renilton Sequinel de Paula, conta que a erosão comprometeu a estrutura da ponte de pedestres que foi retirada, quando uma equipe da prefeitura veio ao local em agosto, após algumas solicitações feitas por ele. “Eles retiraram o resto da ponte e começaram a trabalhar na contenção em agosto, mas semanas depois desapareceram”, explica. Renilton afirma que tornou a procurar a Secretaria Municipal de Obras, por meio da Regional da CIC, mas o reparo continuou parado. “Cheguei a propor de comprar o cimento para eles executarem a obra, já que é muito grave a situação. Tenho medo que o poste caia em cima da minha casa”, afirma.
Enquanto a situação segue inalterada, na altura do cruzamento com a Rua Soldado Agnaldo Gonçalves, a ponte de madeira passou a ser dividida entre veículos e moradores. Além do risco de acidentes, a estrutura da ponte é testada diariamente com o peso de ônibus, como a linha Augusta, e caminhões, já que o caminho serve de rota alternativa para veículos que desviam do trânsito da Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira.
Procurada pela reportagem, a assessoria da prefeitura explicou que a equipe que iniciou a obra no local precisou ser realocada para atender outras situações emergenciais, mas na próxima semana retornará para o local a fim de concluir o reparo. Lá, será construído um muro de arrimo para a contenção da margem consumida pela erosão.
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