Curitiba

Som das praças

Escrito por Magaléa Mazziotti

Música para viver ou viver de música. As duas possibilidades se confundem na trajetória do peruano Marco Antonio Capristano, 45 anos, e de seus parceiros que integram os conhecidos grupos musicais Orquestra La Maquina del Sabor e Mariachis, que marcam presença em diferentes espaços da capital.

cacadores_1Capristano explica que a decisão de viver de música veio ainda na infância, na cidade natal de Chimbote, onde recebeu boa parte dos ensinamentos musicais sobre o som de raiz daquela região no Peru. “Nossa música típica é mais introspectiva, diferente do samba brasileiro, e ao longo do tempo fomos incorporando ao nosso repertório outros ritmos latinos, normalmente mais agitados, como salsa, merengue e música mexicana (Mariachis), porque precisamos atender aquilo que o público espera ouvir”, explica.

O primeiro repertório que eles executaram em Curitiba marcou por anos a Feirinha do Largo da Ordem e remete a esse ritmo cujo som é retirado de instrumentos de bambu como a flauta pã ou flauta peruana. “Foi com esse som, em uma apresentação na Praça Tiradentes, que conheci minha esposa curitibana Marilda e formamos uma família. Nosso filho já tem 13 anos”, comenta.

Atualmente, as músicas são mais agitadas, as canções são divididas entre os dois grupos formados pelos mesmos integrantes. O mais antigo é a Orquestra La Maquina del Sabor, cujo figurino é mais simples, porém, com um repertório focado nos clássicos da música latina, envolvendo ritmos como merengue, salsa, bolero, etc. O mais recente, Mariachis, foca em clássicos e no som mexicano, como o próprio nome sugere, e os integrantes se apresentam com trajes típicos do México.

O grupo possui quatro CDs gravados com essas duas formações. Além disso, Capristano gravou um DVD de músicas evangélicas em ritmos latinos a fim de atender mais esse segmento. “Há muitos evangélicos em Curitiba e, em nossas apresentações, muitas pessoas levam essa opção”, comenta.

musicaOs quatros CDs e o DVD foram produzidos na casa em que os quatro peruanos e suas respectivas famílias dividem na região central da cidade. Além dos contratos com casas noturnas e bares da cidade, os peruanos também se apresentam em praças como Rui Barbosa, Zacarias e Osório. “Semanalmente a prefeitura libera a autorização, mas o horário dessas apresentações é sempre entre 12h e 14h”, informa.

Sobre planos para o futuro, Capristano confessa que a grande pretensão é seguir vivendo de música e viajar fazendo apresentações e levando toda a beleza dos ritmos latinos. “Curitiba é a cidade onde queremos viver para sempre, mas o projeto é ter contratos para continuar apresentando nossa música aqui e em qualquer canto do mundo”, defende.

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Magaléa Mazziotti

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