Curitiba

Força, pessoal!

Depois de dois anos de espera, a tão esperada cirurgia da empregada doméstica Leonice Pereira Domingues, 48, pode estar perto de acontecer. No começo do mês, os Caçadores de Notícias mostraram sua batalha para conseguir retirar miomas e pólipos endometriais do útero, que causam, entre outros problemas, dores e sangramentos constantes.

Desde que recebeu o diagnóstico, Nice, como é conhecida, tenta agendar o procedimento cirúrgico, mas enfrentou diversos problemas que atrasaram a solução de seu caso. O mais recente contratempo foi a greve dos motoristas e cobradores de Curitiba, que a fez perder a consulta marcada com bastante antecedência. Um encaixe na agenda médica garantiu o atendimento e na última terça-feira a empregada doméstica teve a notícia de que teria que se submeter a um tratamento com medicamentos durante seis meses.

“Fiquei muito chateada e nervosa. Fui ao Hospital Evangélico para fazer os exames para a cirurgia. Cheguei 11h40 e só fui atendida depois das 18h”, conta ela, que também se sentiu humilhada pelo tratamento que recebeu da médica que a atendeu. “A médica disse que estava estressada porque estava trabalhando desde as 5h da manhã. E eu respondi que também estava, porque fiquei esperando desde 11h, sem almoço, nem poder sair. Ela também não me deixou explicar o meu caso”, afirmou.

Nice conta ainda que a responsável pelo atendimento disse, então, que a cirurgia estava descartada para seu caso, contrariando a decisão do médico que prescreveu o procedimento. “Mudou tudo. Ela disse ‘ou você aceita o tratamento ou não tem consulta’. Fui obrigada a fazer um tratamento de seis meses pra então pensar se vou ou não fazer a cirurgia. Nunca me senti tão humilhada como ontem”, desabafou.

A assessoria do Hospital Evangélico, no entanto, garantiu que Nice terá acesso à cirurgia, apesar da conduta inapropriada da médica que a atendeu na última terça-feira. De acordo com o hospital, o chefe do setor de ginecologia, o doutor Jean Alexandre Furtado Correa Francisco, se comprometeu a atender Leonice amanhã e garantiu que a indicação de cirurgia será mantida. A assessoria ressalta ainda que a decisão de indicar o tratamento não foi errada, já que esta é uma das possibilidades de atendimento para o caso.

Também procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que está marcada para Leonice uma nova consulta no dia 31 deste mês. Sobre o atendimento prestado na última terça-feira, a pasta informou que não pode interferir na conduta do médico, mas caso a paciente tenha ficado insatisfeita com o atendimento pode protocolar uma reclamação pela Central 156 ou pela ouvidoria, no telefone 0800-6440041.

UTI em construção

No dia 20 de fevereiro deste ano, o telefone na redação da Tribuna não parou de tocar. Eram leitores que se comoveram com a história de Erick Ismael Correia da Silva, que aos 10 anos de idade já superou – e muito – a expectativa dos médicos de que viveria apenas o primeiro ano de vida.

A mãe do menino, Dalvana Correia da Silva, 27, pedia ajuda para conseguir construir um muro dos fundos de sua casa, onde será construída uma UTI para acomodar o garoto que tem paralisia cerebral e está com o pulmão comprometido. A família também precisa de ajuda com doações de fraldas e recursos para a compra dos medicamentos de Erick, gastos que chegam a R$ 800 mensais.

Com as doações dos leitores, a família conseguiu comprar o material para a construção do muro. “Falta pouco, já começamos a fazer, mas ainda falta um pedaço”, conta Dalvana, que diz ainda que ganhou uma peça que é diretamente ligada ao estômago para auxiliar na alimentação do menino e custa R$ 800. “Também recebemos doação de fraldas, compramos a medicação e o oxigênio. Ajudou bastante”, comemora.

Mesmo com as doações, a família ainda precisa de ajuda, para a compra de medicamentos e alimentos. Além disso, Erick está com a imunidade baixa, por conta da bactéria presente em seus pulmões. “Ele está em casa. Temos que esperar os exames ficarem prontos para saber o que vamos fazer”, diz a mãe, que se dedica integralmente aos cuidados com o filho.

Larissa está melhor

Na casa de Luciana Moreira Pereira Ferreira, 31, o telefone também não parou de tocar no dia 11 de março, quando os Caçadores de Notícias mostraram a batalha da pequena Larissa, que nasceu com uma doença genética rara e ficou internada desde sua terceira semana de vida. “Bastante gente ligou, o telefone não parava de tocar. Nem tenho ideia de quantas pessoas ligaram”, conta a mãe da menina.

As doações ajudaram a pagar a dívida com o advogado, que precisou acionar o plano de saúde na Justiça, para que a família recebesse os equipamentos de uma UTI que foi montada em casa. Ela conta ainda que recebeu ajuda com fraldas, alimentos e produtos de higiene. “Agora resolveu o nosso problema”, diz Luciana, aliviada. A mãe conta ainda que um advogado se comprometeu a montar um quarto para Larissa, já que o espaço criado exclusivamente para ela ficou alagado durante um dos temporais do começo do mês. “Ela continua em casa e está melhor, se movimentando, mais coradinha. Acho que é por ela estar em casa, recebendo o carinho da família, dos irmãos”.

Sobre o autor

Carolina Gabardo Belo

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