Curitiba

Comunidade unida

Quem vê as placas de aviso de segurança comunitária espalhadas pelas ruas do Guabirotuba não faz ideia do tamanho da mobilização dos moradores do bairro. Conscientes da necessidade de se unir para promover a segurança, eles se organizaram em grande rede de comunicação e conquistaram resultados significativos.

Francisco, Leopoldina, Thiago e Rosane: redes sociais ajudam manter moradores alertas e em contato. Foto Ciciro Back
Francisco, Leopoldina, Thiago e Rosane: redes sociais ajudam manter moradores alertas e em contato. Foto Ciciro Back

Além de prestar atenção no que acontece na rua de suas casas e no bairro, os moradores estão conectados pelas redes sociais. O aplicativo Whatsapp é o mais utilizado. Nele, os moradores de cada rua se reuniram em grupos. Cada grupo conta com um administrador, que participa de todos os grupos e também se comunica com os administradores das outras ruas do bairro. Já são 12 grupos que reúnem 500 moradores.

“Se alguém observa uma pessoa ou um carro em atitude suspeita, por exemplo, já envia o alerta. Esse sinal é repassado aos demais moradores, para que todos tenham cuidado”, explica uma das coordenadoras de grupo, Rosane Sampaio Santos, 44, moradora do bairro há 10 anos.

União

A iniciativa já se mostrou eficiente. “Nosso bairro tem fácil rota de fuga e nossos principais problemas são invasão de domicílio, latrocínio (roubo com morte) e roubo de automóvel. Por isso focamos os contatos do grupo apenas para alertas. A socialização dos moradores acontece mais pelo grupo no Facebook e outras iniciativas”, afirma o advogado Thiago Bonato, 29, que também integra a diretoria do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do bairro.

Além do aparato de segurança, Facebook e Whatsapp são “armas”. Foto Ciciro Back
Além do aparato de segurança, Facebook e Whatsapp são “armas”. Foto Ciciro Back

Quando observam a situação suspeita, os vizinhos também se manifestam acendendo as luzes, acionando alarmes e fazendo barulho, espantando possíveis ladrões. “É uma questão de consciência. Temos que nos apropriar do nosso bairro, exercer nosso papel de cidadão e tratar com efetividade nossa segurança”, reforça Rosane. Empresas particulares de monitoramento fazem rondas permanentes pelo bairro, além do efetivo da Polícia Militar e da Guarda Municipal, que também participam dos debates.

Mobilização

Após ser vítima de assalto à mão armada dentro de casa, uma moradora que preferiu não se identificar passou a fazer parte da rede. Atuando como administradora do grupo de sua rua, ela reforça que, além da segurança, a mobilização também é importante para o amparo a quem sofre com o problema. “Faz diferença, a gente sente que tem amparo, todo mundo se mobiliza. As pessoas se importam”, diz. “É a questão de conhecer o vizinho, saber sobre ele, mas sem querer saber da vida dele”, completa Francisco Robl, 53, há 18 anos no Guabirotuba.

Sobre o autor

Carolina Gabardo Belo

(41) 9683-9504