Curitiba

Mais da metade das cidades do Paraná não registrou nenhum homicídio no 1º trimestre de 2019

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.
Escrito por Giselle Ulbrich

Apesar disso, outros 61 municípios restantes somaram um total de 381 vítimas de crimes desta natureza

Dos 399 municípios paranaenses, 271 (68%) não registraram nenhum homicídio doloso durante o primeiro trimestre deste ano. Outros 67 (17%) tiveram apenas um caso. Já os 61 municípios restantes somaram um total de 381 vítimas de crimes desta natureza. Ainda assim, é algo a se “comemorar”, visto que, no primeiro trimestre do ano passado, o Paraná registrou 558 vítimas, ou seja, houve uma redução de quase 32% na quantidade de mortos em homicídios no Estado. Os dados constam no Relatório Estatístico Criminal, divulgado pela Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), esta semana, no mesmo dia em que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou o Atlas da Violência, com dados nacionais de mortes violentas.

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Em Curitiba, a redução foi um pouco maior, chegou a 37%. A capital teve 78 vítimas de homicídios no primeiro trimestre do ano passado, contra 49 este ano. O bairro CIC, o mais populoso da capital, continua sendo o “campeão de violência” da cidade. Mesmo assim, conseguiu reduzir em 50% a quantidade de homicídios: foram 14 nos três primeiros meses do ano passado, contra 7 em 2019.

Dos municípios da região metropolitana, alguns chamam atenção pelo aumento da violência e outros pela redução, no comparativo dos três primeiros meses do ano (2018-2019). A maior redução, de 61%, foi em Almirante Tamandaré (foram 13 vítimas de homicídios ano passado, contra 5 este ano). Em seguida vem São José dos Pinhais, com redução de 57% (21 crimes ano passado contra 9 este ano) e Colombo, que derrubou a estatística em 50% (14 contra 7). Já o município que mais aumentou foi Fazenda Rio Grande. O incremento foi 50% (10 crimes ano passado, contra 15 este ano).

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Latrocínios e lesões corporais

Quando falamos em roubos seguidos de morte (latrocínios), o Paraná conseguiu uma redução de 40% na quantidade destes crimes, no comparativo dos primeiros trimestres de 2018 com 2019. No entanto, a redução se deu mais no interior do estado, pois em Curitiba e região metropolitana este número ficou praticamente estável. Já quanto às lesões corporais seguidas de morte (quando a pessoa quer apenas machucar, no entanto, “exagera” na dose e acaba matando a vítima), os dados são um pouco mais preocupantes. No Paraná, foram apenas 5 vítimas destes crimes no primeiro trimestre do ano passado, contra 18 este ano, ou seja, um aumento de 260%. Em Curitiba foram 3 vítimas, nos bairros Boqueirão, Pilarzinho e Tatuquara (ano passado foi uma só, no bairro Lindóia).

 

Outros crimes

Apenas uma parte dos relatórios estatísticos foi publicado no site da Sesp, que são os que se referem aos homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Já os estudos com outros crimes ainda não foram postados. Mesmo assim, a Sesp diz que houve reduções em vários índices: -19% nos roubos, -11,5% nos furtos, -14% nos furtos de veículos e -31,5% nos roubos de veículos. Já as apreensões de drogas subiram, com destaque para o ecstasy (47,64%), maconha (26%) e o crack (30%).

Equipe porreta!

O secretário da Segurança Pública do Paraná, general Luiz Felipe Carbonell, creditou a melhoria dos números ao comprometimento, seriedade, criatividade e dedicação dos servidores das Polícias Civil, Militar e Científica e do Departamento Penitenciário (Depen). Também explicou que houve uma intensificação nas investigações de crimes, no patrulhamento preventivo e ostensivo, além da realização de um planejamento estratégico com objetivo de reduzir ainda mais os índices de criminalidade por meio de programas, projetos e planos de estruturação, capacitação e inovação e melhorias.

Panorama Nacional da violência

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.
Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

Além do Relatório Estatístico Criminal, divulgado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp), o Fórum Brasileiro de Segurança Pública também divulgou o seu Atlas da Violência anual esta semana. No entanto, diferente da Sesp (que já trouxe dados de 2019), o Atlas contém informações referentes a 2017.

Dentro desta delimitação de tempo, o Atlas da Violência mostra que, de 2016 para 2017, o Brasil teve um aumento de 4,2% na quantidade de vítimas de homicídios (65.602 mortos). Existem duas formas de se analisar os dados. Um deles é em números absolutos, ou seja, a quantidade total de crimes ou vítimas. O outro é pegar os números absolutos e dividi-los em grupos de 100 mil habitantes, ou seja, determina-se a “taxa”. E ao analisar a taxa de crimes que o Brasil teve em 2017 (31,6 mortes para cada 100 mil habitantes), percebe-se o maior nível de letalidade desde 2007, quando os dados começaram a ser compilados pelo Fórum.

Paraná

Na contramão do País, o Paraná vem reduzindo a quantidade de homicídios desde 2010. Conforme a análise do Atlas, isso se deve a dois motivos: ao Estatuto do Desarmamento (pois estudos científicos citados no Atlas comprovam que a redução de armas entre a população gera também a diminuição de mortes por arma de fogo) e o envelhecimento da população, visto que a maior quantidade de homicídio ocorre entre jovens de 15 a 29 anos.

Dentro deste público jovem, o Paraná foi o 3.º estado brasileiro com maior redução da mortalidade, só ficando atrás de Distrito Federal (-21,3%) e Piauí (-13,9%). Ao todo, 11 estados brasileiros reduziram a mortandade de jovens e 16 aumentaram (o Brasil, como um todo, aumentou em 6,7% essa taxa, de 2016 para 2017 e 37,5% no período de 11 anos).

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Sobre o autor

Giselle Ulbrich

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