Quem for viajar de carro no feriado da Independência vai pagar mais no combustível. Nesta segunda-feira (29), a pouco mais de uma semana dos dias de folga, em uma rápida procura pelas ruas de Curitiba, a Tribuna apurou que os preços subiram de um dia para o outro e estão, em média, R$ 0,40 mais altos.

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Em alguns bairros, a diferença de preço é gritante. “Mas é claro que existe uma organização nestes preços, porque no final de semana estava um valor e agora está outro. Não dá nem pra acreditar”, comentou um motorista, que pediu para não ser identificado. O menor preço encontrado pela reportagem foi na Rua Delegado Leopoldo Belczak, no bairro Capão da Imbuia, onde o etanol estava a R$ 2,24 e a gasolina a R$ 3,24. Por lá, conforme funcionários, o preço se mantém sempre um pouco abaixo da concorrência, para fazer com que os clientes continuem fiéis.

Luciana prefere abastecer no etanol.

“O preço subiu muito. Uso o carro para trabalhar e coloco, pelo menos, R$ 50 de combustível todos os dias, então tenho que caçar um que seja mais em conta”, contou a promotora de vendas Luciana Picussa, que abastecia no estabelecimento do Capão da Imbuia. A mulher, que roda a cidade, disse que costuma se tornar cliente dos postos onde encontra o preço mais baixo. ‘É o jeito, né? E também só abastecer com etanol, porque gasolina não compensa, pesa demais no bolso. Chega a ser um absurdo a diferença”.

Lucas: A gente fica refém dos cartéis.

Já o advogado Lucas Simioni criticou o reajuste. “Bem ruim. Está alto pra cortar, baixo pra roçar e molhado pra queimar, tem que andar menos de carro”. Ele, que costuma abastecer o veículo apenas com gasolina, disse que passou a adotar medidas alternativas para fugir do prejuízo no bolso. “Uso bicicleta, transporte coletivo ou ainda a pé. A gente fica refém dos cartéis. O jeito é reduzir o consumo pra poder se sustentar com o patrimônio”, desabafou.

Variação nos preços

Foto: Átila Alberti
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Em uma rápida circulada pela capital, a Tribuna encontrou pelo menos cinco variações nos preços. Na Rua João Negrão, no Rebouças, de uma quadra para outra, por exemplo, os preços variaram R$ 0,10. Mais próximo do Centro de Curitiba, o preço era menor: R$ 2,59 o etanol e R$ 3,59 a gasolina. Na Rua José Hauer, bairro Uberaba, um posto de combustível que no final de semana cobrava R$ 2,28 pelo etanol, por exemplo, nesta segunda-feira já cobrava R$ 2,48. O valor mais alto encontrado foi de R$ 3,69 o litro da gasolina, em diferentes pontos da cidade. Ou seja, R$ 0,45 de diferença para o posto do Capão da Imbuia visitado pela reportagem.

Liberdade pra cobrar

Foto: Gerson Klaina

Os funcionários dos postos preferiram não comentar o aumento nos preços. Em um dos estabelecimentos, em conversa informal com um empregado, a reportagem confirmou que o aumento pode estar relacionado com o feriado. “Mas o que acontece é que um posto sobe, o outro vê e sobe também”, alegou.

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O jeito, para o consumidor, é procurar um posto com valor que compense, mas sempre tomando cuidado. “Os postos que optam por não subir o preço não têm prejuízo, mas também não têm lucro. O giro é maior, mas a gente consegue pagar as contas, os funcionários”, ponderou o funcionário.

O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Paraná (Sindicombustíveis-PR) informou que não comenta questões sobre preço, uma vez que o mercado é livre e cada revenda exerce sua política de preço. Em nota, a entidade argumenta que “não é função do sindicato formular ou fiscalizar nenhuma situação referente ao preço de combustíveis”.