Curitiba Portão Santa Quitéria

Não à fusão!

CMEI Nice Braga receberá 360 alunos da Escola Maria Nicolas em 2018. Foto: Átila Alberti
Escrito por Luiza Luersen

Pais se mobilizam contra realocação de escola municipal pra CMEI de bairro vizinho em Curitiba

A partir do próximo ano cerca de 360 alunos da Escola Municipal Professora Maria Nicolas, no Portão, serão realocados para o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Nice Braga, no bairro Santa Quitéria. Segundo a Prefeitura de Curitiba, a mudança aconteceu por conta de um contrato de locação da Escola Maria Nicolas que não foi renovado.

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Um dos motivos da polêmica é que no CMEI estudam crianças de até cinco anos. Já na escola, que mudará de endereço, a idade é de 6 a 12 anos. Isso preocupa alguns pais, que criticam ainda a falta de transparência no processo – pois alegam não terem sido consultados antes – e temem que o espaço fique “inchado” e a qualidade do ensino seja comprometida.

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O anúncio oficial da medida foi feito na manhã desta quinta-feira (26), por representantes da Secretaria Municipal da Educação, a um grupo de 150 pais de alunos. Na segunda-feira (30), às 8h, eles se reunirão em frente ao CMEI em uma manifestação contra a fusão. Os familiares dos estudantes – que já criaram petição online, página no Facebook e um grupo de Whatsapp contra a unificação das instituições – também pretendem entregar um abaixo-assinado para o Ministério Público.

Escola Maria Nicolas vai deixar imóvel porque proprietário não quis renovar o aluguel. Foto: Átila Alberti
Escola Maria Nicolas vai deixar imóvel porque proprietário não quis renovar o aluguel. Foto: Átila Alberti

“Eu acho errado realocar crianças mais velhas para o prédio da CMEI. Nossos filhos são pequenos e eu, como pai de duas crianças, uma que estuda no Nice Braga e outra que estuda no Maria Nicolas, sei bem que a diferença de idade é crucial. Algumas brincadeiras me preocupam”, contou um pai, que prefere não revelar o nome. Para outra mãe de aluna do CMEI, a realocação pode prejudicar até mesmo o aprendizado. “Acredito que a escola vai ficar lotada. Não vai ter espaço para as atividades que os pequenos desenvolvem hoje. Acho que até mesmo os alunos maiores devem passar pela mesma situação. Eles já estão ’grandinhos’ e se sentem deslocados”, desabafou.

CMEI passará por obras para receber novos alunos. Foto: Átila Alberti
CMEI passará por obras para receber novos alunos. Foto: Átila Alberti

Alguns pais concordam com a decisão da prefeitura. Isso porque ambas as sedes são próximas – a distância é de um quilômetro – e isso ajuda quem mora na região. “Eu sei que o colégio está com várias salas vazias e, por isso, acredito que não vá atrapalhar. Essas crianças precisam ser realocadas e esse é o melhor endereço para elas ficarem. É perto da antiga sede e o melhor é que as crianças pequenas não vão precisar trocar de escola no futuro, pois a escola terá turmas de até 4º ano. Eu achei justo”, relatou um pai.

Obras

O argumento dele é o mesmo da Secretaria Municipal de Educação. O órgão alega que CMEI possui atualmente pelo menos oito salas vazias, que ficam trancadas, e mesmo instaladas no mesmo endereço, as duas unidades funcionarão de forma independente. Isso porque nos próximos dias começam as obras no CMEI.

Segundo a pasta, haverá revitalização de banheiros, incluindo um para pessoas com necessidades especiais, e reforma do refeitório. Além disso, uma quadra pequena será feita para a prática de esportes. A promessa é que as obras serão concluídas até antes do início do ano letivo de 2018. A prefeitura garantiu que as crianças das duas unidades compartilharão somente o auditório, cozinha experimental e sala de arte e que isso não deve atrapalhar o estudo de todas as crianças.

“Não haverá fechamento de turmas no CMEI e nem alterações que afetem os servidores”, ressaltou, em nota enviada à Tribuna.

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Luiza Luersen

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