Curitiba

Ficou mais fácil

Há mais de 30 anos, o servidor público aposentado Roberto Gonçalves, 82, tenta resolver uma situação que interfere na vida dos moradores da Rua Tenente Douglas Acácio Benetolo, no Portão. Os primeiros 50 metros da rua contam com pouco mais de três metros de largura, enquanto o trecho restante apresenta largura padrão. A situação já foi mostrada pela Tribuna em setembro do ano passado e depois de tentar a solução em vários órgãos, Gonçalves ganhou novo fôlego em sua reivindicação com a criação da Ouvidoria de Curitiba, a partir de abril.

 

Depois de passar por vários órgãos da prefeitura, Roberto Gonçalves econtrou ajuda  na Ouvidoria pra uma antiga reivindicação. Foto: Gerson Klaina.
Depois de passar por vários órgãos da prefeitura, Roberto Gonçalves econtrou ajuda na Ouvidoria pra uma antiga reivindicação. Foto: Gerson Klaina.

De acordo com Gonçalves, o problema foi causado pela construção irregular de um edifício, nos anos 1980, que se localiza no trecho em que estava previsto o traçado da rua. Por conta do prédio, não foi possível seguir o alinhamento determinado, deixando estreito o acesso da via pela Avenida Arthur Bernardes. “Assim não entra caminhão de bombeiro nem caminhão de lixo. Já imaginou se pega fogo em alguma casa aqui? A planta do edifício não está aprovada, está em cima da rua. Foi um acerto irregular que fizeram”, critica o aposentado.

Surpresa

Além do problema no acesso, Gonçalves diz que briga contra a situação porque ele e outros moradores antigos doaram parte de seus terrenos para a delimitação da rua na década de 1970. Alguns moradores também recuaram seus muros para a implantação, mas todos foram surpreendidos com a construção do prédio e outras casas no local. “A gente doou o terreno, outros recuaram o muro. Todo mundo paga imposto, mas acontece isso”,
lamenta.

Instrumento de participação

Desde 1980, Gonçalves tentou solucionar a questão ao procurar o Ippuc, algumas secretarias da prefeitura, a Câmara Municipal (que ocasionou visita de uma comissão de vereadores à região no ano passado) e até o Ministério Público. Ainda sem solução concreta, ele aposta agora na Ouvidoria de Curitiba, em funcionamento há duas semanas. “Achei muito bom o atendimento na Ouvidoria. É uma coisa que vai ajudar bastante a comunidade”, avalia Gonçalves, um dos primeiros a procurar o órgão.

O ouvidor Clóvis Costa, que foi empossado para um mandato de dois anos, ressalta que este é “mais um instrumento de participação que está à disposição dos curitibanos”, já que a comunidade quer cada vez mais participar e contribuir com a administração pública. Ele explica que a proposta da Ouvidoria de Curitiba é propor melhorias e solucionar demandas coletivas. “São as demandas que afetam a população de modo geral e não problemas individuais”, orienta.

Por enquanto, quatro pessoas realizam os atendimentos presenciais, pelo telefone e pela página no Facebook. “Respondemos todas as solicitações. Quando não se trata de algo direcionado à ouvidoria, encaminhamos para os órgãos competentes e orientamos o solicitante”, afirma o coordenador técnico Carlos Barbosa. A equipe é mantida pela Câmara Municipal, que disponibilizou uma sala e equipamentos para a realização do trabalho.

É o seguinte!

Não vamos deixar que a Ouvidoria de Curitiba seja apenas um cabide de emprego. Afinal, ela é paga com dinheiro nosso. Pensando nisso, a Tribuna dá o caminho pra você usufruir desse serviço. Pode ser pessoalmente, por telefone ou Facebook. O que queremos mostrar é que é um serviço bem diferente do oferecido pelo 156.

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Sobre o autor

Carolina Gabardo Belo

(41) 9683-9504