Curitiba

A grande aposta!

Já imaginou sair da crise e começar 2017 com o pé direito, realizando todos os sonhos possíveis? É assim que muita gente, nestes últimos dias, acredita que vai acontecer apostando na Mega da Virada. Neste ano, o prêmio estimado é de R$ 225 milhões, mas pode ser ainda maior. Curitiba, para os funcionários da Caixa Econômica Federal, tem pé quente na hora do sorteio.

Para receber o prêmio total, é preciso ganhar sozinho. Se aplicado integralmente na poupança da Caixa Econômica Federal, o valor renderia ao ganhador o equivalente a outro prêmio de loteria por mês, cerca de R$ 1,4 milhão.

"Se ganhasse dividindo com as pessoas já estaria feliz", disse o caminhoneiro aposentado Francisco Lopes.
“Se ganhasse dividindo com as pessoas já estaria feliz”, disse o caminhoneiro aposentado Francisco Lopes.

A esperança de quem aposta é um pouco menos audaciosa, sem pensar somente em si. ’Se ganhasse dividindo com outras pessoas, eu já estaria muito feliz’, comentou Francisco Lopes, de 77 anos.

O caminhoneiro aposentado apostou R$ 21. Enquanto escolhia as seis combinações dos números, sonhava longe. “Mas mantendo meus pés no chão. Ajudaria minha família, deixaria meus cinco filhos bem, mas também iria atrás de ajudar a quem precisa. Tem muita gente que poderia ser ajudada passando dificuldades”, comentou.

Teresinha disse emocionada que seu primeiro sonho é ajudar a quem precisa. Foto: Gerson Klaina.
Teresinha disse emocionada que seu primeiro sonho é ajudar a quem precisa. Foto: Gerson Klaina.

O mesmo objetivo, de não ajudar só a si mesmo, também é o de Teresinha da Silva. A costureira, de 55 anos, disse emocionada que seu primeiro sonho é ajudar a quem precisa. “Penso primeiro nos outros, de coração. Queria muito ajudar crianças em situação de risco, gente que passa por dificuldade e também idosos”.

Em segundo plano, o objetivo de Teresinha é o de terminar de pagar a casa em que vive. “E aí, em terceiro lugar, visitar a cidade onde Jesus nasceu. Porque se eu ganhar esse prêmio, é porque ele quis isso. Vou para agradecer”, disse. A mulher fez uma única aposta, de R$ 3,50, e disse, confiante, que se fosse para ganhar, daria certo. “Um bilhete só me basta, né?”.

Bolão pode dar sorte

Para ter mais chances de ganhar, tem quem forma um grupo e opta pelo bolão. Dessa forma, os apostadores escolhem os números, marcam a quantidade de cotas e registram em qualquer uma das lotéricas do país. No caso das cotas, ao ser registrada no sistema, a aposta gera um recibo de cota para cada participante que, em caso de premiação, poderá resgatar a sua parte do prêmio.
Há 17 anos, Alceu Furmann, de 72 anos, participa das apostas com os bolões. “As chances aumentam muito. E também, pra gente, é uma brincadeira que reúne os amigos”, comentou. O idoso contou à reportagem da Tribuna do Paraná que, para a mega da virada, reuniu 100 pessoas e vão apostar R$ 4 mil.

Foto: Gerson Klaina.
Foto: Gerson Klaina.

No caso de Alceu, o bolão foi feito para que o prêmio fosse dividido de forma igual para todos os participantes. “E se eu ganhar, meu amigo, vou primeiro aliviar as dívidas. Depois construir a minha casa na praia, um camping e guardar o dinheiro”. Com o bolão embaixo do braço, Alceu disse ainda que pretende viajar pelo Brasil. “Valorizar o que é nosso. E comemorar, muito”, brincou.

Ao contrário da aposta única, de R$ 3,50, onde a chance de ganhar é uma em 50 milhões, os bolões têm sido escolhas de amigos, colegas de trabalho e famílias, porque as chances aumentam representativamente: no caso da aposta de 10 números, aumenta para uma em 238 mil.

O prêmio existe

Quando se fala de Mega-Sena e loterias de modo geral, muita gente duvida. Há quem diga que o prêmio é dado aos sortudos escolhidos, tem àqueles apostadores que, mesmo duvidando, não deixam de fazer a fezinha, mas também tem gente que não aposta de jeito nenhum.

Para mostrar que os prêmios existem, o gerente regional de canais da Caixa, André Baú, disse que já conhece alguns ganhadores. “Mas essas pessoas mantêm a discrição, né? Quem ganha nunca quer aparecer, porque sente medo. Mesmo assim, o que a gente pode dizer, é que o prêmio existe sim, e que Curitiba, região e o Paraná, de modo geral, tem pé quente”.

Foto: Gerson Klaina.
O gerente regional de canais da Caixa, André Baú, rebateu a crença popular e garantiu: o prêmio existe! Foto: Gerson Klaina.

Desde a primeira edição da Mega da Virada, em 2009, o Paraná já ganhou em duas edições, com quatro sortudos. Destes ganhadores, dois são de Pinhais e Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), um da capital, e outro de Palotina, no Oeste do Estado. Dos sortudos da nossa região, o maior prêmio foi dado ao ganhador de Curitiba, que recebeu mais de R$ 56 milhões.

“Magia e sorte”

Para Auxilio Suguimoto, lotérico há 36 anos, este ano está sendo bom, diferente do esperado. “As pessoas estão com esperanças de que as coisas melhorem e isso é bom. O tempo bom dos últimos dias, com muito calor, também incentiva o povo a sair de casa e apostar”, comentou.

"É a magia da boa sorte, uma corrente de gente otimista, que nunca deixa de sonhar”, disse o lotérico Auxílio Suguimoto.
“É a magia da boa sorte, uma corrente de gente otimista, que nunca deixa de sonhar”, disse o lotérico Auxílio Suguimoto.

Embora tanto tempo na área, o lotérico ainda se impressiona com os sonhos dos clientes. “Às vezes a gente sonha junto. Por isso que eu considero a Mega da Virada como um doce encanto. É a magia da boa sorte, uma corrente de gente otimista, que nunca deixa de sonhar”.

Neste ano, a lotérica de Auxilio deve fechar com mais de R$ 200 mil em apostas. “Foi o ano em que mais fizemos bolões. Impressionante mesmo”. Depois de garantir a fezinha, a Caixa alerta para que os apostadores preencham a parte de trás do cupom, com nome completo, CPF, assinatura e endereço, para garantir que o bilhete não seja passado para outra pessoa em caso de perda.

As apostas vão ser feitas até às 14h deste sábado (31), o sorteio será realizado em Ji-Paraná, Rondônia, e o resultado sai às 20h, na Rede Globo.  Os ganhadores têm 90 dias para retirar o prêmio. O gerente regional da Caixa, André Baú, e Auxilio Suguimoto disseram que as apostas deles já foram feitas. “Afinal, não adianta a gente fazer o bolo e não comer, né?”, brincou o lotérico.

Sobre o autor

Lucas Sarzi

Jornalista formado pelo UniBrasil e que, além de contar boas histórias, não tem preconceito: se atreve a escrever sobre praticamente todos os assuntos.

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