Curitiba

Estoura pipoca!

Escrito por Maria Luiza Piccoli

Pipoteca comemora 40 anos. Conheça um pouco melhor a história da tradicional fábrica de guloseimas que conquistou o coração dos curitibanos. Pra comemorar a data especial, a Pipoteca promove neste final de semana um evento aberto ao público

À porta do galpão de 500 metros quadrados o entra e sai de clientes é intenso. Do alto da escadaria da loja, os olhos plácidos de Nossa Senhora do Carmo acompanham o movimento pelos corredores abarrotados de guloseimas, onde funcionários atarefados se misturam aos consumidores que, de olho nas gôndolas cheias de fardos coloridos, se demoram na escolha do que levar pra casa. Salgadinho de pizza ou filetinhos crocantes de bacon? Pipoquinha de queijo ou a clássica doce? Paçoca? Bala de gelatina? Difícil decidir. No meio de tanta gostosura, um pacotinho roxo já bem conhecido aparece em quase todos os carrinhos. É a boa e velha pipoca de manteiga: queridinha absoluta do público e carro chefe da tradicional marca curitibana Pipoteca que, nesta semana, comemorou 40 anos no mercado.

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Quem pensa, porém, que a história da empresa começou em Curitiba está muito enganado. Apesar de ter se firmado como um dos produtos regionais mais célebres, a história da marca começou na cidade de Lages, em Santa Catarina, onde a família Santos, proprietária da Pipoteca, vivia na década de 60. Resultado da fé do senhor Sebastião, patriarca da família, a fábrica foi aberta depois de um período difícil para os Santos. “Meu pai trabalhava numa torrefação de café em Santa Catarina que fechou as portas. Falido, o dono da empresa não tinha como acertar as contas com os funcionários demitidos. Meu pai teve dó e deixou o acerto pra lá porque sabia que o homem estava passando dificuldade. A única coisa que ele pediu ao patrão antes de ir embora foi que, caso surgisse alguma oportunidade futuramente, que fosse chamado novamente para trabalhar”, lembra Alcione dos Santos, filho de Sebastião e sócio da Pipoteca.

E assim foi. Um tempo depois, Sebastião foi convidado pelo ex-chefe para trabalhar no setor fabril de uma pequena fábrica de doces que possuía em Curitiba. “Meu pai aceitou o convite porém com uma condição. Ele queria ser sócio da empresa. Não funcionário”, revela Alcione. Acordo feito, Sebastião, a esposa Plácida e os oito filhos, chegaram ao bairro Vila Fanny, em Curitiba, no início da década de 70, sem saber que anos mais tarde o pequeno negócio familiar entraria para a lista das indústrias mais consagradas de Curitiba.

Se em 1978 a pipoquinha doce era a única guloseima produzida na fábrica, cujo público principal eram os pequenos comércios do bairro, hoje, a Pipoteca conta com uma gama de quarenta produtos salgados e sete doces, que ao todo somam 6 toneladas em vendas diárias. Para produzir tudo isso, a indústria – cuja sede permaneceu praticamente no mesmo endereço desde a sua fundação, utiliza mensalmente em torno de 800 a 1.000 sacos de cinquenta quilos de farinha de milho e canjica na fabricação dos produtos.

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Festa

Coloridos, os pacotinhos nos quais as guloseimas são ensacadas só não são mais característicos que os mascotes que ilustram as embalagens: “Pipo” e “Teca” – o casalzinho dançarino escolhido em homenagem à Novela Dancing Days, sucesso da época. Sob a gestão dos oito irmãos Santos, a Pipoteca emprega 60 funcionários e, desde que abriu as portas para outros fornecedores do segmento, conquistou espaço entre as principais distribuidoras de doces de Curitiba.

Mesmo com tanta variedade, não tem jeito: a preferida por unanimidade continua sendo a pipoca salgada de manteiga que, curiosamente, nasceu fruto de um acidente. “A ideia era produzirmos algo similar ao ‘cheetoos’, mas deu um problema na máquina e ela ‘cuspiu’ essas pipoquinhas que acabaram caindo no gosto do pessoal ”, revela Alcione, que tem planos de expandir ainda mais as opções de sabores do salgadinho. “Como a base do alimento aceita bem qualquer sabor, a ideia é inovar e trazer opções que o público goste como o Sour Cream, que lançamos esse ano”, diz. Baratinha e fácil de achar, a Pipoteca se consolidou em todo o estado e também em Santa Catarina como um dos snacks mais democráticos da região sul. “Viramos os queridinhos do povo. Pipoteca é recreio. É hora do lanche. É aquela pausa com a turma da faculdade reunida, dando risada e enchendo a mão de salgadinho”, brinca.

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Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná
Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

Tanta tradição merece festa. É por isso que neste fim de semana, a família Santos vai promover uma comemoração especial para celebrar os 40 anos da Pipoteca. Aberto ao público, o evento será gratuito e contará com apresentações artísticas e sorteio de produtos. Para as crianças, piscina de bolinhas, cama elástica e o grupo de palhações “Crowdia” garantem a folia, regada a quilos e quilos de pipoca, é claro.

Para Alcione, uma só palavra define o sentimento da família após tantos anos no mercado: orgulho. “Sei como meu pai lutou para que chegássemos aqui e nós, filhos e netos, continuamos lutando juntos em busca de novas conquistas”, diz. Devotos, é à perseverança do pai e à proteção da santa que os Santos atribuem o sucesso da empresa: “Nossa Senhora do Carmo sempre esteve conosco e junto com ela a coragem do meu pai, que até hoje nos incentiva a não termos medo de arriscar e confiarmos que as coisas podem dar certo”, finaliza.

Durante o evento serão distribuídos 100 quilos de Pipoteca em tamanho degustação. Os 100 quilos equivalem a 4 mil saquinhos de 25 gramas do salgadinho, o menor tamanho da marca.

Serviço

Pipoteca: Festa dos 40 anos

Onde: Rua Leonel França, 209, Vila Fanny – Curitiba

Horário: das 9h às 12h

Entrada Franca

Surpresa no meio da noite

Sobre o autor

Maria Luiza Piccoli

(41) 9683-9504