A greve dos professores da rede estadual de ensino tem gerado problemas aos pais, que, com a situação, estão se desdobrando para cuidar de seus filhos. Parados desde quarta-feira, os educadores exigem do governo do estado uma pauta de reivindicações com 14 itens, entre eles o reajuste salarial, a ampliação da hora-atividade e a realização de novos concursos públicos.
Diante da paralisação, muitos pais estão tendo que arrumar soluções para cuidar dos filhos enquanto as negociações entre governo e professores. No bairro Augusta, a dona de casa Vera Alberti teve que alterar sua agenda dos afazeres do lar para ficar de olho na filha Beatriz, de 12 anos, que cursa o 7.º ano na Escola Estadual Ivo Zanlorenzi, localizada no Campo Comprido.
Segundo Vera, durante a tarde, horário escolar de Beatriz, ela costumava realizar tarefas como fazer o supermercado e ir ao banco. “Costumava tirar a tarde para fazer as coisas fora de casa, mas agora estou tendo que mudar meus planos com essa grave. Além disso, fica mais difícil de realizar outras tarefas do lar, por que sempre tem que ficar de olho na filha. Tem que se virar, né? É o único jeito”, afirma.
Vera conta que outras mães de alunos da Escola Estadual Monsenhor Ivo Zanlorenzi estão tendo dificuldades durante os dias de greve dos professores. “Sei de gente que está tendo que deixar os filhos em casa de parentes que fica longe de casa. Tem gente também que está levando os filhos pro trabalho”, conta. No entanto, Vera acredita que a paralisação é um problema maior para a filha. “Sinto mais por ela e pelas outras crianças que estudam nas escolas estaduais, porque não estão passando seu tempo na escola, aprendendo coisas diferentes, longe da rua. Além disso, ficam longe dos amigos. Acredito que as crianças é que sofrem com a greve”.
Escolas fechadas
Segundo a APP-Sindicato, cerca de 80% dos servidores cruzaram os braços em todo o Paraná. Em Curitiba, a grande maioria das escolas estaduais permaneceu fechada no dia de ontem. A reportagem da Tribuna esteve nos maiores colégios da cidade e todos eles estavam com as portas fechadas e com faixas de apoio ao movimento dos professores.
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