Curitiba

Bons de faro!

Ensinar os cães farejadores da Divisão Estadual de Narcóticos da Polícia Civil do Paraná (Denarc) a ter o máximo de eficácia durante as operações de busca e apreensão de drogas. Essa é a missão dos investigadores e adestradores Sandro Hiura e Eduardo Jabour Antonini, que trabalham há quase dois anos na preparação dos animais. “Os nossos cachorros têm quase 100% de eficácia no trabalho que eles realizam. Se tem droga, esses animais com certeza vão achar”, afirma o investigador Hiura.

Maioria das operações são nas estradas. Cães já ajudaram a encontrar duas toneladas de drogas.
Maioria das operações são nas estradas. Cães já ajudaram a encontrar duas toneladas de drogas.

A dupla acabou assumindo a função de adestradores graças a afinidade que tem com os caninos. Sandro, que passou pela Delegacia do Alto Maracanã e o serviço de inteligência da Polícia Civil antes de chegar na Denarc, sempre gostou de cachorros e se animou com a possibilidade de trabalhar com eles em seu novo posto de trabalho. “Cheguei na Denarc e os cães já estavam em processo de adestramento com investigador Misael Nemecek. Então, me envolvi com o trabalho, participei do restantes do treinamento e estou nessa até hoje”, conta. O investigador Antonini é veterinário de formação e por isso acabou agregando valor ao trabalho de treinamentos da Denarc. “Acabou unindo o útil ao agradável”, brinca.

Os investigadores tratam, adestram e treinam quatro animais na sede do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Segundo a dupla, para o trabalho de farejo de narcóticos as raças mais indicadas são Pastor Belga e Pastor Holandês, que são as utilizadas pelo Denarc. “São animais ágeis, que demoram pra cansar. Além disso, contam um faro muito aguçado. Todas essas características nós chamamos de drive, que é a boa desenvoltura do animal durante a ação”, explica o investigador Hiura.

Investigador treina os animais também para a busca de armas.
Antonini pediu para trabalhar com os bichos: “Uni o útil ao agradável”.

O treinamento dos animais se baseia diretamente na relação do odor do entorpecente com as brincadeiras que eles praticam com os treinadores. “Em primeiro lugar, vale ressaltar que os cachorros não têm contato nenhum com a droga. O narcótico é muito bem embalado e o animal tem contato com o odor. Assim fazemos treinamentos nos quais o cheiro da droga está relacionado com os brinquedos”, explica o investigador Antonini.

“Temos dois tipos de comportamento dos animais. Os ativos ficam mais agitados quando acham a droga. Latem, pulam, correm em círculos e até cavam. Esses nós costumamos utilizá-los em buscas em residências ou terrenos. Já os passivos ficam sentados e parados quando encontram o entorpecente. Esses já utilizamos mais nas estradas, porque eles acabam não arranhando ou estragando um veículo suspeito”, detalha Hiura.

Nas estradas

Grande parte das operações feitas com a participação dos cães do Denarc são realizadas nas rodovias que cortam o estado do Paraná. E o trabalho do animais nas estradas tem surtido efeito. Só em 2014, ano que a utilização de cães nas fiscalizações da Polícia Civil começou oficialmente, os cachorros treinados pelo Denarc ajudaram apreender duas de toneladas de drogas em todo o estado.

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“Uma operação de busca e apreensão de drogas com a utilização de cães farejadores é muito eficaz. Os animais conseguem em pouquíssimo tempo executar um trabalho que talvez fosse preciso cerca de agentes pra fazer. E é um trabalho que vai se aperfeiçoando a cada dia. Agora estamos treinando os animais para a busca de armas. Acredito que daqui pra frente teremos cada vez mais trabalho com a participação desses animais”, conclui o investigador Hiura.

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